Ídolos que viraram técnicos

Ídolos que viraram técnicos

A mudança de carreira de Filipe Luís, Rogério Ceni, Gáucho e Zidane.

Por: Livia Bronzato

O Flamengo, sob o comando de Filipe Luís, conquistou a quinta Copa do Brasil do clube, no domingo (10). O técnico possui uma longa história com o rubro-negro, já que sempre declarou que esse era o seu time do coração. Como jogador, em 2019, começou a jogar pelo clube e, em dezembro de 2023, ele encerrou sua carreira de sucesso. Ao longo dos cinco anos, foram alcançados 10 títulos, nacionais e internacionais.

No ano seguinte, assumiu como treinador do sub-17 do Flamengo. Sua passagem na categoria foi rápida com apenas 5 meses, mas vitoriosa, conquistando a Copa Rio. Em seguida, então, enfrentou o desafio de comandar o sub-20 do time, em que também obteve êxito ao conquistar o Intercontinental.

Em outubro, Filipe Luís recebeu a proposta de treinar o profissional do Flamengo e estreou na semifinal da Copa do Brasil, em um jogo vencendo de 1 a 0 o Corinthians. Com um bom desempenho nesse curto período, o treinador conquistou a Copa do Brasil 2024, no início deste mês. Alcançando três títulos ao longo de um ano na nova carreira.

Foto: Gilvan de Souza e Marcelo Cortes / CRF

Assim como Filipe Luís, alguns jogadores, ao encerrarem seus caminhos dentro do campo, decidem investir na carreira de treinador devido ao conhecimento tático que foi adquirido ao longo do tempo. Quando o ídolo de um time retorna como técnico, é normal que a torcida crie expectativa devido ao entusiasmo que é ter uma figura importante de volta ao clube. Entretanto, alguns retornos não obtêm o sucesso esperado.

Rogério Ceni, que foi jogador do São Paulo por 25 anos, voltou como técnico duas vezes: em 2017 e 2021. Ele alcançou 18 títulos como jogador, todavia não obteve sucesso nos campeonatos em suas passagens como treinador. Essa situação pode ser inclusive o motivo de muitos ídolos não desejarem treinar seu time para evitar que sua carreira de sucesso como jogador seja manchada caso sua passagem como técnico não seja boa. Como por exemplo, Zico que nunca treinou o Flamengo. Já Roberto Dinamite arranhou o prestígio de ídolo ao virar presidente do clube, sendo muito contestado nessa função.

Em outros casos, o retorno é positivo e atende às expectativas da torcida. Renato Gaúcho chegou ao Grêmio como ponta-direita, em 1980. Três anos depois, alcançou a Copa Libertadores e a Intercontinental Cup. Firmando-se nessa década como um dos maiores craques do futebol brasileiro.

Renato Gaúcho em campo pelo Grêmio.

Atualmente, ele comanda o time como técnico. Já é sua quarta passagem: 2010 a 2011, 2013, 2016 a 2021 e 2022-atual. Com êxito, conquistou uma Libertadores, uma Copa do Brasil, uma Recopa Sul-Americana, cinco Campeonatos Gaúchos e duas Recopas Gaúchas. Como jogador e como técnico, ele é reverenciado pela torcida e considerado um dos maiores ídolos do clube.

Fora do Brasil, Zidane é um exemplo de sucesso na troca de carreiras. Ele foi meia do Real Madrid de 2000 a 2006 e, durante esse período, conquistou seis títulos: um Mundial, uma Liga dos Campeões da Uefa, uma Supercopa da Uefa, um Campeonato Espanhol e duas Supercopas da Espanha. Zidane também levou três bolas de ouro, sendo duas enquanto estava jogando pelo Real Madrid, em 2000 e 2003.

Zinédine Zidane pelo Real Madrid.

Zidane teve duas passagens como treinador do time. Na primeira, que ocorreu de janeiro de 2016 a maio de 2018, ele ganhou a Champions League, dois Mundiais, duas Supercopas da Uefa, dois Campeonatos Espanhóis e duas Supercopas da Espanha. Durante a segunda passagem, de 2019 a 2021, Zidane conquistou o Campeonato Espanhol e a Supercopa da Espanha de 2019/20. Além disso, em 2014, ele chegou a ser treinador do time B do Real Madrid, o Real Madrid Castilla. Seu currículo como técnico chama muita atenção, não apenas pelo número de títulos, mas pelo curto tempo em que isso ocorreu.

WSL 2025: Estrelas brasileiras do surf

WSL 2025: Estrelas brasileiras do surf

Conheça os brasileiros que estarão entre a elite do surf mundial.

Por: Livia Bronzato

Doze surfistas representarão a Tempestade Brasileira na Championship Tour (CT) da World Surf League (WSL) em 2025. Os nomes foram confirmados após a etapa de Saquarema da Challenger Series, que aconteceu em 16 de outubro. Serão 11 surfistas no masculino e 1 no feminino. Confira os nomes abaixo.

Tatiana Weston-Webb será a única representante feminina na elite do surfe. Tati coleciona medalhas ao longo de sua carreira. Ela levou a prata nas Olimpíadas de Paris 2024. Já nos Jogos Pan-americanos, conseguiu alcançar o ouro na edição de 2023. Weston-Webb é uma grande atleta brasileira e possui grandes chances de alcançar o pódio na próxima edição da CT da WSL.

Foto: Ed Sloane/WSL

Tati Weston-Webb em sua performance.

O Brasil é muito bem representado na categoria masculina, possuindo muitos nomes talentosos. Ítalo Ferreira, Yago Dora e Gabriel Medina também estarão na CT de 2025.
Ítalo foi vice-campeão na WSL 2024, além de já ter conquistado o ouro nas Olimpíadas de Tóquio 2020. Medina é tricampeão mundial de surf da ASP World Tour (2014, 2018 e 2021), mas ficou de fora do Finals em 2024. E Yago Dora disputou o título esse ano, terminando em sexto lugar.

Foto: Matt Dunbar/WSL

Surfista Gabriel Medina.

Foto: Divulgação/WSL

Ítalo Ferreira em ação.

Na Challenger Series, os surfistas podem conquistar uma vaga para a Championship Tour. Entre as 10 disponíveis, 6 foram levadas por nossos atletas: Samuel Pupo, Miguel Pupo, Deivid Silva, Alejo Muniz, Ian Gouveia e Edgard Groggia.

Além disso, Filipe Toledo e João Chianca, conhecido como Chumbinho, participarão da CT de 2025. Eles estão como Wildcards, uma espécie de convite da WSL. Filipe é bicampeão mundial e não participou da CT deste ano, para cuidar da sua saúde psicológica.

Calendário completo de 2025:
  • Pipeline, Havaí: 27 de janeiro a 8 de fevereiro
  • Surf Abu Dhabi, Abu Dhabi: 14 a 16 de fevereiro
  • Peniche, Portugal: 15 a 25 de março
  • Punta Roca, El Salvador: 2 a 12 de abril
  • Bells Beach, Austrália: 18 a 28 de abril
  • Snapper Rocks, Austrália: 3 a 13 de maio
  • Margaret River, Austrália: 17 a 27 de maio
  • Lower Trestles, EUA: 9 a 17 de junho
  • Saquarema, Brasil: 21 a 29 de junho
  • Jeffreys Bay, África do Sul: 11 a 20 de julho
  • Teahupo’o, Taiti: 7 a 16 de agosto
  • Cloudbreak, Fiji: 27 de agosto a 4 de setembro (Finals)

Brasileiros conquistam o ouro no Pan-Americano de Tênis de Mesa 2024

Brasileiros conquistam o ouro no Pan-Americano de Tênis de Mesa 2024

Brasil lidera quadro de medalhas com 3 ouros, 3 pratas e 4 bronzes na edição de El Salvador, realizado nos dias 13 a 20 de outubro.

Por: Livia Bronzato

Hugo Calderano se consagra pentacampeão

O mesatenista levou a melhor em todas as vezes que disputou individualmente nessa competição, em 2017, 2021, 2022, 2023 e, agora, 2024.
Calderano, mantendo seu legado, conquistou o título individual ao derrotar Vitor Ishiy por 4 sets a 0. Com isso, Ishiy, que também é atleta do Brasil, levou a medalha de prata. Já o bronze foi compartilhado entre o brasileiro Leonardo Iizuka e o argentino Horacio Cifuentes.

 

Foto: Reprodução/ITTF Americas

Da esquerda para a direita,Ishiy, Calderano, Iizuka e Cifuentes no pódio do evento.

 

Em outros campeonatos o atleta também possui bons resultados. Nos Jogos Pan-Americanos, Calderano está invicto nas edições em que competiu. Ele venceu em Toronto 2015, Lima 2019 e Santiago 2023. Sendo o único tricampeão masculino na chave de simples. Já nas Olimpíadas de Paris 2024, ele fez história ao ser o primeiro mesatenista de fora da Europa e da Ásia a alcançar as semifinais do individual.

 

Dobradinha brasileira nas duplas mistas

 

A final foi totalmente brasileira e dividida entre duas irmãs. Nas duplas mistas, Giulia Takahashi e Guilherme Teodoro venceram Bruna Takahashi e Hugo Calderano. A partida foi equilibrada, cada casal venceu dois sets e, por isso, a final teve que ser decidida no tie-break, que terminou com a glória de Giulia e Guilherme por 11 a 6. Essa foi a primeira vez que a dupla conquistou um título pan-americano e a quarta do Brasil nessa modalidade.

 

Foto: Reprodução/ITTF Americas

Giulia e Guilherme vencedores da modalidade duplas mistas.

 

Primeiro ouro do Brasil nas duplas femininas

 

Giulia Takahashi levou o ouro mais uma vez. Nessa categoria, Giulia e sua dupla Laura Watanabe venceram a final contra as chilenas Daniela Ortega e Paulina Vega em 3 sets a 0 (13/11, 11/9 e 11/6). É a única vez na história que o Brasil leva o título nas duplas femininas.

 

Foto: Reprodução/ITTF Americas

 

Bruna Takahashi leva a prata no individual

 

Takahashi enfrentou, na final, Adriana Diaz, atleta porto-riquenha que levou o ouro. A disputa foi acirrada, em 4 sets a 2, com parciais de 11/8, 11/5, 10/12, 11/2, 13/15 e 12/10.

Bruna terminou com a medalha de prata. É a quarta vez que a brasileira conquista o segundo lugar nos Pan-Americanos de Tênis de Mesa.

Na mesma categoria, Giulia, irmã de Bruna, ficou em terceiro lugar.

 

Bronze para Vitor Ishiy e Guilherme Teodoro

 

A dupla masculina do Brasil garantiu o bronze. No confronto da semifinal, os brasileiros infelizmente foram derrotados pelos argentinos Santiago Lorenzo e Horacio Cifuentes.

 

Equipe feminina fica em terceiro lugar

 

O trio composto por Vitória Strassburguer, Laura Watanabe e Giulia Takahashi levou o bronze ao perder a semifinal para a equipe feminina cubana por 3 sets a 1.

‘Vanderlei: Pernas, coração e cabeça’ é indicado ao Lisbon Sport Film Festival

‘Vanderlei: Pernas, coração e cabeça’ é indicado ao Lisbon Sport Film Festival

Por: Livia Bronzato

O documentário Vanderlei: Pernas, coração e cabeça, dirigido pelos jornalistas Diogo Venturelli, Gabriel Baron e Terni Castro, conta a história desse maratonista, trazendo à tona momentos emocionantes que ocorreram na vida do atleta. Produzido pelo Comitê Olímpico do Brasil, foi indicado para participar do evento Lisbon Sport Film Festival, que aconteceu on-line do dia 1 ao dia 10 de outubro. Além disso, ficou em oitavo lugar no Prêmio AIPS (Associação Internacional de Imprensa Esportiva) Sport Media Awards 2023.

 


A produção mostra a linha cronológica da vida de Vanderlei Cordeiro de Lima, desde sua infância em Tapira (PR), sua cidade de origem, até os dias atuais. Tudo começou quando, na escola, descobriu que gostava do esporte e ganhou seu primeiro tênis de corrida. Fazia inicialmente corridas por hobby, mas ao crescer decidiu que gostaria de fazer disso seu emprego. Na obra, mostram-se os momentos mais marcantes da carreira e as competições pelas quais ele passou, tanto em maratonas quanto em olimpíadas.

O documentário leva Vanderlei para reviver o episódio mais conhecido de sua carreira. Ele retorna à Grécia e visita locais importantes para a história das Olimpíadas, além de ir ao lugar onde tentaram empurrá-lo para fora da prova nas Olimpíadas de Atenas 2004. Apesar do ocorrido, o longa metragem nos mostra como o atleta foi persistente e comemorou com muito entusiasmo a medalha de bronze que conquistou nesse dia.

Após o episódio, o atleta recebe a honra de carregar uma medalha Pierre de Coubertin, que é concedida aos que demonstram alto grau de esportividade e espírito olímpico, e também a honra de acender a pira olímpica no evento de abertura das Olimpíadas Rio 2016. “Eu sentia a vibração do estádio vivendo aquele momento, foi o momento de maior sentimento que eu tive na minha vida”, relembra.

 

Foto: Reprodução/Instagram

Vanderlei ao acender a pira olímpica na Rio 2016.

 

Vanderlei: Pernas, coração e cabeça é uma obra que envolve e emociona seu telespectador, principalmente porque conta a história de uma pessoa humilde, persistente e inspiradora. Assisti-la é essencial para conhecer melhor a vida do único brasileiro que já recebeu a Pierre de Coubertin.

Paralimpíadas ou paraolimpíadas, qual é o termo certo?

Paralimpíadas ou paraolimpíadas, qual é o termo certo?

Por: Letícia Ribeiro

Agitos, símbolo dos Jogos Paralímpicos

No domingo (8), aconteceu a cerimônia de encerramento dos XVII Jogos Paralímpicos de Verão ou, como também é chamado, os Jogos Paralímpicos. Como os Jogos Olímpicos, as Paralimpíadas de 2024 foram sediadas em Paris, na França. Como em todos os anos olímpicos, ressurge a seguinte questão: Paralímpico ou Paraolímpico, qual é o correto?

Atualmente, os jogos são chamados de Paralimpíadas. No entanto, nem sempre fora assim. Em 2011, depois de anos usando “paraolimpíadas”, o Comitê Paralímpico Internacional (CPI), determinou a unificação do termo, baseado na palavra em inglês paralympic. Criado em 1950, esse termo surgiu com a junção das palavras paraplegic e olympic, uma vez que, na primeira edição, a competição era exclusivamente para pessoas que tinham algum tipo de paralisia. 

 

Jogos de Stoke Mandeville de Roma (1960), ocorridos na mesma sede das Olimpíadas.

Com o evento acolhendo atletas com outros tipos de deficiência, a ideia inicial dos paraplegics mudou, e o Comitê considera que o junção para+olympics tem o “para” como prefixo que, de origem grega, significa algo como “semelhante, paralelo”. Desse modo, a palavra teria o sentido de “em paralelo às Olimpíadas”. 

No Brasil, apesar de os Comitês Paralímpicos Nacionais (CPN) terem abandonado o termo “paraolímpico” – assim como os outros países de língua portuguesa – há mais de uma década, a expressão “paralimpíco” ainda não é legitimada pela Academia Brasileira de Letras, responsável pela língua oficial do país.

Segundo a Secom (Secretaria de Comunicação Social), a recomendação é que o termo “paralímpico” seja usado quando fizer parte do nome próprio dos comitês e eventos, mas que mantenha-se o “paraolímpico” para referir-se à modalidade. Por exemplo: esportes paraolímpicos e Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris 2024.

Em entrevista para a AJ, Maria Fernanda Picchi, formada em Letras (Português, Inglês e Literatura) pela UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), complementa: “Em artigos, é bom que usemos o que é correto na nossa língua. Agora, em uma linguagem mais coloquial, não existe problema com o termo ‘paralimpíadas’.”



Rayssa Leal e Guilherme Khury são campeões mundiais de skate

Rayssa Leal e Guilherme Khury são campeões mundiais de skate

Ela (16) agora é bicampeã mundial e Gui (15) se torna o mais novo a conquistar o título.

Por: Livia Bronzato

 

Skate Vertical

Gui Khury, competindo na modalidade de skate vertical, levou o ouro no Campeonato Mundial de Skate de Roma 2024. Em suas voltas, ele conseguiu atingir 92.09 pontos e, nas manobras individuais, fez 90.00 e 86.40; somando-as, sua nota final foi 268.49. Anteriormente, Khury ficara em segundo lugar nessa competição, em 2022. Além disso, o adolescente também já levou o ouro na edição X Games de 2021.

Na mesma categoria, o brasileiro Augusto Akio (23), conhecido como “Japinha”, levou a prata com o total de 249.96 pontos. Recentemente, o skatista estreara nas Olimpíadas de Paris e levara medalha de bronze na modalidade park.

(Foto: Julio Detefon/CBSk)

Gui Khury e “Japinha” fazem dobradinha brasileira no Skate Vertical

Skate Street

Na categoria street, Rayssa Leal se tornou bicampeã mundial. Ela havia ganhado em 2022 e agora conquistou seu segundo ouro em Roma. A skatista, enfrentando sete japonesas na final, atingiu a nota 88,43 na etapa de voltas e 93.99 e 88.14 na de manobras individuais; ao todo 270,56 pontos levaram-na a alcançar o título.

(Foto: Reprodução/Instagram)

Rayssa com o troféu do Campeonato Mundial de Roma 2024

Rayssa já subiu diversas vezes em pódios durante sua trajetória. A brasileira possui 13 medalhas (sete ouros, quatro pratas e dois bronzes) em Jogos Olímpicos, em Jogos Pan-Americanos, no X Games, no World Skate e no Street League Skateboarding.

Recorde de medalhas do Brasil não garante cobertura de ouro para Paralimpíadas

Recorde de medalhas do Brasil não garante cobertura de ouro para Paralimpíadas

Por: Livia Bronzato

Brasil foi o 5° país no quadro de medalhas, batendo seu recorde com 89 no total. Também alcançou o maior número de ouros, foram 25; além de 26 pratas e 38 bronzes. Apesar do incrível rendimento brasileiro, a população do país não acompanhou o evento tanto quanto as Olimpíadas. Isso se deu pela falta de uma cobertura mais acessível das modalidades paralímpicas em comparação com a edição olímpica.

Foto: Sílvio Ávila/CPB

Comitê Paralímpico Brasileiro na Cerimônia de Abertura das Paralimpíadas de Paris 2024

 

Nas Olimpíadas, os direitos de transmissão se dividiram entre a TV Globo, canais do SporTV, Globoplay, CazéTV e o site Olympics.com, enquanto nas Paralimpíadas, o Grupo Globo adquiriu exclusividade. Foram transmitidas, no canal fechado SporTV2, apenas 9 das 22 modalidades: atletismo, basquete em cadeira de rodas, ciclismo, futebol de cegos, goalball, judô, maratona, natação e vôlei sentado. O acesso às transmissões só foi possível por aqueles que assinam o SporTV2 ou o pacote Globoplay + Canais Ao Vivo, que custa R$ 54,90/mês.

 

O resultado dessa diferença pode ser observado nos números de audiência: a TV Globo alcançou 36,4 milhões de pessoas e a CazéTV esteve na faixa dos 500 mil espectadores simultâneos. Entretanto, as Paralimpíadas, transmitidas pelo canal SporTV2 , alcançaram somente 6 milhões de telespectadores.

 

Além disso, a quantidade de jornalistas credenciados em Paris também foi contrastante, segundo o site oficial das Olimpíadas foram 20.000 na edição olímpica e apenas 3.000 na paralímpica.

 

O Comitê Paralímpico Brasileiro contou com o apoio de seis patrocinadores: Ajinomoto, Asics, Braskem, Havaianas, Loterias Caixa e Toyota. Já o Comitê Olímpico Brasileiro teve a colaboração de 20 empresas: Águia Branca, Ajinomoto, Aliança Francesa, Azul, Estácio, Grupo Águia, Havaianas, Hemmer, Max Recovery, Medley, Mormaii, NSports, Peak, Prevent Senior New On, Riachuelo, Smartfit, Subway, Vivo, Voke e XP Investimentos.

 

Quadro final de medalhas

 

E-sports: jogos eletrônicos estão ganhando cada vez mais protagonismo.

E-sports: jogos eletrônicos estão ganhando cada vez mais protagonismo.

Por: Letícia Ribeiro

À medida que a tecnologia ganha espaço, com a inteligência artificial, realidade virtual, entre outras, os e-sports também começam a ganhar mais protagonismo, saindo de sua bolha. Os jogos virtuais, apesar de terem ganhado maior popularidade nos últimos anos, têm raízes há cerca de cinco décadas, especificamente, em outubro de 1972 – quando data a primeira disputa oficial de games: as Olimpíadas Intergalácticas de Spacewar, que aconteceram na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Entretanto, mesmo com esse start, a modalidade só ganhou reconhecimento global nos anos 2000, com games como Counter-Strike e Warcraft. Agora, os e-sports se espalharam pelo mundo.

O que são e-sports?

Abreviação do termo eletronic sports (esportes eletrônicos), os e-sports são jogos eletrônicos que possuem um ambiente competitivo organizado, ou seja, os jogadores competem uns com os outros. Entretanto, nem todo jogo com essas características torna-se um e-sport. Segundo a Confederação Brasileira de E-sports, são e-sports os games que possuem competição entre profissionais, comumente assistidas pelo público através de alguma plataforma de streaming – a Twitch, por exemplo, é a plataforma mais famosa de transmissão de jogos. 

Um jogo não nasce sendo um e-sport, critérios como jogabilidade e visibilidade, são fatores decisivos para torná-lo uma modalidade esportiva. No que tange à jogabilidade, é preciso que seja divertido e que, principalmente, seja atraente para os jogadores, como em League Of Legends, fenômeno no mundo dos games, que sempre têm coisas novas e as classificações, conhecidos como elos – que vão do ferro a grão-mestre. 

Imagem: Pexels/Alena Darmel

Jogos Olímpicos de E-sports

Às vésperas das Olimpíadas de Paris, o Comitê Olímpico Internacional (COI), por unanimidade de votos, aprovou a criação dos Jogos Olímpicos de E-sports. O evento voltado para os games, diferentemente da tradição esportiva, terá realização de dois em dois anos a partir de 2025, com a primeira edição já com local definido: Arábia Saudita. Segundo o COI, as Olimpíadas voltadas para os games terão três modalidades: esportes físicos disputados em plataforma virtual; simuladores de esportes e games de e-sports – o último alinhado aos valores olímpicos, nesse sentido, jogos de tiro, como o famoso Counter-Strike, até então, não serão incluídos. 

E-sports no Brasil

A indústria dos jogos eletrônicos cresce significativamente a cada ano, e países como Estados Unidos e Coreia do Sul investem arduamente nessa modalidade – cerca de 600 universidades norte-americanas incluíram equipes de esportes universitários e bolsas de estudo para os e-sports. No Brasil, o Campeonato Brasileiro de League Of Legends (CBLOL) conta com mais de 300 mil espectadores. 

Apesar da grandiosidade dos campeonatos, eles não costumam sair da bolha dos games. Em entrevista à AJ, Davi Castiel, jogador profissional de CS (Counter-Strike), campeão do Maricá Games, comenta sobre a expectativa dos e-sports serem mais conhecidos no Brasil: “Ainda existe um certo preconceito aqui, isso acaba fazendo com que os investimentos sejam escassos.”

“A comunidade sempre quis ver os e-sports como modalidade, sempre tivemos vontade de mostrar ao mundo que videogame também é um trabalho. O Brasil é recheado de excelentes jogadores, respeitados entre vários jogos, como CS, Valorant, R6, Fifa”, disse o jogador.

Olimpíadas 2024: a prova de que saúde mental é um fator determinante para o alto rendimento do atleta

Olimpíadas 2024: a prova de que saúde mental é um fator determinante para o alto rendimento do atleta

Por Letícia Ribeiro

Rayssa Leal, Rebeca Andrade e Simone Biles

 

Desde os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, quando Simone Biles abandonou a competição para cuidar de sua saúde mental, a relação atleta e bem-estar mental ganhou uma dimensão global. Nos Jogos de Paris deste ano, a preparação mental dos atletas voltou a ser assunto, principalmente no que tange aos benefícios para o desempenho em competições.

O assunto que, durante muito tempo, fora considerado tabu, agora, mostra-se fundamental para o mundo dos esportes. A saúde mental não era um componente na preparação dos atletas, principalmente os de alto rendimento. O nadador Michael Phelps, por exemplo, conviveu com a depressão, em silêncio, por medo que isso fosse visto como fraqueza. Agora, é amplamente aceito que a psicologia esportiva mudou o cenário do esporte.

Atletas como Rebeca Andrade e Rayssa Leal, medalhistas olímpicas do Brasil, frisam a importância do acompanhamento psicológico, colocando-o como peça fundamental em suas conquistas. Rebeca, em várias entrevistas, já contou sobre a importância da psicologia em sua vida como atleta, e como seria se não tivesse o devido acompanhamento. A ginasta afirma que seria uma pessoa diferente, com mais inseguranças e dúvidas.

Não só nas olimpíadas, mas em todas as vertentes esportivas, a psicoterapia mostra-se um aliado importante dos atletas.

Em entrevista para a AJ, a psicóloga Fabiana Alves Bahia, formada pela Universidade Paulista, afirma que a saúde mental é essencial para o desempenho dos atletas em competições:

“Na psicologia, já superamos a visão de que corpo e mente são entidades separadas; ambos estão profundamente interligados”, disse Fabiana. Além disso, pontuou que o acompanhamento psicológico age,não só no desempenho individual do atleta, como também é importante para o aprimoramento do ambiente de trabalho e das relações interpessoais – minimizando o impacto que a vida profissional de uma atleta de alta performance tem em outras áreas da vida.

Os resultados não dão espaço para discordância. A volta de Simone Biles para as competições – e, principalmente, para os pódios – evidencia como o tratamento da parte mental do atleta não deve ser negligenciada. Não só a norte-americana, como também os atletas brasileiros – o vigor mental elogiável que eles apresentaram nas Olimpíadas de Paris – é a prova de que o desempenho físico precisa ser aliado ao cuidado mental.

Além do talento na ginástica, Jade Barbosa cria os collants do time do Brasil

Além do talento na ginástica, Jade Barbosa cria os collants do time do Brasil

Por Livia Bronzato

Foto: Ricardo Bufolin/CBG

 

Foram onze collants para as Olimpíadas de Paris 2024: cinco para os treinos e seis para as competições. Em junção do esporte com o universo da moda, sua preocupação é com o conforto dos uniformes, para que eles não saiam do lugar durante as apresentações, e com a representação estética, utilizando cores da bandeira do Brasil e inspirações do passado. A medalhista olímpica Jade Barbosa já criou também os collants utilizados na Olimpíada de Tóquio 2020 e nos Mundiais de Ginástica Artística de 2022 e 2023. Ela os produz pensando na autoconfiança de suas parceiras de equipe, procurando incluir elementos que elas valorizem. A ginasta contou em entrevista que faz isso porque acredita que quando se está usando a roupa que deseja no dia da competição, a pessoa se sente preparada e pronta. Disse também que não teve esse tipo de apoio no início de sua carreira e que sua motivação é ver as novas gerações se sentindo representadas.

 

Foto: Ricardo Bufolin/CBG

 

Jade iniciou essa prática quando, em 2018, um novo patrocinador da seleção convidou as atletas para opinar nas produções. O espírito artístico da ginasta vem de família. Seu pai foi arquiteto, seu avô foi desenhista e seu irmão é designer; ela iniciou a faculdade de Design mas não conseguiu conciliar com os treinos. Quando criança, seu pai resolveu começar a costurar os collants após observar que alguns eram desconfortáveis para a filha e, juntos, colavam as pedras brilhantes manualmente.