Olimpíada de Paris 2024 quebra recorde de participação feminina

Olimpíada de Paris 2024 quebra recorde de participação feminina

Pela primeira vez na história, as mulheres representam 50% do total de atletas nos Jogos Olímpicos  

Por: Everton Victor e Manoela Oliveira

Getty Images / (Foto: Sandro Di Carlo)
 
 
 

Após 128 anos da realização dos Jogos Olímpicos, as atletas do gênero feminino representam pela primeira vez 50% dos participantes nas Olimpíadas. Ao todo são 10.500 atletas – sendo metade homens, metade mulheres –  presentes nas competições durante 26 de julho a 11 de agosto de 2024 na capital francesa. A paridade de gênero alcançada é um marco no evento, que na sua primeira edição, em 1896, proibiu a participação de atletas mulheres.

Até o momento, o Brasil tem 216 vagas garantidas para as Olimpíadas de Paris. Desse número, cerca de 100 atletas para os jogos serão mulheres, de acordo com a lista de vagas e modalidades que o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) detém. A quantidade ainda pode mudar por conta de disputas em algumas modalidades que valem vagas para as Olimpíadas.

O pioneirismo na paridade de gênero é um dos marcos desta edição que contará com a estreia de duas modalidades. A novidade é o Breakdance, a mistura da dança e da música; nessa disputa, dois atletas se enfrentam, enquanto o DJ toca uma música aleatória, e quem performar melhor em 60 segundos ganha. Outro esporte adicionado é o Caiaque Extremo, uma competição entre quatro barcos que percorrem um trajeto e quem chegar primeiro vence. Ao todo serão 48 modalidades presentes nesta edição.

Se por um lado a paridade está no âmbito dos atletas, essa realidade ainda não chegou para os cargos de liderança nos Comitês Olímpicos. No Brasil, segundo o COB, nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2021, o quantitativo de mulheres na comissão técnica era de apenas 10% do total de membros, já entre as chefes de equipes na comitiva brasileira é de 20%.

Para Silvio Telles, professor do Instituto de Educação Física da Uerj e da Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ, o desafio de inclusão das mulheres no esporte deve ser enfrentado por todos, inclusive pela mídia. Taciana Pinto, gerente de Desenvolvimento e Mulher no Esporte do COB explica que “diversos levantamentos mostram que o tempo de mídia para o esporte feminino é muito menor que o masculino, e que muitas vezes as atletas são retratadas pelos seus atributos físicos ou familiares e não pelo seu desempenho esportivo”. De acordo com ela, com a inclusão das atletas na mídia, jovens meninas são encorajadas a perseguirem seus sonhos no campo esportivo. 

Paris. Reprodução: Agência Brasil

Desigualdade de gênero no cenário esportivo

O início da era moderna das Olimpíadas foi em 1896, porém as mulheres começaram a participar dos jogos em 1900, representando apenas 2,2% do número de atletas. A expansão das modalidades foi lenta, mas, ao longo dos anos, as mulheres conquistaram o direito de competirem em esportes como o atletismo e o vôlei, que eram proibidos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).

Depois de 124 anos desde a primeira participação feminina nas Olimpíadas, ainda existem barreiras para a igualdade de gênero nos esportes. Silvio discutiu as dificuldades das mulheres no cenário esportivo, destacando o preconceito como um dos motivos agravantes. “Se constrói, dentro do campo esportivo, uma representação social de que a mulher não é adequada para aquele tipo de prática”, afirma o professor. O levantamento global realizado pela Nike e pela Dove revela que, só no Brasil, cerca de 89% das meninas acreditam que deveria haver mais inclusão feminina nos esportes. 

Fernanda Barbosa, formada em Educação Física pela Uerj, afirma que muitas mulheres desistem de suas carreiras no esporte devido à falta de incentivo financeiro. Ela reforça que: “Eu tenho que escolher entre estudar e trabalhar ou jogar bola, tive que escolher estudar e trabalhar”. De acordo com Fernanda, as atletas possuem dificuldade em conciliar as práticas esportivas com o trabalho ou o estudo. “O que falta no Brasil é o investimento”, conclui. 

Investimentos na inclusão das mulheres no esporte

O COB vem trabalhando para fornecer maior qualidade no desenvolvimento das jovens atletas, segundo Tatiana. “O mapeamento da estrutura oferecida para as seleções femininas, seja na quantidade de competições nacionais e internacionais, seja na composição da comissão técnica, e também pelo investimento direcionado às mulheres no esporte”, ressalta.

O COI, em parceria com a ONU Mulheres, desenvolveu o programa “Uma Vitória Leva à Outra” (UVLO). O projeto visa garantir espaços seguros para as meninas na área esportiva, proporcionando oficinas temáticas sobre autoestima, liderança, saúde e direitos sexuais e reprodutivos. De acordo com a ONU Mulheres, o programa é um legado da Olimpíada do Rio 2016 e alcançou 217.000 mulheres em 25 países.

Agenda e Notas

Agenda e Notas

Por : Samira Santos

MAIO:

1. 09/5, 8h às 17h30 – II Seminário do Ambulatório Identidade – Transdiversidade

⬤ O Ambulatório Identidade – Transdiversidade da PPC e do Hupe da Uerj realiza seu II Seminário nos dias 8 e 9 de maio, com o tema “A integralidade do cuidado em Saúde da população trans no SUS”. Local: auditório 11, bloco F, campus Maracanã. Inscrições gratuitas através de formulário eletrônico. Doações de alimentos serão recebidas.

2. 09/5, 19h às 21h – Espetáculo ‘Mães do Samba’ estreia no Teatro Noel Rosa

⬤ O Coral “O Canto das Lavadeiras” apresenta o espetáculo “Mães do Samba” nos dias 9 a 11 de maio, às 19h, no Teatro Noel Rosa, campus Maracanã. Direção geral de Analimar Ventapane. Ingressos disponíveis online.

3. 15/5, 10h às 12h – Conferência sobre Covid longa

⬤ O IMS da Uerj recebe Ilana Löwy para discutir “Covid longa”. A conferência abordará os distúrbios funcionais pós-Covid. O evento terá tradução simultânea e será transmitido ao vivo pelo YouTube.

4. 16/5, 10h30 às 16h – Evento de Saúde Mental

⬤ O Pebit da Uerj e o Cetreina promovem um evento sobre saúde mental e emocional, com palestra e exposição de arte. Não é necessária inscrição prévia e serão emitidos certificados. Será realizado no auditório 111, 11° andar, campus Maracanã. 

5. 16/5, 19h às 21h – Show de reggae no Teatro Noel Rosa

⬤ A Banda Blessed se apresenta no Teatro Noel Rosa da Uerj. Os ingressos estão disponíveis online e haverá intérprete de libras.

6. 17/5, 15h às 16h – Musical “A pequena vendedora de fósforos” no Teatrão

⬤ A Divisão de Teatro da Uerj apresenta o musical “A pequena vendedora de fósforos”, adaptado do conto de Hans Christian Andersen. As apresentações ocorrem nos dias 17, 18, 24 e 25 de maio, no Teatro Odylo Costa, filho, campus Maracanã. Organizado pelo projeto Uerj em Casa e pelo Cptec, as sessões são às 15h e 16h. O espetáculo conta a história de uma menina pobre que vende fósforos nas ruas para sobreviver e suas visões misteriosas. Os ingressos estão disponíveis online.

7. 23/5, 9h às 20h – Ajuda com Imposto de Renda

⬤ O projeto “IR na Mangueira e arredores” auxilia moradores da região a preencher a declaração do Imposto de Renda. O projeto oferece auxílio presencial em um único dia próximo ao prazo final da declaração, além de acesso a vídeos e outros conteúdos nas redes sociais. Os serviços ocorrem em três horários, das 9h às 12h, das 13h às 16h e das 17h às 20h, sem necessidade de agendamento, mas sujeitos a vagas limitadas. Os documentos necessários incluem identidade, CPF, cópia da declaração do ano anterior, comprovante de residência, rendimentos e despesas de saúde e educação do exercício de 2023.

8. 24/5, 19h às 21h – Lançamento do disco ‘Momento’

⬤ Rafael José lança seu disco “Momento” no Teatro Noel Rosa da Uerj. Os ingressos estão disponíveis online e haverá intérprete de libras.

JUNHO:

1. 06/6, 9h30 às 17h – Seminário Internacional do CLAM

⬤ O Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos promove o seminário internacional, discutindo a trajetória e perspectivas futuras dos estudos sobre gênero e sexualidade. O evento ocorrerá no auditório do IMS, localizado na sala 6.012, 6º andar do campus Maracanã. A programação completa está acessível no site do seminário. O evento é de acesso público e será transmitido ao vivo no YouTube.

“Eu quero o direito de ser medíocre. A gente quer ter o direito de ter problema igual a todo mundo”, afirma a socióloga Maria Leão

“Eu quero o direito de ser medíocre. A gente quer ter o direito de ter problema igual a todo mundo”, afirma a socióloga Maria Leão

Profissionais e alunos promovem debate sobre a inclusão de pessoas autistas no ensino superior

Por: Samira Santos

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) sediou a primeira edição do Simpósio Interdisciplinar sobre Transtorno do Espectro Autista (Sitea) nos dias 12 e 13 de abril. O evento, que ocorreu no auditório 91, 9° andar do bloco F, e na Capela Ecumênica, no campus Maracanã, teve como tema central “Diálogos entre projetos, políticas, práticas e vivências”. Organizado por professores, técnicos e estudantes de diferentes unidades acadêmicas da Uerj, o simpósio reuniu especialistas que trabalham diretamente com a temática do Transtorno do Espectro Autista (TEA) na universidade.

Evento Sitea no auditório do 9° andar. Foto: Samira Santos

Durante a mesa “Autistas universitários: desafios encontrados no ensino superior”, foram abordados diversos aspectos relacionados à inclusão de estudantes autistas na universidade. Membros do Coletivo Autista, como a graduanda Sarah Sindorf (Jornalismo), a mestranda Ana Muhlethaler (Ciências Sociais) e a doutoranda Maria Leão (Saúde Coletiva), compartilharam experiências e desafios enfrentados nesse contexto.

O Coletivo Autista da Uerj compartilhou seus objetivos durante o debate, que incluem a busca pela garantia dos direitos dos indivíduos autistas, conforme estabelecido pela Lei Nº 12.764/2012. Além disso, o grupo se compromete a ouvir e investigar casos de capacitismo dentro da comunidade Uerj, tanto os que estão ocorrendo atualmente quanto aqueles que ainda não foram legalmente resolvidos. Outra meta importante é a produção de conhecimento e conscientização sobre o TEA. O Coletivo também se dedica ao combate ao racismo, ao capacitismo, à intolerância religiosa e a outras formas de violência estrutural. Por fim, o grupo incentiva e promove a inclusão e a acessibilidade dentro da comunidade Uerj.

A representação na mídia e desafios na universidade

Um dos pontos destacados durante o evento foi a importância dos Núcleos de Acessibilidade e da capacitação docente para garantir a inclusão efetiva dos estudantes com TEA na universidade. Além disso, foram discutidas as barreiras enfrentadas pelos autistas, como a falta de informação e a necessidade de uma maior sensibilização da comunidade acadêmica.

Maria Leão, Ana Muhlethaler, Sarah Sindorf e Guilherme Karl. Foto: Reprodução do Instagram

Na mesa, a pedagoga Ana Muhlethaler destacou possíveis abordagens para promover a inclusão de pessoas com TEA no ensino superior. Ela enfatizou a existência de custos, muitas vezes invisíveis, associados à permanência de estudantes autistas na universidade, como bolsas de estudo e suporte médico ou educacional. Muhlethaler também ressaltou a importância de departamentos de inclusão bem treinados e atualizados com as pesquisas mais recentes, além da necessidade de um treinamento abrangente para todo o corpo docente e funcionários da instituição. Além disso, ela defendeu uma maior pressão sobre as agências de financiamento para que implementem medidas de inclusão e garantam a permanência de autistas, assim como de pessoas com deficiência em geral, em pesquisas e programas de pós-graduação.

 

“A comunicação é a sociedade”: Muniz Sodré discute a importância da comunidade na era digital

“A comunicação é a sociedade”: Muniz Sodré discute a importância da comunidade na era digital

Em aula inaugural da FCS, professor reflete sobre a cultura digital

 

Por Samira Santos

O Laboratório de Comunicação Integrada (LCI) e a Faculdade de Comunicação Social (FCS) da Uerj receberam um dos grandes nomes da comunicação brasileira, o professor Muniz Sodré, para a aula inaugural “Cultura Digital”. Realizado no Teatro Noel Rosa, no campus Maracanã, o evento reuniu estudantes e professores da área de Comunicação com o intuito de abordar os impactos da tecnologia na cultura e na sociedade.

Entrada do Teatro Noel Rosa, onde aconteceu a palestra (Foto: Sofia Molinaro)

Muniz Sodré, renomado sociólogo e professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), iniciou sua apresentação com uma hipótese provocativa: “Nenhuma cultura resiste à sua digitalização”. Essa afirmação gerou debates sobre a relação entre tecnologia e cultura, destacando a necessidade de uma integração humanizada entre o mundo virtual e o mundo real.

Muniz Sodré ao lado do vice diretor da FCS Ricardo Freitas. (Foto: Sofia Molinaro)

Durante sua palestra, Sodré abordou temas como a ausência de história na tecnologia, a desinstitucionalização da escola e a importância de fortalecer os laços comunitários. Ele enfatizou a necessidade de integrar a tecnologia de forma consciente e equilibrada, evitando que a digitalização se torne alienante e desvinculada da realidade.  Ao final da palestra, destacou que “se uma cultura não é forte o suficiente para sobreviver, ela deve morrer”.

 

Sodré Compartilha Reflexões Sobre a Cultura Digital

Após a palestra, Sodré compartilhou suas perspectivas sobre os desafios e oportunidades da cultura digital em entrevista para o LED. O professor abordou diversos temas, desde os impactos da pandemia até o futuro do jornalismo no mundo digital.

 

Durante o diálogo sobre os avanços tecnológicos na pandemia, Muniz Sodré enfatizou os aspectos positivos das movimentações sociais e solidárias impulsionadas pela tecnologia. Ele ressaltou que, apesar dos desafios enfrentados, emergiram iniciativas significativas de resistência e transformação promovidas pelas comunidades. Citando a atuação de sua esposa, a professora Raquel Paiva, que integra o Laboratório de Estudos em Comunicação Comunitária (LECC) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ele disse que o LECC, durante a pandemia, fez diversas pesquisas sobre os coletivos.

 

Os coletivos no Brasil remontam aos anos 90, centrados principalmente em questões raciais e de gênero, engajando-se diretamente na sociedade por meio de movimentos de conscientização, grupos de estudos e palestras. Entretanto, diante da conjuntura política e econômica do país, a pandemia exigiu uma atuação ainda mais vigorosa em regiões historicamente negligenciadas pelo governo. Nesse contexto, surgiram inúmeros coletivos no Rio de Janeiro e em diversas outras cidades, com destaque para a Frente de Mobilização da Maré e sua atuação durante as distintas fases da pandemia. O LECC direcionou seus esforços para compreender essa nova realidade e os movimentos emergentes. A pesquisa teve início com o mapeamento dos novos coletivos, que se auto denominaram desde o início, e a utilização das redes sociais como ferramenta inicial de contato. 

 

Sobre a resistência da cultura brasileira à digitalização, Sodré foi preciso em sua análise. Ele afirmou que não há como escapar dos impactos da tecnologia na sociedade contemporânea, e que é necessário repensar nossas relações com o mundo digital. No entanto, ele ressaltou a importância de preservar as tradições e valores culturais que nos definem como sociedade, e que sem a dimensão cultural a tecnologia pode acabar se fechando em si mesma. 

 
 
 
 

Evento do Audiolab/FCS põe em foco o Carnaval, o Futebol e os Podcasts

Evento do Audiolab/FCS põe em foco o Carnaval, o Futebol e os Podcasts

Profissionais das áreas marcam presença na Uerj

Por  Manoela Oliveira e Kauhan Fiaux

 
 
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8 de Março: Uma data para relembrar conquistas e debater desafios futuros

8 de Março: Uma data para relembrar conquistas e debater desafios futuros

Apesar dos avanços sociais, mulheres ainda lutam diariamente por igualdade e respeito

Por Beatriz Araujo e Julia Lima

 

No dia 8 de março é celebrado o Dia Internacional da Mulher. A data carrega em si os movimentos sociais do início do século XX, nos quais mulheres ao redor de todo o mundo começaram a se unir para reivindicar seus direitos e demandar mudanças sociais.

 

Ações institucionais também são importantes para garantir as vitórias dessa luta. Buscando reforçar o compromisso da Uerj com as lutas feministas contra a desigualdade e a violência, a Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF) promove nos dias 7, 8, 10 e 14 de março, no Campus Uerj Duque de Caxias, oficinas, palestras, rodas de conversa e um Ato pela Vida das Mulheres, promovido pelo Fórum Municipal dos Direitos da Mulher de Duque de Caxias. A programação e o formulário de inscrição podem ser encontrados no site do evento.

 

        Foto: Pixabay
 
 

O 8 de março não é apenas um dia de celebração das conquistas das últimas décadas, mas é também um momento dedicado à cobrança de direitos, e a honrar a memória de mulheres que foram vítimas da desigualdade de gênero e do machismo ainda presente na sociedade. Foi nesse dia que, em 1908, um grupo de operárias têxteis em Nova York protestou por melhores condições de trabalho e igualdade salarial. Esse evento foi essencial para movimentos femininos de diversos países e na criação do Dia Internacional da Mulher. A escolha desta data homenageia não apenas as lutas das operárias de Nova York, mas também a Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, realizada em 1910, que contribuiu significativamente para a promoção dos direitos femininos.

 

O Dia Internacional da Mulher foi instituído oficialmente pela ONU somente em 1975. A data foi escolhida por representar a greve das operárias russas em 1917, no qual, diante do contexto da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), 90 mil operárias foram às ruas reivindicar direitos femininos, o fim da guerra e do desemprego. O evento, conhecido como “Pão e Paz”, acabou forçando o czar Nicolau II a abdicar do trono, e fez com que o governo provisório concedesse às mulheres o direito ao voto.

 

A luta é contínua

Apesar de décadas de luta, as mulheres ainda sofrem com a desvalorização, preconceito e principalmente, a violência, vinda até mesmo de figuras públicas de grande influência. Nesta semana, o Club Athletico Paranaense contratou o ex-jogador Cuca para ser o novo treinador do time. O técnico foi acusado em 1987, de estar envolvido no caso de estupro coletivo de uma menina de 13 anos, tendo seu sêmen identificado na vítima. As torcedoras que foram contra a contratação nas redes sociais foram atacadas e ameaçadas por outros torcedores, em sua maioria homens.

 

O episódio envolvendo o ex-jogador Daniel Alves também é um retrato de como a sociedade enxerga o corpo e a vida das mulheres. Acusado e condenado por estupro, Daniel Alves contou com a ajuda financeira de Neymar, que pagou R$ 800 mil, para que a pena fosse reduzida para 4 anos e meio. Com essa decisão, a Justiça da Espanha expõe que a gravidade do crime pode ser amenizada com um simples pagamento.

 

Mesmo acompanhadas de uma presença masculina, as mulheres não tem garantia de segurança. Na última sexta-feira (01), uma brasileira foi sequestrada junto de seu marido enquanto passava as férias na Índia. A mulher foi violentada simultaneamente por sete homens, e teve seus pertences roubados. Em relato, a vítima Fernanda Santos conta que os homens levaram poucas coisas “porque o que queriam era me estuprar”.

 

Os números de casos sobre violência e feminicídio têm crescido exponencialmente não apenas em contexto nacional, como também global. Segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), as agressões estão ocorrendo cada vez mais cedo. Em todo o mundo, um terço das mulheres já sofreu violência física ou sexual por um parceiro ou alguém próximo, e 25% das jovens entre 15 a 24 anos já foram vítimas da violência de gênero. 

 

A união é a chave para a mudança

Às mulheres, fica o papel de se unirem para enfrentar tantas lutas. Alunas da Faculdade de Comunicação Social (FCS) criaram um grupo de Whatsapp para integrar as mulheres que compõem esse espaço. Além de dúvidas corriqueiras sobre a vida estudantil, elas alertam umas às outras sobre os possíveis perigos que elas correm no espaço.