Descendentes, o original da Disney que marcou a infância de muitos

Descendentes, o original do Disney Channel que marcou a infância de muitos

O #MomentoNostalgia desta semana relembra o primeiro filme da triologia

Por Alice Moraes

Pôster do filme

No #MomentoNostalgia dessa semana relembramos um queridinho do Disney Channel, lançado em 2015: Descendentes.  

O diretor do filme é o Kenny Ortega, o mesmo que dirigiu a trilogia High School Musical, uma franquia também muito aclamada pelos seguidores do Disney Channel. 

Descendentes traz a história de uma nova geração de vilões e mocinhos. A Bela e a Fera se casaram, estabeleceram os Estados Unidos de Auradon e ressucitaram todos os vilões para dar a eles um destino pior: a prisão eterna na Ilha dos Perdidos, protegida por uma barreira impenetrável, que impede os vilões de escaparem e de manifestarem seus poderes mágicos. 

O filho da Bela e a Fera, porém, como futuro rei, quer dar uma chance para os filhos dos vilões. Por isso, escolheu quatro deles (Mal, Evie, Jay e Carlos) para se mudarem para Auradon, longe da influência maligna dos seus pais vilões. 

No entanto, os quatro adolescentes são orientados por Malévola (mãe de Mal) a roubar a varinha mágica da Fada Madrinha, a fim de quebrar a barreira da Ilha e conceder a liberdade a todos os vilões. Como os filhos vão executar esse maléfico plano? Eles vão conseguir? Assista no filme. 

A trama possui uma trilha sonora espetacular, além de figurinos bem produzidos e a caracterização dos personagens, bem como a ambientação da história, nos leva de volta aos clássicos contos de fadas da Disney. A obra fez tanto sucesso que Descendentes conta com uma linha de diversos produtos como livros de spin-off e bonecos. Um ano após o lançamento, ganhou também uma mini série em desenho animado (Descendentes: mundo de vilões), uma continuação com o segundo filme (2017), o terceiro filme (2019) e mais um quarto filme com um elenco novo, lançado em 2024. 

Toda a franquia de Descendentes está disponível para você assistir no streaming Disney Plus! 

“Coringa: Delírio a Dois” não é ruim, mas não empolga e nem supera o seu antecessor

“Coringa: Delírio a Dois” não é ruim, mas não empolga e nem supera o seu antecessor

A aguardada sequência promete dividir o público, e traz a cantora Lady Gaga como parceira do vilão num filme musical

Por: Vinícius Rodrigues

 

“Coringa: Delírio a Dois” traz Joaquin Phoenix como o Coringa, que, no filme anterior, lhe rendeu o Oscar de melhor ator, um grande feito para adaptações de quadrinhos para o cinema. Nessa sequência, encontramos o protagonista mergulhado no tédio como um prisioneiro famoso por crimes que abalaram Gotham City, e tudo muda com a chegada da enigmática Arlequina, interpretada pela cantora Lady Gaga. Ela está bem no papel, mas o filme parece desperdiçá-la em suas longas 2h18 de duração, e com um musical que ora entretêm, ora é intrusivo. O filme utiliza do tema musical para ser a válvula de escape do casal protagonista: de abusar de todo delírio e loucura que eles não podem fazer de fato. Seja numa cena em um tribunal, onde o Coringa finalmente pode matar o juiz com marteladas na cabeça, seja em apresentações em programas de televisão, com o casal do crime cantando e dançando para delírio do público.

O filme também explora em suas longas duas horas de duração, temas como abuso policial nas cadeias e a espetacularização da mídia em casos de “true crime”. Ao invés de assistirmos ao palhaço do crime sendo explorado e abusado na prisão, acompanhamos um longo processo no tribunal, que se arrasta e entendia, sendo transmitido para todo o país. Talvez o diretor tenha pensado em transformar o filme em um musical para tentar atrair mais loucuras dos protagonistas e diminuir a chatice dessas partes. No entanto, o musical não ajuda em nada e parece atrapalhar ainda mais, e nem mesmo a talentosa Lady Gaga pode mudar a situação.

É interessante ressaltar que a escolha das cores no longa, quando o Coringa está apático e cansado da rotina na prisão, tudo é cinza. Porém, quando a personagem de Lady Gaga entra na vida dele, o amarelo do sol fura as paredes de concreto, e ilumina o rosto do protagonista em meio aos prisioneiros, trazendo vida e sorriso em seu rosto. Até os guarda-chuvas dos guardas da prisão são coloridos, para trazer as cores da persona que Arthur Fleck irá se tornar nas cenas seguintes.

No fim, “Coringa: Delírio a Dois” não é um filme ruim, mas entrega um longo filme de tribunal maçante, que tenta utilizar do musical para lançar na tela os mais altos devaneios que seus protagonistas precisam, mas acaba falhando nesse quesito. Ele promete deixar o público ainda mais dividido com o seu final chocante, que pelo menos adianta que não terá um terceiro desnecessário filme, algo que este foi. 

UERJVIU: 2,5/5 estrelas

“A Substância” traz Demi Moore em um dos melhores filmes de terror do ano

"A Substância" traz Demi Moore em um dos melhores filmes de terror do ano

O filme da diretora Coralie Fargeat critica a indústria do entretenimento com muito sangue e violência

Por: Vinícius Rodrigues

“A Substância” é o segundo filme dirigido pela diretora Coralie Fargeat, que antes estreou em “Vingança”, de 2018, e ambos filmes têm a mesma pauta: o feminismo. A diretora utiliza a temática muito bem, pois, em seu primeiro filme “Vingança”, a protagonista precisa sobreviver no deserto lutando contra homens que matam mulheres por prazer, e ela entrega um filme de vingança padrão. Porém, em “A Substância”, ela chega em seu ápice: um filme de terror que discute temas sociais, como etarismo feminino na indústria da beleza, do entretenimento, e todo machismo que permeia nos bastidores desses temas, e tudo isso recheado de muito sangue e violência ao extremo.

“A Substância” conta a história de Elizabeth Sparkle, uma apresentadora de meia-idade de um programa de dança fitness na TV que, apesar de ter uma carreira de sucesso, não está muito satisfeita com sua imagem. Tudo vai por água abaixo quando ela descobre que será demitida e substituída por uma atriz com metade de sua idade. Diante disso, ela recebe uma proposta de um medicamento que pretende trazer “a melhor versão dela mesma”, e ao invés de ajudar, o remédio só piora a vida da atriz.

Demi Moore, atriz imortalizada no filme “Ghost”, de 1990, interpreta a protagonista com maestria, pois ela mostra toda fragilidade que a personagem necessita: uma mulher na casa dos seus 50 anos, sendo rejeitada pela mídia, que se odeia quando olha no espelho. A diretora, responsável por roteirizar e produzir o longa, ilustra bem quem são os vilões que agem atrás das cortinas e perpetuam todo o imaginário negativo de milhares de mulheres ao redor do mundo: homens idosos, ricos e brancos. Porque, enquanto a protagonista é tirada do seu cargo por estar “velha” de mais para o papel, são esses os homens que comandam essa indústria de imagem e entretenimento.

A “substância” do título do filme, chega e piora tudo de vez, pois, ao tomar o medicamento injetável, Elizabeth precisa dar espaço a sua segunda versão, “uma versão melhor dela mesma”.  Ela, por sua vez, é uma mulher com metade de sua idade, jovem, magra e “perfeita”, interpretada pela atriz Margaret Qualley, do recente “Tipos de Gentileza”, que encanta com toda a beleza e jovialidade que a personagem precisa. A sequência que mostra a versão mais nova da personagem saindo de dentro dela mesma é uma das mais nojentas e bem feitas no cinema nos últimos anos.

O trabalho de maquiagem e efeitos especiais do filme é impecável! No filme há cenas de membros expostos, corpos em deterioração, regados com muito sangue, chegando no terror trash e body horror: que se caracteriza pelo grotesco e mudanças corporais ao extremo, e um grande exemplo desse tema é o filme “A Mosca”, de 1986, onde o protagonista se transforma numa mosca. Outro feito da diretora é não economizar nos ótimos planos detalhes, desde os mais simples, num remédio efervescendo num copo com água, ao mais repulsante take de uma agulhada num ferimento horroroso. Cabe ressaltar também aos expectadores mais atentos, o filme parece referenciar e homenagear alguns clássicos do gênero, como “O Exorcista” de 1973, “O Iluminado”, de 1980 e “O Enigma de Outro Mundo”, de 1982.

No fim de mais de 2 horas de duração, “A Substância” entrega um dos melhores filmes de terror do ano, mesmo pecando na repetição em algumas cenas de dança, que exploram os “corpos perfeitos” dos atores jovens, mas deixa críticas sociais pontuais, com cenas recheadas de gore, violência e sangue, que irão fazer os desavisados tamparem os olhos. 

UERJVIU: 4/5 estrelas

10 Coisas que Eu Odeio em Você

10 Coisas que Eu Odeio em Você

O #Replay de hoje nos traz a nostálgica comédia romântica “10 Coisas que Eu Odeio em Você”!

Por: Livia Bronzato

Elenco do filme, da esquerda para a direita: Cameron (Joseph Gordon-Levitt), Kat Stratford (Julia Stiles), Joey (Andrew Keegan), Patrick Verona (Heath Ledger), Bianca Stratford (Larisa Oleynik), Chastity (Gabrielle Union) e Michael (David Krumholtz).
 

O filme foi lançado há 25 anos e tem como inspiração a obra “A Megera Domada” de Shakespeare. Ele conta uma história de diversas conquistas românticas entrelaçadas: Bianca Stratford deseja se relacionar, mas seu pai não permite que as filhas tenham namorados. Após muito insistir, ele propõe um novo acordo, em que Bianca só poderá ter seu desejo atendido quando sua irmã, Katarina, também estiver com um par. Nesse momento, Cameron, apaixonado por Bianca, inicia seu plano, contratando o temido e durão Patrick Verona para conquistar sua futura cunhada.

 

Para além da parte amorosa, a obra cinematográfica nos apresenta uma personagem feminina segura e forte, que traz muitos ensinamentos às mulheres. Kat Stratford, conhecida no colégio como a megera, antissocial, feminista e orgulhosa, representa uma garota que, na verdade, é cheia de si e prefere viver sua vida sem se preocupar com a opinião alheia. Kat também é estudiosa e busca ir para uma faculdade de outra cidade. Ela é um exemplo para nós acerca da autoconfiança, orgulhando da sua própria autenticidade.

Para aqueles que nunca assistiram ao filme, é uma ótima recomendação por se tratar de um filme leve e divertido, que possivelmente entrará para sua lista de “filmes conforto”!

 
 

“Os Fantasmas Ainda se Divertem” convence como sequência e diverte tanto quanto o clássico anterior

"Os Fantasmas Ainda se Divertem" convence como sequência e diverte tanto quanto o clássico anterior

Filme é continuação do clássico dos anos 80, “Os Fantasmas se Divertem”, dirigido por Tim Burton

Por: Vinícius Rodrigues

Besouro Suco, Besouro Suco… Besouro Suco! “Os Fantasmas Ainda se Divertem”,  o novo filme do diretor Tim Burton, estreia  hoje (5) nos cinemas brasileiros, tem classificação de 14 anos e 1h38 de duração. E já avisamos que vocês vão se divertir tanto quanto no filme anterior!

Após 36 anos desde o lançamento do filme “Os Fantasmas se Divertem”, que foi reprisado diversas vezes na “Sessão da Tarde”, da TV Globo, chega aos cinemas o novo capítulo da história do personagem irreverente “Beetlejuice”, ou “Besouro Suco”: “Os Fantasmas Ainda se Divertem”. No novo filme, o Besouro Suco, ganha um novo cargo no mundo dos mortos, e comanda um setor burocrático e tem vários subordinados ao seu dispor. Quem também retorna é o amor antigo do Besouro, Lydia Deetz, que, no primeiro filme, era uma adolescente gótica, que parecia estar morta no mundo dos vivos. No “Os Fantasmas Ainda se Divertem”, ela é uma mulher madura, apresentadora de um programa de terror na TV e tem até uma filha adolescente, Astrid Deetz. A mãe de Lydia também volta à nova aventura e agora é uma renomada artesã.

Na nova trama, tem-se uma exploração do mundo dos mortos não vista no filme original, com o elenco novo de coadjuvantes, que aparecem poucas vezes, mas essas poucas vezes são carregadas pelo carisma dos mesmos: Willem Dafoe faz um cênico chefe de polícia do submundo e Monica Beluche interpreta a vilã do longa, uma estilosa ex-amada do Besouro Suco que acorda dos confins dos mortos com sede de vingança. Quem também rouba cena é a atriz Catherine O’Hara, interprete de Delia, mãe de Lydia, que está mais cínica do que nunca e arranca boas risadas, já sua filha, Lydia, interpretada por Winona Ryder, com a chegada da idade, aparenta estar de bem com o mundo dos humanos, e sua filha, Astrid, é feita por Jenna Ortega, conhecida pela série da Netflix, “Wandinha”, entrega uma personagem bem apagada, que poderia ser interpretada por qualquer outra atriz que não faria a menor diferença, por último, mas não menos importante: o Besouro Suco parece estar um “pouquinho” mais contido, mas Michael Keaton parece não ter envelhecido sob a maquiagem do personagem no rosto, e nos diverte. E muito.

Tim Burton traz de volta o seu submundo peculiar, que só poderia ter saído da mente do próprio, conhecido por filmes góticos, obscuros e esquisitos, requisitos que o tornaram um grande e amado diretor pelos cinéfilos. O filme é composto por diversos cenários práticos do mundo inferior, com iluminação colorida, com cores vivas, ora escuras e densas, mas agora conta com efeitos computadorizados, os quais são quase imperceptíveis, em comparação com os filmes atuais, que fazem do cinema um jogo de videogame. A maquiagem é mais um acerto, e assim como no filme anterior, seu uso se justifica para mostrar a inventividade de seus autores: personagens que tiveram grandes danos quando mortos, sejam mordidos ao meio por um tubarão, ou esquartejados.

Quando “Os Fantasmas Ainda se Divertem” termina, a sensação que fica é que Tim Burton entrega um filme bem-humorado, divertido, cantante, cartunesco, com um elenco que não tem medo de brincar em cena. Mesmo que o filme demore a engrenar no começo, ele acaba servindo como uma boa sequência do clássico de 1988, e traz até mesmo um vislumbre dos tempos de vivo do Besouro Suco.

UERJVIU: 3,5/5 estrelas

“A biblioteca da meia-noite” e a saúde mental: como a literatura de Matt Haig nos faz pensar sobre a valorização da vida

“A biblioteca da meia-noite” e a saúde mental: como a literatura de Matt Haig nos faz pensar sobre a valorização da vida

Por: Maria Eduarda Galdino

Capa do livro “A biblioteca da meia-noite” de Matt Haig

 

“Enquanto estamos vivos, carregamos em nós um futuro de possibilidades”, essa é uma das frases impactantes no livro “A biblioteca da meia-noite” de Matt Haig. A obra gira em torno da vida de Nora Seed, uma mulher de 35 anos que vive inúmeras frustrações em relação a sua carreira, familiares, relacionamentos amorosos e que lida com a depressão. 

Após perder seu emprego, seu gato e ter sido ignorada por parentes e amigos em consequência de suas decisões passadas, Nora se frustrou a ponto de querer adiantar seu encontro com a morte. Enquanto dava fim a sua vida, Nora se deparou em uma biblioteca mágica que fica entre a vida e a morte, onde cada estante possui um livro que a transporta para uma vida cujo ela toma uma decisão diferente da sua atual.

Depois de viver diversas vidas na biblioteca, Nora percebeu que em cada uma delas acontece algo melhor do que na sua vida atual, mas que também não se encontra ilesa de momentos tristes, inesperados e negativos, como na vida na qual ela consegue se tornar famosa e rica, mas perde uma pessoa que ama. Esses episódios a fazem perceber que a tristeza faz parte da vida, não importa qual das versões ela escolha, Nora aprende que o que realmente importa é como ela escolhe lidar com essas situações que frustram e abalam a saúde mental.

“A vida é uma jornada, não um destino. Não importa onde você esteja agora, o importante é continuar caminhando”. No fim, Nora conclui que ela não viveu uma boa vida porque não decidiu ser feliz apesar dos obstáculos e das más escolhas, que sua vida não é perfeita e nunca irá ser, então ela escolhe voltar para sua vida atual e ter um novo recomeço, um encontro com a felicidade.

A obra ficcional de Matt Haig serve de grande aprendizado quando pensamos sobre dar valor a nossas vidas. O escritor já revelou em diversas entrevistas que já esteve em estados críticos em relação a sua saúde mental, lidando com a depressão e crises de pânico e que ele gostaria de ter tido um livro que lida com a depressão de forma esperançosa, como “A biblioteca da meia-noite”.

No Brasil, o Centro de Valorização à Vida (CVV) é um serviço de apoio psicológico e prevenção ao suicídio. O atendimento é 24 horas pelo telefone 188 

“Hellboy e o Homem Torto” faz filme anterior parecer uma obra de arte

"Hellboy e o Homem Torto" faz filme anterior parecer uma obra de arte

Nova adaptação do diabão vermelho das “hqs” para o cinema consegue ser pior que o filme anterior

Por: Vinícius Rodrigues

Neste novo capítulo da história do irreverente personagem que veio do mundo das histórias em quadrinhos, Hellboy precisa enfrentar seus medos internos e um mal ainda maior: o Homem Torto, uma espécie de ser trevas que coleciona almas no seu bolso.

O filme já começa com uma sequência de ação num trem em movimento, e constata-se ser um longa de baixo orçamento, porque os defeitos especiais, quer dizer, os efeitos especiais são abaixo do esperado para uma produção do diabão vermelho. A sequência ainda envolve um monstro que hora está bem feito, hora está mal feito, fora outros detalhes perceptíveis da cena, que implora por bons visuais, mas que nunca chega.

Antes os problemas eram só esses, mas não para por aí. O visual do novo Hellboy, interinterpretado pelo ator Jack Kesy, é legal e descolado, como pede o personagem. Ele faz tudo o que pode em cena, mas entrega um personagem mais insosso e sem graça até agora, pois as poucas piadas que o personagem solta pelo filme são piores que as do tio do pavê do Natal. O filme tem que ser menos engraçado, porque agora temos uma história de terror, com direito a bruxas e o Homem Torto do título, mas este último só aparecerá no final do filme, garantindo boas cenas para a nova atmosfera da história.

O elenco coadjuvante também fica aquém do esperado, com a atriz Adeline Rudolph, que também faz o possível para entregar carisma com o pouco que tem, e o ator Jefferson White, que faz uma espécie de bruxo do bem que está à procura da família. O único rosto mais conhecido do elenco é do ator Joseph Marcell, imortalizado como o mordomo Geoffrey, da série “Um maluco no pedaço”, que faz um padre.

No fim, “Hellboy e o Homem Torto” não funciona como comédia, não funciona como terror, e quem deseja assistir cenas de ação, só tem uma, na abertura do filme, e outras duas no meio e no fim, e nem são tão boas, resultando assim, num filme bem arrastado, que parece não ter fim, e com uma história confusa.

A dica que fica é: melhor rever os filmes anteriores, principalmente o tão criticado negativamente anterior “Hellboy”, de 2019, porque pelo menos entregava um elenco na medida, boas sequências de ação com ótimos efeitos visuais, num filme com um bom ritmo, mesmo sendo inferior às adaptações de Guillermo del Toro, com o perfeito Ron Perlman na pele do protagonista, do que ver este novo filme nos cinemas.

Porém, para aqueles que querem ver para tirar suas próprias conclusões, o filme estreia esta semana nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (5), tem classificação de 16 anos e tem 1h39 de duração.

UERJVIU: 2/5 estrelas

“Kinds of Kindness” ou “Tipos de Gentileza” leva a virtude do título ao extremo

"Kinds of Kindness" ou "Tipos de Gentileza" leva a virtude do título ao extremo

Emma Stone retorna em nova parceria com o diretor Yorgos Lanthimos, que lhe rendeu um Oscar de melhor atriz no anterior “Pobres criaturas” de 2023.

Por: Vinicius Rodrigues

O novo filme do premiado diretor Yorgos Lanthimos, “Kinds of Kindness” ou “Tipos de Gentileza” segue três histórias diferentes em quase 3h de duração, em capítulos, explorando o mesmo elenco e algumas se entrelaçando, num drama nada convencional, estreia esta semana nos cinemas brasileiros, no dia 22 de outubro e tem classificação de 18 anos.

O elenco do longa é repleto de nomes de peso de Hollywood como Emma Stone, que ganhou o Oscar de melhor atriz com a parceira anterior do diretor Yorgos Lanthimos, em “Pobres Criaturas”, de 2023, Willem Dafoe, quatro vezes indicado ao Oscar, Hunter Schafer da série “Euphoria” e Hong Chau, também indicada ao Oscar por “A baleia” de 2022.

A primeira trama conta a história de um homem que vive pelos mandos e desmandos bizarros do chefe no trabalho, e o diretor explora a comédia do curta com as músicas escolhidas: na abertura toca “Sweet Dreams”, de Eurythmics, e os trechos da canção falam por si só sobre a trama: sobre os abusos e casa perfeitamente com os momentos que o protagonista vive, e termina com “How Deep Is Your Love”, do Bee Gees, depois de uma sequência de assassinato. A música também chega para ilustrar a situação atual dos personagens, sendo embolada por afetos, após um momento de provação humana para saber “quão fundo é o amor entre eles.”

Na segunda narrativa, conta a história de um policial que busca pela esposa desaparecida, mas quando ela retorna, não tem os mesmos costumes e parece que ela foi trocada com outra. Pois, se antes ela odiava chocolate, agora ela ama e o protagonista entra em conflito. Aqui temos cenas gráficas de mutilação, então fica o aviso aos expectadores mais sensíveis. 

E por fim, e não menos importante, temos a trama final de um casal que segue uma seita que envolve culto sexual a beber água da piscina com lagrimas dos charlatões.

As três tramas envolvem os “tipos de gentileza” que carregam no título, seja por uma esposa que a todo custo tenta se integrar ao cotidiano do marido que acha que ela é outra pessoa, e vai ao extremo para provar isso, ou um subordinado que comete crimes esperando receber aprovação do patrão.

Apesar das suas quase 3 horas de duração, o filme tem uma boa fruição, fazendo o expectador acostumado com este tipo de trama mergulhar na história que contém cenas de violência, canibalismo, mutilação e ironia com suas trilhas sonoras.

“Tipos de Gentileza” chega para agradar os cinéfilos que simpatizam com as tramas tradicionais do diretor, que exploram as degradações humanas, como em “Dente canino”, de 2009, “O Lagosta” de 2015 ou “O Sacrifício do cervo sagrado” de 2017, caso contrário, este filme não é para você.

UERJ VIU: 3/5 estrelas

Alien: Romulus: o alienígena está de volta para aterrorizar o espaço mais uma vez

Alien: Romulus: o alienígena está de volta para aterrorizar o espaço mais uma vez

O filme chega com grandes expectativas com a presença do diretor Fede Alvarez na direção 

Por: Vinicius Rodrigues

 

“Alien: Romulus” é a 9ª aparição do alienígena nos cinemas, iniciada com o filme “Alien”, protagonizado e imortalizado pela atriz Sigourney Weaver e o  filme anterior foi o decepcionante “Alien: Covenant”, de 2017. A produção “Alien: Romulus” estreia hoje (15) nos cinemas brasileiros, tem classificação de 16 anos e 1h59 de duração.

Em Romulus, um grupo de jovens trabalhadores infelizes com suas funções almejam trilhar suas vidas em lugar melhor do universo. Eles planejam roubar uma nave para ir à Yvaga, um lugar onde os personagens falam que poderiam ver e sentir o por do sol,  o que eles não esperavam era encontrar uma forma de vida na nave que iria por fim no destino ensolarado deles.

Um dos aspectos positivos do filme é o suspense, como na cena na qual a criatura que solta ácido pelos dentes surge e um personagem está preso no mesmo ambiente. Ou quando o grupo precisa correr por um corredor para chegar a uma porta, como se fosse uma cena da série “Maze Runner”, porém, eles enfrentam um mar de “facehuggers” ao longo do caminho, que saltam em direção às vítimas. Para quem não se lembra, facehugger é o estágio inicial do Alien em que ele eclode do ovo e pula em direção à cara da vítima.

Os efeitos especiais e os efeitos visuais do longa são de outro mundo, pois nos prendem em uma atmosfera claustrofóbica, sem saber o que está por vir. O Alien está mais assustador que nunca.

A química entre a protagonista Rain Carradine, interpretada por Cailee Spaeny do recente “Guerra civil”, que considera o robô Andy, feito pelo ator David Jonsson, “um irmão”, é bem convincente na tela, carregando o drama necessário que os dois protagonizam até chegar nos momentos finais do filme.

Já o resto do elenco é formado por atores desconhecidos, logo não há muita empatia com os seus personagens, nem desenvolvimento dos mesmos, então o que se espera a cada cena é que o Alien os encontre e faço o serviço bem feito para deleite do público. Falando em Alien, é inexistente uma grande ou marcante sequência de perseguição da criatura com as suas vítimas, dando a sensação de desperdício com o material que o diretor tinha em mãos.

O diretor deste novo filme é Fede Alvarez, que também comandou o ótimo remake sangrento do clássico trash dos anos 80 “A morte do demônio”, de 2013. Porém, em Romulus, constata-se que ele economizou nos litros de sangue cenográfico, pois as mortes dos personagens passam despercebidas em meio a uma fotografia escura e tensa, então se você espera um filme gore e que o Alien acabe com quem tropeça em seu caminho, não é aqui.

No fim, “Alien: Romulus” tem mais pontos positivos do que negativos, e entrega um filme à altura do alienígena mais aterrorizante do espaço, com um final que vai chocar os fãs, tanto quanto a cena final de “Prometheus”, de 2012.

UERJ VIU: 3,5/ 5 estrelas

 

Deadpool & Wolverine: a grande aposta do ano da Marvel

Deadpool & Wolverine: a grande aposta do ano da Marvel

Filme estreou na última quinta-feira (25/07) e arrecadou o equivalente a R$ 1,3 bilhão ao redor do mundo na estreia

Por: Davi Guedes

Deadpool & Wolverine é o alvorecer de uma nova era criativa para a produção do Universo Cinematográfico da Marvel (UCM). No entanto, apesar dos novos ares, abdicar dos paradigmas e vícios que a Marvel integrou nas suas produções desde o início de sua quarta fase não parece estar no radar do estúdio, embora esses mesmos sejam o alvo de crítica no próprio longa.

O principal aspecto da história é o caráter anti-heroico dos protagonistas do filme e ele usa dessa característica para constituir a narrativa e a temática. Em resumo, a história consiste na jornada de Deadpool para substituir o Wolverine, o mesmo que morreu no filme “Logan”, a fim de estabilizar a sua realidade e evitar com que ela colapse. 

A trama é, como já esperado, recheada de “fanservices”, e encare isso como uma faca de dois gumes. Por um lado, aos saudosistas de plantão, ver tantos rostos antigos retornarem será gratificante, por outro, o volume desse artifício de roteiro é tamanho que ele parece ser o elemento principal de todo o filme.

Encontra-se aí o aspecto cínico da autocrítica feita no filme pela Marvel: ao mesmo tempo que a obra tira sarro com o estado atual do estúdio, ela ainda depende dos seus vícios para se sustentar. Embora exista uma trama por trás da obra, esta é mais um plano de fundo para um filme preocupado, sobretudo, em agradar ao público.

Perpassa pela obra um metacomentário central: a noção de que mesmo pessoas problemáticas e quebradas podem ser “heróis”, posto que em uma das cenas finais, ambos os protagonistas sacrificam-se pelo bem maior, ao clássico estilo do super-herói virtuoso, ainda que sejam indivíduos muito problemáticos. A transmissão dessa mensagem adquire seu valor pleno se o espectador já tiver assistido aos longas anteriores dos personagens, ou ao menos tiver alguma boa familiaridade com eles, pois o filme em si não gasta muito tempo ou esforços desenvolvendo neles esses aspectos temáticos. Ele depende principalmente de algo que já estaria latente nos personagens, oriundo do desenvolvimento que herdam dos seus filmes predecessores.

Em relação ao humor, espere pelo filme com o humor mais vulgar e ousado da Marvel. O contraste entre um universo tipicamente infanto-juvenil com o Deadpool, um personagem de humor adulto, entrega momentos engraçados. No geral, o filme é genuinamente divertido, apesar da repetição de um modelo de piada e a necessidade de reconhecer as referências feitas com o próprio UCM e com a cultura pop para extrair sentido de várias delas. 

Em relação à trilha sonora, o filme aglutina grandes nomes do pop, como Madonna e Avril Lavigne, que sempre acompanham momentos de ação. 

O saldo final é de uma continuação do que a Marvel vem sendo. A quem se acostumou com a fase quatro, espere um filme com uma montagem e estilo semelhantes, com o diferencial de que esse filme é consciente do que ele é, e, a despeito de tudo, permanece sendo uma continuidade do que a Marvel se acostumou a fazer.