Solmáforo, um semáforo para meio ambiente
Equipamento mede condições atmosféricas, como temperatura e nível de dióxido de carbono
Por Everton Victor e Julia Lima
Uma mistura de sinal de trânsito com alerta meteorológico. É mais ou menos assim que funciona o Solmáforo, um equipamento exibe a temperatura, umidade do ar, quantidade de raios UV e, especialmente, o nível de dióxido de carbono (CO₂) na atmosfera. Projetado por técnicos das empresas Itaipu Binacional e Itaipu Parquetec, o Solmáforo foi oficialmente lançado em 3 de outubro durante a reunião ministerial de Energia Limpa do G20, em Foz do Iguaçu, única cidade não-capital a receber um evento do grupo.
A iniciativa do Solmáforo surgiu em julho deste ano, por conta da realização do encontro das 20 maiores economias do mundo no Brasil. O propósito era informar de modo acessível a quem estivesse por perto as condições atmosféricas.
O equipamento lembra uma espécie de caixa colorida, e nos quatro lados estão disponíveis as informações sobre as condições atmosféricas. A ideia é a mesma de um semáforo: verde para condições boas, amarelo para estado de alerta e vermelho para atenção. A preocupação dos criadores era que o Solmáforo fosse visual, ou seja, compreensível pelas cores, e personalizável, para ser adaptado a diversos momentos e eventos.
Iggor Gomes Rocha, diretor administrativo da Itaipu, afirma que os Solmáforos foram projetados de modo que pudessem servir para comparar lugares distintos. “A gente queria demonstrar a diferença de localidades. Então eu colocando um Solmáforo no Parque Nacional das Cataratas, em Foz do Iguaçu, e colocando o outro no centro, numa mesma cidade, vai dar a diferença. Sobretudo em temperatura, porque a área verde consegue manter a temperatura mais baixa, e na concentração de dióxido de carbono.”
Para José Alberto Pereira Santos, coordenador de Tecnologias Aplicadas da Itaipu Parquetec, a presença de dados sobre raios UV e dióxido de carbono, além de gerar curiosidade, auxilia nos cuidados da saúde das pessoas que passam em torno do Solmáforo. A exposição excessiva ao sol, que emite raios ultravioletas, pode causar envelhecimento precoce, danos oculares, como cataratas e câncer de pele. Só no Brasil, são estimados 704 mil novos casos de câncer de pele no triênio 2023-2025, de acordo com o último levantamento do Instituto Nacional de Câncer.
Até o momento, foram produzidos três equipamentos, que serão instalados no Parque de Itaipu, no Centro de Recepção de Visitantes da Itaipu Binacional e na Ponte da Amizade, que une Brasil e Paraguai. O pedido de patente do equipamento já foi feito, mas a intenção não é gerar lucro para as empresas. Segundo Iggor, “se outras entidades tiverem interesse em replicar esse equipamento, nós temos todo o interesse que seja feito”.