Mitos e verdades sobre a doação de sangue

Mitos e verdades sobre a doação de sangue

Desinformação sobre tema acaba desestimulando doadores; confira aqui o que é preciso para doar sangue e ajudar a salvar vidas

 
Por Maria Eduarda e Ana Cândida

Do dia 22 ao 24 de novembro é comemorada a Semana Nacional do Doador de Sangue. E talvez você não saiba, mas existe muita desinformação a respeito da doação de sangue.

A Agenc conversou com especialistas para identificar os mitos mais comuns relacionados à doação de sangue – e explicar o que é realmente verdadeiro a respeito desse assunto fundamenta

 
Apenas 1,4% da população brasileira doa sangue (Reprodução: Freepik)

1) É FALSO – Para doar tem que estar em jejum.

É VERDADE – A  pessoa tem que estar alimentada. A recomendação do jejum é feita somente para determinados exames laboratoriais de sangue, o que é completamente diferente da coleta de sangue para doação. 

2) É FALSO – Para doar sangue pessoas com útero não podem estar em período menstrual 

É VERDADE – Durante esse período, não há restrição para a doação de sangue, apenas se a pessoa apresentar quadros específicos, como volume menstrual excessivo. Essa condição pode provocar uma diminuição no nível de hemácias do sangue, o que indica  anemia por perda de ferro. Mas, se a pessoa não apresenta esses problemas, não tem nenhuma restrição para doar sangue durante o período menstrual.

3) É FALSO – Pessoas com tatuagens ou piercings não podem doar sangue

É VERDADE – Ter tatuagens ou piercings não impede automaticamente a doação de sangue. Se não for feita uma avaliação prévia da higienização dos materiais usados para confecção da tatuagem ou o piercing, deve-se esperar um intervalo de um ano até a doação. Caso a pessoa tenha certeza que os materiais foram esterilizados adequadamente antes da confecção, deve aguardar o intervalo de seis meses. 

4) É FALSO – Pessoas LGBTQIA+ não podem doar sangue. 

É VERDADE – Em 2020, o STF declarou inconstitucional qualquer proibição de doação de sangue por homens homossexuais como uma prática inconstitucional. Além disso, em 2021, foi aprovado o PL 2353/2021, iniciativa do senador Fabiano Contarato (REDE/ES), que proíbe a discriminação de doadores de sangue com base na orientação sexual.

5) É FALSO – Quem teve dengue ou chikungunya  não pode doar sangue pelo resto da vida.

É VERDADE – A pessoa que contraiu dengue ou chikungunya deve esperar pelo menos um mês após a cura para doar sangue. Se a dengue for hemorrágica, o período de espera deve ser de seis meses a partir do fim dos sintomas. 

O Brasil sofre com a falta crônica de doadores de sangue. Segundo dados do governo federal, em 2022, aproximadamente 1,4% da população brasileira doou sangue – 14 pessoas a cada mil habitantes. Isso representou 3.159.774 milhões de doações de sangue por ano no Sistema Único de Saúde (SUS).

Menos de 2% da população brasileira doa sangue regularmente, e esse índice está dentro do intervalo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que varia de 1 a 3%. Ainda assim, não é suficiente para atender a demanda do país. Isso faz com que os bancos de sangue sofram de forma frequente com a escassez de hemoderivados.

O médico e hemoterapeuta do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) Kallic Fonseca  explica que muitas pessoas que se aproveitam da pouca divulgação sobre a doação de sangue para espalhar boatos. Para Kallic, combater a falta de doadores é tão importante quanto votar nas eleições. “A grande chave que ainda precisamos virar é justamente a de entender a doação de sangue não somente como um importante ato de amor e solidariedade mas também um ato de cidadania visando nosso crescimento como comunidade”.

Mitos e verdades sobre a doação de sangue

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