10 Coisas que Eu Odeio em Você

10 Coisas que Eu Odeio em Você

O #Replay de hoje nos traz a nostálgica comédia romântica “10 Coisas que Eu Odeio em Você”!

Por: Livia Bronzato

Elenco do filme, da esquerda para a direita: Cameron (Joseph Gordon-Levitt), Kat Stratford (Julia Stiles), Joey (Andrew Keegan), Patrick Verona (Heath Ledger), Bianca Stratford (Larisa Oleynik), Chastity (Gabrielle Union) e Michael (David Krumholtz).
 

O filme foi lançado há 25 anos e tem como inspiração a obra “A Megera Domada” de Shakespeare. Ele conta uma história de diversas conquistas românticas entrelaçadas: Bianca Stratford deseja se relacionar, mas seu pai não permite que as filhas tenham namorados. Após muito insistir, ele propõe um novo acordo, em que Bianca só poderá ter seu desejo atendido quando sua irmã, Katarina, também estiver com um par. Nesse momento, Cameron, apaixonado por Bianca, inicia seu plano, contratando o temido e durão Patrick Verona para conquistar sua futura cunhada.

 

Para além da parte amorosa, a obra cinematográfica nos apresenta uma personagem feminina segura e forte, que traz muitos ensinamentos às mulheres. Kat Stratford, conhecida no colégio como a megera, antissocial, feminista e orgulhosa, representa uma garota que, na verdade, é cheia de si e prefere viver sua vida sem se preocupar com a opinião alheia. Kat também é estudiosa e busca ir para uma faculdade de outra cidade. Ela é um exemplo para nós acerca da autoconfiança, orgulhando da sua própria autenticidade.

Para aqueles que nunca assistiram ao filme, é uma ótima recomendação por se tratar de um filme leve e divertido, que possivelmente entrará para sua lista de “filmes conforto”!

 
 

Olimpíadas 2024: a prova de que saúde mental é um fator determinante para o alto rendimento do atleta

Olimpíadas 2024: a prova de que saúde mental é um fator determinante para o alto rendimento do atleta

Por Letícia Ribeiro

Rayssa Leal, Rebeca Andrade e Simone Biles

 

Desde os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, quando Simone Biles abandonou a competição para cuidar de sua saúde mental, a relação atleta e bem-estar mental ganhou uma dimensão global. Nos Jogos de Paris deste ano, a preparação mental dos atletas voltou a ser assunto, principalmente no que tange aos benefícios para o desempenho em competições.

O assunto que, durante muito tempo, fora considerado tabu, agora, mostra-se fundamental para o mundo dos esportes. A saúde mental não era um componente na preparação dos atletas, principalmente os de alto rendimento. O nadador Michael Phelps, por exemplo, conviveu com a depressão, em silêncio, por medo que isso fosse visto como fraqueza. Agora, é amplamente aceito que a psicologia esportiva mudou o cenário do esporte.

Atletas como Rebeca Andrade e Rayssa Leal, medalhistas olímpicas do Brasil, frisam a importância do acompanhamento psicológico, colocando-o como peça fundamental em suas conquistas. Rebeca, em várias entrevistas, já contou sobre a importância da psicologia em sua vida como atleta, e como seria se não tivesse o devido acompanhamento. A ginasta afirma que seria uma pessoa diferente, com mais inseguranças e dúvidas.

Não só nas olimpíadas, mas em todas as vertentes esportivas, a psicoterapia mostra-se um aliado importante dos atletas.

Em entrevista para a AJ, a psicóloga Fabiana Alves Bahia, formada pela Universidade Paulista, afirma que a saúde mental é essencial para o desempenho dos atletas em competições:

“Na psicologia, já superamos a visão de que corpo e mente são entidades separadas; ambos estão profundamente interligados”, disse Fabiana. Além disso, pontuou que o acompanhamento psicológico age,não só no desempenho individual do atleta, como também é importante para o aprimoramento do ambiente de trabalho e das relações interpessoais – minimizando o impacto que a vida profissional de uma atleta de alta performance tem em outras áreas da vida.

Os resultados não dão espaço para discordância. A volta de Simone Biles para as competições – e, principalmente, para os pódios – evidencia como o tratamento da parte mental do atleta não deve ser negligenciada. Não só a norte-americana, como também os atletas brasileiros – o vigor mental elogiável que eles apresentaram nas Olimpíadas de Paris – é a prova de que o desempenho físico precisa ser aliado ao cuidado mental.

Além do talento na ginástica, Jade Barbosa cria os collants do time do Brasil

Além do talento na ginástica, Jade Barbosa cria os collants do time do Brasil

Por Livia Bronzato

Foto: Ricardo Bufolin/CBG

 

Foram onze collants para as Olimpíadas de Paris 2024: cinco para os treinos e seis para as competições. Em junção do esporte com o universo da moda, sua preocupação é com o conforto dos uniformes, para que eles não saiam do lugar durante as apresentações, e com a representação estética, utilizando cores da bandeira do Brasil e inspirações do passado. A medalhista olímpica Jade Barbosa já criou também os collants utilizados na Olimpíada de Tóquio 2020 e nos Mundiais de Ginástica Artística de 2022 e 2023. Ela os produz pensando na autoconfiança de suas parceiras de equipe, procurando incluir elementos que elas valorizem. A ginasta contou em entrevista que faz isso porque acredita que quando se está usando a roupa que deseja no dia da competição, a pessoa se sente preparada e pronta. Disse também que não teve esse tipo de apoio no início de sua carreira e que sua motivação é ver as novas gerações se sentindo representadas.

 

Foto: Ricardo Bufolin/CBG

 

Jade iniciou essa prática quando, em 2018, um novo patrocinador da seleção convidou as atletas para opinar nas produções. O espírito artístico da ginasta vem de família. Seu pai foi arquiteto, seu avô foi desenhista e seu irmão é designer; ela iniciou a faculdade de Design mas não conseguiu conciliar com os treinos. Quando criança, seu pai resolveu começar a costurar os collants após observar que alguns eram desconfortáveis para a filha e, juntos, colavam as pedras brilhantes manualmente.

Após 16 anos, Boston Celtics alcança a glória do basquete novamente

Após 16 anos, Boston Celtics alcança a glória do basquete novamente

O dia 17 de junho é marcante na história da franquia, primeiro em 2008 e agora em 2024.

Por: Livia Bronzato

UM GRANDE SONHO

No último dia 17, o Boston Celtics ganhou a final dos Playoffs da NBA, enfrentando o Dallas Mavericks, o time venceu marcando 106 pontos enquanto seu adversário fez 88. A etapa final é no formato “melhor de sete”, mas foram necessários apenas cinco (4 a 1), terminando com a vitória do time de Massachusetts.

Nessa partida, Jayson Tatum foi o cestinha, marcando 31 pontos, e seu colega de time Jaylen Brown marcou 21, liderando juntos a vitória do Celtics. Em contrapartida, Luka Dončić, jogador do Mavericks, fez 28 pontos.

Foto: Reprodução/Celtics
 

A trajetória rumo ao troféu é longa. Cinco anos após a vitória de 2008, Boston reconstruiu seu time, fazendo mudanças no elenco que fora campeão. Essa reestruturação garantiu a possibilidade de escolhas no draft, período em que são recrutados novos jogadores para ingressar na NBA. Dessa forma, Jaylen Brown e Jayson Tatum passaram a fazer parte do elenco do Boston Celtics em 2016 e 2017, respectivamente, fortalecendo o time novamente. Em 2022, o time conseguiu chegar à final contra o Golden State Warriors, mas perdeu o título. No ano seguinte, ocorrem mais importantes trocas de jogadores, Kristaps Porzingis e Jrue Holiday que ajudaram no domínio de Boston durante toda a temporada regular de 23/24, ao todo somando surpreendentes 64 vitórias e apenas 18 derrotas.

DESTAQUES DO BOSTON

Os jogadores do Celtics que foram essenciais para essa vitória são Tatum, que durante todo os playoffs foi, entre seu elenco, o líder em pontos, rebotes e assistências, e Brown, ganhador do prêmio Most Valuable Player (MVP) da final de conferência leste e da final da liga. Além de Holiday e Porzingis, que são grandes jogadores, funcionando como peças-chave para alcançar o êxito.

Sobre o bom relacionamento entre os membros da equipe, Jaylen Brown comenta acerca de sua parceria com Tatum: “O MVP poderia ter sido para qualquer um, poderia ter ido para Jayson. Eu não consigo descrever suficientemente sobre seu altruísmo ao longo de toda a jornada. Nós fizemos isso juntos, como um time unido e isso é o mais importante de tudo. Nós estivemos jogando juntos por sete anos, muitos disseram inúmeras vezes que não venceríamos juntos, que não formaríamos uma boa equipe. Nós apenas bloqueamos isso e continuamos nos esforçando. Acima de qualquer coisa, eu confiei nele e ele confiou em mim. Chegar até aqui ao lado de JT é incrível, é muito bom.”, disse o jogador.

A TORCIDA BRASILEIRA

Em entrevista para o LED, o estudante da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e torcedor do Boston Celtics Bruno Silvares contou sobre sua relação com o time. Ele diz que é muito bom conseguir ver a evolução do elenco tanto individualmente quanto como equipe. “Há dois anos, quando comecei a acompanhar, o time estava no começo do caminho que resultaria a derrota nas finais e, desde então, é bem interessante perceber a diferença de maturidade e de consistência e como o time se ajustou para que dois anos depois chegassem à final novamente e saíssem vitoriosos, dessa vez.”, diz ele.

Também fala sobre sua experiência com o basquete. Bruno fez aulas quando pequeno e se identificou com o esporte assim que começou. “Como funcionam as jogadas, as organizações de ataque e defesa e o dinamismo do jogo me interessaram.” Anos depois, ele passou a acompanhar os jogos, mas sentia dificuldade por conta do difícil acesso às transmissões. “O esporte nunca foi muito popular no Brasil, então eram raras as vezes que era possível assistir ao vivo, pois nem todos os jogos tinham transmissão”, diz o estudante.

Sobre a comunidade de pessoas que também acompanham aqui no Brasil, ele acrescenta: “Tenho alguns amigos que torcem, mas a maioria das pessoas que vejo torcendo estão nas redes sociais, em diferentes partes do país, comentando em diferentes perfis no X, antigo Twitter, e no Instagram, o que acaba provocando uma maior disseminação do esporte no Brasil. O que é muito interessante”.


CURIOSIDADES

Com a conquista, o Boston Celtics se torna novamente o time com mais vitórias nos playoffs, com 18 títulos, ultrapassando Los Angeles Lakers, que possui 17.

O décimo oitavo troféu foi levantado exatamente 16 anos após o último título, ocorrido em 17 de junho de 2008.

Alfred “Al” Joel Horford Reynoso foi o primeiro jogador nascido na República Dominicana a ser vencedor na história dos playoffs, enquanto Kristaps Porzingis e Neemias Esdras Barbosa Queta foram os primeiros ganhadores nascidos na Letônia e em Portugal, respectivamente.

 

 

Conheça o Instituto Vini Jr: projeto social idealizado pelo jogador

Conheça o Instituto Vini Jr: projeto social idealizado pelo jogador

Atacante do Real Madrid diz que se sente orgulhoso pela criação do projeto como se fosse um gol na final da Champions League

Por Livia Bronzato

Vinicius Junior, um dos maiores nomes do futebol mundial atual, quando mais novo, estudou na Escola Paulo Reglus Freire durante o Ensino Fundamental I, conhecendo, portanto, a difícil realidade do ensino público brasileiro, que cada vez mais sofre um processo de sucateamento. Por isso, o jogador idealizou o Instituto Vini Jr e o criou em 2020, tendo como objetivo apoiar um ensino mais eficaz nas escolas públicas, a partir da utilização de tecnologia como instrumento, e despertar o interesse dos estudantes na escola.
 
 
Foto: Instituto Vini Jr/Divulgação
 
O trabalho da instituição baseia-se na valorização do conhecimento e da individualidade de cada criança, trazendo sua realidade para dentro das salas, aproximando o ensino e suas vivências pessoais. Como ferramenta para facilitar o aprendizado, eles utilizam a tecnologia e o esporte. Esse projeto é disponibilizado gratuitamente nos colégios em que a instituição está presente, além de já contemplar cerca de 4,5 mil estudantes e contar com 225 profissionais da educação envolvidos.
 
Centro de Tecnologia Educacional BASE (CT Base), como são chamadas as salas transformadas pelo instituto, estão localizadas na Escola municipal Dr. Afonso Pena Junior, na Escola municipal Paulo Reglus Freire, na Escola municipal Dr. Manoel Reis, na Escola municipal Machado de Assis, na Escola municipal de Educação Básica Professora Adolfina Diefenthaler, na Escola municipal Visconde Sepetiba, na Escola municipal Cantor e Compositor Gonzaguinha e na Escola municipal Francisco Benjamin Gallotti. Os CT Base são equipados com celulares, tablets e televisões para que os professores possam dinamizar o processo de ensino, além do aplicativo Base, plataforma de ensino em formato de minijogos, desenvolvendo as habilidades dos alunos e aumentando o interesse deles dentro das salas de aula. O aplicativo é voltado para os estudantes do Ensino Fundamental I e eles podem ganhar troféus e prêmios ao realizarem os exercícios, participando de uma espécie de torneios a cada bimestre. As atividades no Base estão de acordo com a Base Nacional Comum Curricular, documento referencial para o conteúdo ensinado nas escolas.[/caption]

“Eu não quero que as crianças virem mais Vinicius Jrs, mais Neymares, mais Cristianos Ronaldos. Quero ter mais médicos, mais gente formada, mais pessoas em todos os segmentos para a evolução de cada um”, diz Vini.

Foto: Instituto Vini Jr/Divulgação

No site do instituto Vini Jr, podem ser feitas contribuições financeiras à instituição. Também no site, eles disponibilizam o download do Manual de Educação Antirracista, desenvolvido pela equipe pedagógica e pelo professor Allan de Souza, que visa à reflexão de como o racismo pode atuar dentro da sala de aula e de como ser um educador antirracista.

Diretoria do Flamengo não faz tabelinha com a torcida

Diretoria do Flamengo não faz tabelinha com a torcida

Jogo amistoso, no Maracanã, para arrecadar doações aos gaúchos tem apoio do Flamengo, que votara contra a paralisação do Brasileirão após enchentes no RS.

Por Livia Bronzato

 

O ADIAMENTO

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) na quarta-feira (15), anuncia que as rodadas sete e oito da série A do Campeonato Brasileiro foram adiadas. A Federação Gaúcha de Futebol enviou uma solicitação oficial à CBF para que houvesse um intervalo na competição, a pedido de Juventude, Internacional e Grêmio, em razão das graves enchentes no Rio Grande do Sul. A decisão foi tomada a partir de uma consulta aos 20 clubes da série A, 15 deles se manifestaram a favor da paralisação. Foram eles: Atlético-GO, Atlético-MG, Athletico-PR, Bahia, Botafogo, Criciúma, Cruzeiro, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Grêmio, Internacional, Juventude, Vasco e Vitória.

Foto: Anselmo Cunha/AFP

Segundo a CBF, apenas Corinthians, Flamengo, Palmeiras, Red Bull Bragantino e São Paulo não comentaram oficialmente sobre o assunto. Ao UOL, no entanto, o Bragantino afirmou apoiar a decisão e ter manifestado à entidade sua posição, surpreendendo-se por não ter sido adicionado à lista dos favoráveis. O Corinthians emitiu comunicado suspendendo a venda de ingressos para o jogo de domingo (19) e o São Paulo afirmou que aceitará a decisão da CBF. Flamengo e Palmeiras foram os únicos times que não se pronunciaram. O público não respondeu bem ao posicionamento desses clubes.

“FUTEBOL SOLIDÁRIO”

Neste domingo (26), em iniciativa da Rede Globo, com apoio da CBF, da Prefeitura do Rio de Janeiro e do Flamengo, o estádio Maracanã será palco de um jogo beneficente, para a arrecadação de doações destinadas às vítimas dos desastres no RS. O jogo contará com artistas e importantes atletas do futebol, como Cafu, Ronaldinho, Ludmilla, Thiaguinho, Diego Ribas, Petkovic e outros. O montante arrecadado com a venda de ingressos será doado para a Central Única das Favelas (Cufa), instituição que promove o esporte entre moradores de favelas. E a receita de comercialização dos patrocínios da transmissão do “Futebol Solidário” será doado por projetos da plataforma Para Quem Doar.

UMA ANÁLISE DE GESTÃO

Ao Laboratório de Editoração Eletrônica, Ricardo Benevides, graduado em Relações Públicas e professor da Faculdade de Comunicação Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, comenta sobre as posições da diretoria do Flamengo envolvendo as tragédias do RS. Benevides acredita que a decisão da diretoria do clube demonstra insensibilidade com as vítimas e, também, com a esportividade, já que os times do Sul não estão em condições normais de funcionamento, causando uma desigualdade dentro do Campeonato Brasileiro. É um posicionamento que espelha a despreocupação com condições verdadeiramente justas dentro do esporte.

O professor diz ainda que parte da torcida separa o clube Flamengo e a direção do presidente Rodolfo Landim, por conta de sucessivas decisões da diretoria que desagradam a essa parcela de torcedores. A distância drástica entre a direção e os torcedores aumenta com as demonstrações de que não há a defesa de princípios de esportividade dentro da gestão.

“A visão reativa em relação a essa insensibilidade do Flamengo não pode ter nenhum outro caminho a não ser o reposicionamento do conceito Flamengo em torno de princípios humanos e na defesa do jogo justo, e isso não é o que o Flamengo demonstra hoje. Então, estamos falando, na verdade, não de imagem, mas do Flamengo repensar os seus próprios posicionamentos em torno de seus princípios. A forma como eles são afirmados, a maneira como o Flamengo constrói o conceito sobre si é altamente dependente de outra visão de gestão. A gestão pode ser muito bem-sucedida esportivamente, contratar bem e ganhar títulos, mas ainda sim ser alinhada à ideias absolutamente nefastas.”, diz Ricardo.

Premiação Laureus: Brasil não ganha prêmio, apesar de indicações

PREMIAÇÃO LAUREUS: BRASIL NÃO GANHA PRÊMIO, APESAR DE INDICAÇÕES

Países em desenvolvimento não costumam ser contemplados na categoria principal.

Por: Letícia Ribeiro e Livia Bronzato

O Prêmio Laureus do Esporte Mundial teve sua 25a edição sediada em Madri (Espanha), no último dia 22 de abril. É uma premiação realizada pela Academia de Esportes Mundiais Laureus, composta por um grupo único de lendas do esporte. Ela premia os atletas com maior destaque da temporada durante o ano anterior, servindo como um incentivo aos esportistas. Apesar de ser um marco no mundo esportivo, a premiação acaba refletindo a desigualdade entre os atletas do mundo inteiro.

Foto: Reprodução/Instagram

Mesmo com as três indicações – Rayssa Leal, Filipe Toledo e Bola pra frente – o Brasil não levou nenhum prêmio para casa. Apesar de não terem levado a melhor em 2024, os brasileiros já conquistaram alguns prêmios nos anos anteriores.

Logo na primeira edição, no ano 2000, Pelé levou um prêmio em reconhecimento de sua carreira brilhante no esporte.

Foto: Reprodução/Youtube

Já em 2002, foi a vez do skatista brasileiro Bob Burnquist, ganhando na categoria de Melhor Atleta de Esportes de Ação. No ano seguinte, a seleção masculina de futebol ganhou como Melhor Equipe do Ano. No mesmo ano, Ronaldo, conhecido como Ronaldo Fenômeno, como Melhor Retorno Esportivo. Seis anos mais tarde, em 2009, o nadador Daniel Dias, conquistou o prêmio de Melhor Atleta Paralímpico, ganhando mais duas vezes na mesma categoria, uma em 2013, e outra em 2016. Em 2012, o empresário e ex-jogador Raí ganhou na categoria Esporte pelo Bem, por ser fundador da Fundação Gol de Letra, projeto que oferece acesso à educação para crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social. O último prêmio brasileiro foi em 2018, com o time da Chapecoense no Melhor Momento Esportivo, pelo seu bom desempenho nas competições após a tragédia ocorrida em 2016, acidente de avião que vitimizou 71 jogadores do clube.

BRASILEIROS INDICADOS EM 2024

Se o Brasil, a exemplo de outros países em desenvolvimento, continua sem ser contemplado pelo prêmio principal, teve três indicações para outras categorias: Rayssa Leal e Filipe como Esportista de Ação do Ano e, também, a indicação do projeto Bola pra Frente em Esporte pelo Bem.

Rayssa Leal, aos 15 anos, somou a sua medalha de prata olímpica, a sua primeira medalha de ouro nos campeonatos mundiais de Street Skateboarding, no Sharjah, nos Emirados Árabes Unidos. A skatista permaneceu na liderança depois da terceira rodada de manobras, com 255,58 pontos. Leal também levou seu segundo ouro em Chiba, no Japão, no campeonato X Games.

Outro indicado é Filipe Toledo, surfista bicampeão mundial consecutivo, de 29 anos, é o quarto brasileiro a ganhar um título mundial na maior categoria de surfe do mundo. Para conquistar o título da World Surf League, em Trestles, na Califórnia, Filipinho venceu com nota 8.97 ao final da somatória da última bateria, passando a frente de Ethan Ewing, surfista australiano.

E, na categoria Esporte pelo Bem, o Brasil também foi indicado com o projeto Bola pra Frente, fundada pelo tetracampeão mundial de futebol Jorginho, é uma organização da sociedade civil que atua em comunidades em situação de vulnerabilidade social, usando o esporte e a cultura para promover habilidades motoras, de aprendizagem, trabalho em equipe, conhecimentos gerais e vida saudável da população.

POR QUE OS PAÍSES MENOS DESENVOLVIDOS TÊM MENOS INDICAÇÕES?

É notório a discrepância de indicações entre os países desenvolvidos e os subdesenvolvidos. A diferença de indicações nos últimos 5 anos:

ANO
SUBDESENVOLVIDOS
DESENVOLVIDOS
2024
13
35
2023
11
37
2022
6
40
2021
4
29
2020
11
36

Isso reflete o cenário desigual dentro do esporte, em que os atletas de países subdesenvolvidos não recebem os investimentos necessários e o apoio governamental como os atletas de países desenvolvidos. Na maioria dos casos, o retorno financeiro do esporte não é satisfatório ao ponto de o atleta conseguir se sustentar apenas com o que ganha profissionalmente, precisando dividir o tempo hábil com um trabalho secundário para complementar sua renda.

Essa situação, no Brasil, que já era comum, foi agravada com a extinção do Ministério do Esporte em 2019 durante o governo Bolsonaro. O projeto Transparência no Esporte da Universidade de Brasília divulgou dados que mostram a redução de 47%, de 2016 para 2020, do investimento para a formação e treinamento de atletas brasileiros para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Em 2020, o valor foi de R$ 2 bi enquanto, no ciclo olímpico anterior, foi de R$ 3,2 bi.

A falta de investimento reflete diretamente na performance do atleta, porque, além do bom desempenho no esporte, é preciso arcar com os custos das viagens, dos treinos, dos equipamentos e das demais necessidades, como suas despesas pessoais e familiares.

No centenário da “Resposta Histórica”, atletas sub-17 do Flamengo são vítimas de injúria racial

No centenário da “Resposta Histórica”, atletas sub-17 do Flamengo são vítimas de injúria racial

No centenário da “Resposta Histórica”, atletas sub-17 do Flamengo são vítimas de injúria racial

Por Juliana de Sá

Foto: Marcelo Wanke/Vasco da Gama

 

No domingo, 14, a cidade do Rio de Janeiro comemorou o centenário da Resposta Histórica. A carta, redigida pelo então presidente do Vasco da Gama, José Augusto Prestes, continha a recusa do clube a dispensar doze atletas, negros e operários, do elenco campeão carioca de 1923. Exatamente cem anos depois, porém, mais um episódio de racismo ocorre no futebol. Em nota, o Flamengo divulgou que atletas da base que disputavam a Generation Adidas Cup sub-17, na Flórida, foram vítimas de injúria racial em jogo contra o Philadelphia Union.

Esse caso está longe de ser isolado. Ainda este ano, por exemplo, o atleta Lucas Eduardo, capitão do sub-20 do Vasco, foi vítima de injúria racial em partida válida pela Copinha, em Guarulhos, São Paulo. Foram proferidos pela arquibancada insultos racistas, além de uma garrafa ter atingido o jogador. Já na Espanha, o brasileiro Vinicius Júnior, do Real Madrid, sofre com constantes ataques racistas. Em entrevista coletiva antes do amistoso entre as seleções brasileira e espanhola, o atacante chorou ao falar sobre o racismo que sofre no país europeu. Em fevereiro, quando o atacante Endrick disputava o Pré-Olímpico pela seleção brasileira, o jogador publicou um vídeo onde torcedores venezuelanos imitavam macacos para seu pai no estádio Brígido Iriarte, em Caracas.

Passaram-se cem anos da explícita tentativa de exclusão de atletas negros por parte da elite do futebol carioca. Um século desde que o Club de Regatas Vasco da Gama se posicionou contra o racismo vigente no Rio de Janeiro à época. Sem isso, talvez o Brasil não tivesse ídolos como Pelé, Garrincha, Romário, Cafu, Leônidas da Silva, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho… e talvez o Brasil não fosse o “país do futebol”. Ainda assim, atualmente, jogadores negros seguem sendo vítimas de ofensas à sua cor. Apesar de muito ter mudado em um século, a mentalidade racista continua a ser perpetuada, e o povo negro segue sendo sujeito a exclusões sistêmicas.

Foto: Rafael Ribeiro/CBF
 

O Flamengo afirma ter entrado com representação formal à Major League Soccer (MLS), organizadora do torneio que os jovens da base do clube carioca disputavam, e a entidade declarou que irá investigar o caso. Além disso, a equipe se recusou a entrar em campo para disputar o terceiro lugar. O Vasco da Gama demonstrou apoio ao maior rival pelas redes sociais. Nos casos envolvendo Lucas Eduardo, Vinicius Júnior e o pai de Endrick, os autores seguem impunes. 

Nadadora multimedalhista paralímpica: quem foi Joana Neves?

Nadadora multimedalhista paralímpica: quem foi Joana Neves?

Por: Livia Bronzato e Juliana de Sá

Foto: Ale Cabral/CPB

O Brasil se despediu de um grande nome da natação paralímpica no último dia 18. Joana Neves, 37 anos, conhecida como “Peixinha”, conquistou cerca de 30 medalhas ao longo de sua carreira de atleta. A nadadora subiu ao pódio cinco vezes nas suas participações em Jogos Paralímpicos, sendo duas pratas e três bronzes entre as edições de Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020. Além disso, nos Jogos Parapan-americanos, a atleta soma 13 medalhas de ouro, 1 de prata e 1 de bronze. Eleita a melhor nadadora paralímpica brasileira nos anos de 2015 e 2020, ela também colecionou medalhas em edições do Campeonato Mundial de Natação Paralímpica: 3 ouros, 4 pratas e 8 bronzes.

 

 

Joana, natural de Natal – RN, era portadora de acondroplasia, doença rara que faz com que os braços e as pernas sejam mais curtos em relação ao tronco. Sua jornada na natação se iniciou em 2000, por recomendação médica, a fim de fortalecer seus ossos, e logo virou sua paixão. Começou a competir aos 13 anos, dando início a sua carreira nas piscinas.

No fim de sua trajetória, a potiguar defendia o clube Sociedade Amigos do Deficiente Físico (Sadef), no qual iniciara sua jornada. No dia 17 de março, ela passou mal no Centro de Treinamento Paralímpico e foi levada ao hospital. Joana, porém, sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu. A Sadef afirmou que a atleta havia passado por episódios convulsivos anteriormente e que já buscava um diagnóstico.

Futuro dos gramados no Brasileirão: sintéticos continuam no jogo

Futuro dos gramados no Brasileirão: sintéticos continuam no jogo

Manutenção e padrões de qualidade dos campos em foco após decisão da CBF

Por: Gabriel Amaro

 

Foto: Vitor Silva/Botafogo

Gramado sintético do Estádio Nilton Santos, do Botafogo

 

Na temporada de 2023, os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro enfrentaram um total de 741 baixas médicas e as lesões alcançaram uma média de 37 por equipe. América-MG, São Paulo e Goiás lideraram esse ranking indesejável, com 56, 55 e 54 lesões respectivamente, colocando em evidência a situação do Independência. O estádio, casa do recém-rebaixado América-MG — clube com o maior número de lesões —, apresentou condições precárias de gramado, com áreas irregulares e manchas escuras, antes do clássico contra o Atlético Mineiro pela semifinal do Campeonato Mineiro em 17 de março, devido a um evento musical realizado na semana anterior.


Liszt Palmeira de Oliveira, chefe do serviço de ortopedia do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe) e professor associado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), explica que distensões musculares são menos frequentes em superfícies sintéticas e aponta um maior risco de lesões da musculatura posterior da coxa em gramados naturais. Ele traz à discussão evidências científicas que apontam para uma incidência de lesões 14% menor em gramados sintéticos de terceira geração, certificados pela FIFA, em comparação aos naturais.


No entanto, Oliveira enfatiza a importância da manutenção adequada das superfícies, independentemente de sua natureza, para garantir a segurança dos atletas. “O risco de lesões é maior nos gramados naturais ou sintéticos de má qualidade, especialmente quando sua manutenção não segue o padrão,” destaca o especialista.


A qualidade dos gramados nos estádios brasileiros tem sido um tema recorrente de discussão, especialmente após incidentes como o que transformou o Maracanã em um lamaçal antes da partida entre Fluminense e Olimpia, válido pelas quartas de final da Libertadores, em agosto de 2023, com o gramado sendo usado após duas partidas seguidas do Fluminense e do Vasco. A Conmebol multou o Fluminense em US$ 15 mil (R$ 74 mil) pelo estado do campo na partida.


A situação levou a trocas de acusações entre os clubes rivais e questionamentos sobre a gestão do estádio, temporariamente nas mãos de Flamengo e Fluminense. A necessidade de fechar o Maracanã por 20 dias até a Copa do Brasil para recuperar o campo mostra uma problemática mais ampla relacionada à manutenção dos gramados no país.


Em 2024, a situação não mostrou melhoras significativas, como evidenciado pelo estado do gramado do Maracanã após a reabertura para as partidas do Campeonato Carioca. Os megashows de Paul McCartney e Ivete Sangalo no fim de 2023 — que deixaram o palco montado por cerca de 15 dias, impedindo a recepção de luz solar e o tratamento adequado do campo —, além de uma agenda intensa de jogos e as condições climáticas adversas, dificultaram a recuperação da grama, apesar dos esforços do Consórcio Maracanã. A condição do gramado foi alvo de reclamações por parte de treinadores como Fernando Diniz, Tite e Emiliano Díaz.

 

Foto: Reprodução/Premiere

Gramado do Maracanã durante partida entre Vasco e Atlético-MG, pela 20ª rodada do Brasileirão 2023, em agosto

 

Um relatório de maio de 2023 elaborado pela engenheira agrônoma Maristela Kuhn, renomada na área e responsável pelos gramados da Copa-2014, identificou problemas como sombreamento devido à nova cobertura, excesso de jogos, e desgaste causado pelos aquecimentos dos times no campo — elementos que contribuem para a degradação da qualidade dos gramados.


Oliveira aponta para a necessidade de os atletas se adaptarem ao equipamento adequado, como chuteiras específicas para cada tipo de superfície, como medida preventiva. Ele sugere que a solução para minimizar os riscos de lesão passa por evitar a exposição a gramados precários e advoga por uma uniformização dos padrões de qualidade, reforçando a necessidade de uma fiscalização rigorosa.


Segundo o ortopedista, a adoção de gramados híbridos ou sintéticos de terceira geração, aprovados pela FIFA, surge como uma solução potencial, desde que acompanhada de uma gestão eficaz e focada na segurança e no bem-estar dos jogadores.


A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) confirmou que não proibirá o uso de gramados sintéticos no Brasileirão do próximo ano em uma reunião com os clubes da Série A e a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf). A discussão ganhou novos contornos com a criação de um comitê específico para debater a questão, sinalizando a possibilidade de futuras proibições, mas sem efeitos práticos para 2024.


A entidade também introduziu uma nova regulamentação que permite aos clubes visitantes o direito de realizar uma sessão de treinamento na superfície sintética na véspera do jogo — uma tentativa de nivelar o conhecimento sobre o gramado e mitigar as desvantagens para equipes não habituadas a essa modalidade de piso.


O debate sobre gramados sintéticos versus naturais no futebol brasileiro reflete divisões entre os clubes da elite. Enquanto o Athletico-PR, Botafogo e Palmeiras se destacam pelo uso de campos artificiais, outros clubes, liderados por figuras como Mario Bittencourt do Fluminense, criticam veementemente essas superfícies pela influência negativa no desempenho esportivo e no aumento de lesões.


A CBF, por sua vez, busca uma avaliação mais aprofundada sobre o assunto, planejando contratar uma consultoria estrangeira e formar uma Comissão de Médicos para um estudo detalhado. Em meio a esse cenário, o tema também ressalta o aspecto financeiro da manutenção dos estádios, com especialistas apontando para os desafios econômicos de preservar gramados naturais de alta qualidade sem comprometer a multifuncionalidade dos espaços.

 

O CASO DO ALLIANZ PARQUE

 

Foto: Rubens Chiri/São Paulo FC

 

Ferraresi, um dos jogadores do São Paulo que se lesionaram no Allianz


A discussão sobre o gramado sintético do Allianz Parque se reacendeu após Lucas Moura, do São Paulo, sentir a posterior da coxa esquerda durante o primeiro tempo do clássico contra o Palmeiras, válido pela 29ª rodada do Brasileirão 2023. Essa lesão ocorreu após uma sequência de casos envolvendo jogadores do São Paulo no estádio palmeirense, elevando para cinco o número de atletas tricolores lesionados somente em 2023 após jogos no Allianz Parque. Nahuel Ferraresi, Galoppo, Welington e Rafinha já haviam enfrentado problemas físicos sérios, variando entre lesões ligamentares e no ligamento cruzado anterior.


A situação levou Dorival Júnior, na época técnico do São Paulo, a manifestar sua preocupação, abordando a diferença significativa no desempenho e risco de lesões ao se transitar de gramados naturais para o sintético. Dorival, que já teve experiência com esse tipo de gramado no Athletico-PR, pontuou a desigualdade que representa a mudança de superfície, mostrando uma possível correlação entre o gramado do Allianz Parque e o aumento no número de lesões.


O Palmeiras tomou a decisão de não realizar mais jogos no Allianz Parque, exigindo que a Real Arenas, empresa ligada à WTorre, responsável pela gestão do estádio, cumpra sua obrigação de manter adequadamente o gramado sintético. Além das questões de segurança dos jogadores, o impasse foi parte de um confronto mais amplo entre o clube e a WTorre, relacionado à divisão de receitas do Allianz Parque: o Palmeiras acusa a construtora de não repassar cerca de R$ 127 milhões devidos.


Depois de quase dois meses de reforma no gramado — que além de vetado pelo próprio Palmeiras foi interditado pela Federação Paulista —, o retorno ao Allianz está confirmado para a semifinal do Paulistão 2024, no dia 28 de março, contra o Novorizontino. Apesar das críticas ao campo, o Palmeiras registrou apenas 26 lesões na temporada passada, ficando entre os times com menos problemas médicos.


Além dos impactos imediatos, Oliveira aborda as preocupações de longo prazo, afirmando que “a repetição de lesões pode levar a condições crônicas degenerativas, como artrose, tendinite, sinovite”, o que pode ser agravado por condições inadequadas de prática esportiva. Confrontando a opinião de que gramados sintéticos poderiam aumentar o risco de lesões crônicas ou desgaste articular, Oliveira aponta que não existem estudos conclusivos que avaliem esses riscos a longo prazo em comparação com jogar em gramados naturais de alta qualidade.