“A comunicação é a sociedade”: Muniz Sodré discute a importância da comunidade na era digital

“A comunicação é a sociedade”: Muniz Sodré discute a importância da comunidade na era digital

Em aula inaugural da FCS, professor reflete sobre a cultura digital

 

Por Samira Santos

O Laboratório de Comunicação Integrada (LCI) e a Faculdade de Comunicação Social (FCS) da Uerj receberam um dos grandes nomes da comunicação brasileira, o professor Muniz Sodré, para a aula inaugural “Cultura Digital”. Realizado no Teatro Noel Rosa, no campus Maracanã, o evento reuniu estudantes e professores da área de Comunicação com o intuito de abordar os impactos da tecnologia na cultura e na sociedade.

Entrada do Teatro Noel Rosa, onde aconteceu a palestra (Foto: Sofia Molinaro)

Muniz Sodré, renomado sociólogo e professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), iniciou sua apresentação com uma hipótese provocativa: “Nenhuma cultura resiste à sua digitalização”. Essa afirmação gerou debates sobre a relação entre tecnologia e cultura, destacando a necessidade de uma integração humanizada entre o mundo virtual e o mundo real.

Muniz Sodré ao lado do vice diretor da FCS Ricardo Freitas. (Foto: Sofia Molinaro)

Durante sua palestra, Sodré abordou temas como a ausência de história na tecnologia, a desinstitucionalização da escola e a importância de fortalecer os laços comunitários. Ele enfatizou a necessidade de integrar a tecnologia de forma consciente e equilibrada, evitando que a digitalização se torne alienante e desvinculada da realidade.  Ao final da palestra, destacou que “se uma cultura não é forte o suficiente para sobreviver, ela deve morrer”.

 

Sodré Compartilha Reflexões Sobre a Cultura Digital

Após a palestra, Sodré compartilhou suas perspectivas sobre os desafios e oportunidades da cultura digital em entrevista para o LED. O professor abordou diversos temas, desde os impactos da pandemia até o futuro do jornalismo no mundo digital.

 

Durante o diálogo sobre os avanços tecnológicos na pandemia, Muniz Sodré enfatizou os aspectos positivos das movimentações sociais e solidárias impulsionadas pela tecnologia. Ele ressaltou que, apesar dos desafios enfrentados, emergiram iniciativas significativas de resistência e transformação promovidas pelas comunidades. Citando a atuação de sua esposa, a professora Raquel Paiva, que integra o Laboratório de Estudos em Comunicação Comunitária (LECC) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ele disse que o LECC, durante a pandemia, fez diversas pesquisas sobre os coletivos.

 

Os coletivos no Brasil remontam aos anos 90, centrados principalmente em questões raciais e de gênero, engajando-se diretamente na sociedade por meio de movimentos de conscientização, grupos de estudos e palestras. Entretanto, diante da conjuntura política e econômica do país, a pandemia exigiu uma atuação ainda mais vigorosa em regiões historicamente negligenciadas pelo governo. Nesse contexto, surgiram inúmeros coletivos no Rio de Janeiro e em diversas outras cidades, com destaque para a Frente de Mobilização da Maré e sua atuação durante as distintas fases da pandemia. O LECC direcionou seus esforços para compreender essa nova realidade e os movimentos emergentes. A pesquisa teve início com o mapeamento dos novos coletivos, que se auto denominaram desde o início, e a utilização das redes sociais como ferramenta inicial de contato. 

 

Sobre a resistência da cultura brasileira à digitalização, Sodré foi preciso em sua análise. Ele afirmou que não há como escapar dos impactos da tecnologia na sociedade contemporânea, e que é necessário repensar nossas relações com o mundo digital. No entanto, ele ressaltou a importância de preservar as tradições e valores culturais que nos definem como sociedade, e que sem a dimensão cultural a tecnologia pode acabar se fechando em si mesma. 

 
 
 
 

Evento do Audiolab/FCS põe em foco o Carnaval, o Futebol e os Podcasts

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Profissionais das áreas marcam presença na Uerj

Por  Manoela Oliveira e Kauhan Fiaux

 
 
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8 de Março: Uma data para relembrar conquistas e debater desafios futuros

8 de Março: Uma data para relembrar conquistas e debater desafios futuros

Apesar dos avanços sociais, mulheres ainda lutam diariamente por igualdade e respeito

Por Beatriz Araujo e Julia Lima

 

No dia 8 de março é celebrado o Dia Internacional da Mulher. A data carrega em si os movimentos sociais do início do século XX, nos quais mulheres ao redor de todo o mundo começaram a se unir para reivindicar seus direitos e demandar mudanças sociais.

 

Ações institucionais também são importantes para garantir as vitórias dessa luta. Buscando reforçar o compromisso da Uerj com as lutas feministas contra a desigualdade e a violência, a Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF) promove nos dias 7, 8, 10 e 14 de março, no Campus Uerj Duque de Caxias, oficinas, palestras, rodas de conversa e um Ato pela Vida das Mulheres, promovido pelo Fórum Municipal dos Direitos da Mulher de Duque de Caxias. A programação e o formulário de inscrição podem ser encontrados no site do evento.

 

        Foto: Pixabay
 
 

O 8 de março não é apenas um dia de celebração das conquistas das últimas décadas, mas é também um momento dedicado à cobrança de direitos, e a honrar a memória de mulheres que foram vítimas da desigualdade de gênero e do machismo ainda presente na sociedade. Foi nesse dia que, em 1908, um grupo de operárias têxteis em Nova York protestou por melhores condições de trabalho e igualdade salarial. Esse evento foi essencial para movimentos femininos de diversos países e na criação do Dia Internacional da Mulher. A escolha desta data homenageia não apenas as lutas das operárias de Nova York, mas também a Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, realizada em 1910, que contribuiu significativamente para a promoção dos direitos femininos.

 

O Dia Internacional da Mulher foi instituído oficialmente pela ONU somente em 1975. A data foi escolhida por representar a greve das operárias russas em 1917, no qual, diante do contexto da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), 90 mil operárias foram às ruas reivindicar direitos femininos, o fim da guerra e do desemprego. O evento, conhecido como “Pão e Paz”, acabou forçando o czar Nicolau II a abdicar do trono, e fez com que o governo provisório concedesse às mulheres o direito ao voto.

 

A luta é contínua

Apesar de décadas de luta, as mulheres ainda sofrem com a desvalorização, preconceito e principalmente, a violência, vinda até mesmo de figuras públicas de grande influência. Nesta semana, o Club Athletico Paranaense contratou o ex-jogador Cuca para ser o novo treinador do time. O técnico foi acusado em 1987, de estar envolvido no caso de estupro coletivo de uma menina de 13 anos, tendo seu sêmen identificado na vítima. As torcedoras que foram contra a contratação nas redes sociais foram atacadas e ameaçadas por outros torcedores, em sua maioria homens.

 

O episódio envolvendo o ex-jogador Daniel Alves também é um retrato de como a sociedade enxerga o corpo e a vida das mulheres. Acusado e condenado por estupro, Daniel Alves contou com a ajuda financeira de Neymar, que pagou R$ 800 mil, para que a pena fosse reduzida para 4 anos e meio. Com essa decisão, a Justiça da Espanha expõe que a gravidade do crime pode ser amenizada com um simples pagamento.

 

Mesmo acompanhadas de uma presença masculina, as mulheres não tem garantia de segurança. Na última sexta-feira (01), uma brasileira foi sequestrada junto de seu marido enquanto passava as férias na Índia. A mulher foi violentada simultaneamente por sete homens, e teve seus pertences roubados. Em relato, a vítima Fernanda Santos conta que os homens levaram poucas coisas “porque o que queriam era me estuprar”.

 

Os números de casos sobre violência e feminicídio têm crescido exponencialmente não apenas em contexto nacional, como também global. Segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), as agressões estão ocorrendo cada vez mais cedo. Em todo o mundo, um terço das mulheres já sofreu violência física ou sexual por um parceiro ou alguém próximo, e 25% das jovens entre 15 a 24 anos já foram vítimas da violência de gênero. 

 

A união é a chave para a mudança

Às mulheres, fica o papel de se unirem para enfrentar tantas lutas. Alunas da Faculdade de Comunicação Social (FCS) criaram um grupo de Whatsapp para integrar as mulheres que compõem esse espaço. Além de dúvidas corriqueiras sobre a vida estudantil, elas alertam umas às outras sobre os possíveis perigos que elas correm no espaço.