Exposição “Esqueleto: algo de concreto” busca resgatar memórias de comunidade

Exposição "Esqueleto: algo de concreto" busca resgatar memórias de comunidade

Por: Vinícus Feliciano

Cerimônia de abertura da exposição / Foto: Vinícius Feliciano



A história da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) é marcada pela expulsão de diversas famílias da Favela do Esqueleto, anteriormente abrigada no terreno que, hoje, pertence à Universidade. 

A mostra em cartaz nas galerias de arte da Uerj, Candido Portinari e Gustavo Schnoor, “Esqueleto: algo de concreto” tenta divulgar a história dessas famílias por meio da arte de 43 artistas de gerações diferentes, mas com a ancestralidade marcada pela comunidade.

A mostra que conta com a curadoria de Alexandre Sá, Analu Cunha, Ana Tereza Prado Lopes, Marisa Flórido e Maurício Barros de Castro, professores do Instituto de Artes da Uerj (Iart/Uerj), e André Carvalho, vice-diretor da Escola de Desenho Industrial da Uerj (Esdi/Uerj), busca apresentar trabalhos de artistas diversos, nomes como Carlos Vergara, Helena Trindade e Leila Danziger estão presentes. 

A festa de inauguração ocorreu no dia 14 de março às 16 horas na Galeria Candido Portinari. A Reitora da Universidade, Gulnar Azevedo, comandou a cerimônia, que contou, também, com os curadores e alguns dos artistas.

Com entrada gratuita, a exposição está em cartaz de 15 de março até 9 de maio nas galerias Candido Portinari (próxima ao portão 5) e Gustavo Schnoor (interior da Coart), e o horário de visitação é das 10h às 19h, de segunda a sexta. Além das obras, também serão oferecidas diversas oficinas e cursos seguindo a temática do evento, confira a programação. Na entrada, é possível retirar um panfleto com os créditos da exposição e deixar sua assinatura para marcar presença.  

Favela do Esqueleto

Localizada onde, hoje, é a Uerj, a Favela do Esqueleto foi uma comunidade existente entre as décadas de 1930 e 1960 no terreno que seria para a construção do Hospital das Clínicas da Universidade do Brasil, entretanto, como as obras foram abandonadas na década de 1930, inicia-se a ocupação do edifício.

Recenseamento na Favela do Esqueleto / Foto: Arquivo geral da cidade do Rio de Janeiro



A inauguração do Maracanã, em 1950, fomentou o aumento do volume de moradores da comunidade que, no início, construíram barracos em volta do prédio, mas, logo, com a construção de diversos tipos de moradia, a favela tornou-se uma das maiores comunidades da cidade. 

A remoção da Favela foi consequência da política de remoções implantada pelo Estado da Guanabara durante o governo militar e com apoio dos Estados Unidos, nos anos 1960. A ação consistiu na transferência, à força, dos moradores para conjuntos habitacionais em áreas longínquas do centro da cidade, a maior parte foi transferida para a Vila Kennedy, em Bangu. Já em 1969, começou a ser construído no terreno o campus da Universidade do Estado da Guanabara. A construção foi finalizada e inaugurada em 1976 com outro nome, Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

 
 
Exposição “Esqueleto: algo de concreto” busca resgatar memórias de comunidade

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