“A biblioteca da meia-noite” e a saúde mental: como a literatura de Matt Haig nos faz pensar sobre a valorização da vida

“A biblioteca da meia-noite” e a saúde mental: como a literatura de Matt Haig nos faz pensar sobre a valorização da vida

Por: Maria Eduarda Galdino

Capa do livro “A biblioteca da meia-noite” de Matt Haig

 

“Enquanto estamos vivos, carregamos em nós um futuro de possibilidades”, essa é uma das frases impactantes no livro “A biblioteca da meia-noite” de Matt Haig. A obra gira em torno da vida de Nora Seed, uma mulher de 35 anos que vive inúmeras frustrações em relação a sua carreira, familiares, relacionamentos amorosos e que lida com a depressão. 

Após perder seu emprego, seu gato e ter sido ignorada por parentes e amigos em consequência de suas decisões passadas, Nora se frustrou a ponto de querer adiantar seu encontro com a morte. Enquanto dava fim a sua vida, Nora se deparou em uma biblioteca mágica que fica entre a vida e a morte, onde cada estante possui um livro que a transporta para uma vida cujo ela toma uma decisão diferente da sua atual.

Depois de viver diversas vidas na biblioteca, Nora percebeu que em cada uma delas acontece algo melhor do que na sua vida atual, mas que também não se encontra ilesa de momentos tristes, inesperados e negativos, como na vida na qual ela consegue se tornar famosa e rica, mas perde uma pessoa que ama. Esses episódios a fazem perceber que a tristeza faz parte da vida, não importa qual das versões ela escolha, Nora aprende que o que realmente importa é como ela escolhe lidar com essas situações que frustram e abalam a saúde mental.

“A vida é uma jornada, não um destino. Não importa onde você esteja agora, o importante é continuar caminhando”. No fim, Nora conclui que ela não viveu uma boa vida porque não decidiu ser feliz apesar dos obstáculos e das más escolhas, que sua vida não é perfeita e nunca irá ser, então ela escolhe voltar para sua vida atual e ter um novo recomeço, um encontro com a felicidade.

A obra ficcional de Matt Haig serve de grande aprendizado quando pensamos sobre dar valor a nossas vidas. O escritor já revelou em diversas entrevistas que já esteve em estados críticos em relação a sua saúde mental, lidando com a depressão e crises de pânico e que ele gostaria de ter tido um livro que lida com a depressão de forma esperançosa, como “A biblioteca da meia-noite”.

No Brasil, o Centro de Valorização à Vida (CVV) é um serviço de apoio psicológico e prevenção ao suicídio. O atendimento é 24 horas pelo telefone 188 

“A biblioteca da meia-noite” e a saúde mental: como a literatura de Matt Haig nos faz pensar sobre a valorização da vida

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