Glória eterna: Fluminense conquista Libertadores e se prepara para Mundial
Torcedores compartilham experiências e expectativas para histórica participação do clube no torneio global
Por: Gabriel Amaro
Foto: Lucas Merçon/Fluminense FC
“Quem espera sempre alcança.” Essas palavras ainda ressoam com uma nova força entre os torcedores do Fluminense após a inédita conquista da Conmebol Libertadores 2023, sob comando do técnico Fernando Diniz. A vitória na final contra o Boca Juniors por 2 a 1 em uma tarde histórica no Maracanã solidificou o legado tricolor no futebol sul-americano e abriu as portas para um novo desafio global: a estreia no Mundial de Clubes da Fifa.
O torneio de 2023, realizado na Arábia Saudita, promete ser uma vitrine espetacular para o futebol, com a presença de grandes clubes como o Manchester City, campeão da Liga dos Campeões da Europa. O Fluminense entra diretamente na semifinal, enfrentando o Al-Ahly (Egito), que venceu o Al-Ittihad (Arábia Saudita) na etapa anterior.
Alessandro Possati, professor de História de 27 anos e torcedor apaixonado que estava no Maracanã durante a final da Libertadores, relembra a tensão e a expectativa que antecederam o jogo. Ele conta que, apesar de uma leve apreensão devido às memórias de 2008 — quando o Fluminense perdeu o título nos pênaltis contra a LDU Quito —, estava confiante na vitória tricolor. Essa confiança, segundo ele, se fortaleceu durante a fase de grupos e só aumentou ao longo da competição. Ele esteve em todos os jogos do Fluminense no Maracanã durante a campanha da Libertadores, com exceção da partida contra o River Plate.
Alessandro Possati durante a final da Libertadores, no Maracanã (Foto: Alessandro Possati/Arquivo pessoal)
Quanto à estratégia de Diniz, Possati se mostra um admirador. Ele destaca a importância das escolhas feitas pelo treinador durante a partida, em especial a decisão de não iniciar o jogo com dois atacantes, o que ele acreditava ser uma jogada inteligente contra um adversário tão experiente na Libertadores quanto o Boca Juniors. Possati argumenta que, embora tenha desejado uma postura mais ofensiva do time no início do segundo tempo, entende que cada ação de Diniz visava à vitória.
Alessandro também descreve a atmosfera no estádio, principalmente nos momentos críticos, como o gol de empate do Boca Juniors. Ele recorda a sensação generalizada de desespero e a ansiedade que tomou conta dos torcedores, muitos dos quais, segundo ele, não conseguiam conter as lágrimas. No entanto, essa tensão se transformou em alívio com o gol decisivo de John Kennedy, um momento que ele encara como um misto de euforia e alívio, marcando a conquista tão esperada pelo Fluminense. “Foi uma emoção que eu não vou esquecer nunca”, diz Possati.
Olhando para o Mundial de Clubes, o torcedor se mostrou cautelosamente otimista. Ele avalia que o Fluminense tem boas chances na semifinal, independentemente do adversário, mas demonstrou preocupação com a intensidade do jogo contra equipes europeias, como o Manchester City. Mesmo assim, ele mantém esperanças altas para o time, acreditando na capacidade do Fluminense de surpreender no cenário mundial.
Paixão tricolor em família
Natália Pinna com familiares tricolores (Foto: Natália Pinna/Arquivo pessoal)
Natália Pinna, estudante de Serviço Social na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), compartilha uma conexão atávica com o Fluminense: a paixão pelo time é um legado em sua família, transmitido de seu avô paterno. Ela descreveu como, desde a infância, foi envolvida na cultura do clube, um costume que se fortaleceu durante a campanha da Libertadores com a tradição de assistirem a jogos importantes na sede do clube, quando não podiam estar no estádio.
Durante a final, embora frustrados pela impossibilidade de assistir ao jogo nas Laranjeiras, sua família se reuniu em um bar próximo ao Maracanã, criando um ambiente de união e apoio mútuo, com a presença de várias gerações de torcedores tricolores.
A expectativa de Natália antes da final da Libertadores era alta, motivada pela competência do técnico Diniz e o desempenho do elenco. Apesar de um certo receio, ela manteve a confiança no time. A realidade da vitória, embora esperada, não diminuiu a intensidade emocional do momento.
Para Natália, ver o Fluminense levantar a taça da Libertadores foi um momento de emoção indescritível e mágico. A tensão da prorrogação, seguida pelo gol da vitória de John Kennedy, transformou a ansiedade em alegria e alívio. Ela descreveu como a esperança se renovou durante a prorrogação, numa mistura de nervosismo e confiança que culminou em lágrimas e celebração: “O gol da vitória veio pelo grande JK e com ele muito choro, muita emoção indescritível. Foi mágico.”
Quanto ao Mundial, Natália e sua família mantêm um otimismo moderado. Ela expressou a esperança de que o Fluminense chegue à final, possivelmente enfrentando o Manchester City. Reconhecendo a dificuldade e a responsabilidade de um torneio mundial, ela valoriza a experiência como algo emocionalmente significativo, independentemente do resultado final.