E-sports: jogos eletrônicos estão ganhando cada vez mais protagonismo.

E-sports: jogos eletrônicos estão ganhando cada vez mais protagonismo.

Por: Letícia Ribeiro

À medida que a tecnologia ganha espaço, com a inteligência artificial, realidade virtual, entre outras, os e-sports também começam a ganhar mais protagonismo, saindo de sua bolha. Os jogos virtuais, apesar de terem ganhado maior popularidade nos últimos anos, têm raízes há cerca de cinco décadas, especificamente, em outubro de 1972 – quando data a primeira disputa oficial de games: as Olimpíadas Intergalácticas de Spacewar, que aconteceram na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Entretanto, mesmo com esse start, a modalidade só ganhou reconhecimento global nos anos 2000, com games como Counter-Strike e Warcraft. Agora, os e-sports se espalharam pelo mundo.

O que são e-sports?

Abreviação do termo eletronic sports (esportes eletrônicos), os e-sports são jogos eletrônicos que possuem um ambiente competitivo organizado, ou seja, os jogadores competem uns com os outros. Entretanto, nem todo jogo com essas características torna-se um e-sport. Segundo a Confederação Brasileira de E-sports, são e-sports os games que possuem competição entre profissionais, comumente assistidas pelo público através de alguma plataforma de streaming – a Twitch, por exemplo, é a plataforma mais famosa de transmissão de jogos. 

Um jogo não nasce sendo um e-sport, critérios como jogabilidade e visibilidade, são fatores decisivos para torná-lo uma modalidade esportiva. No que tange à jogabilidade, é preciso que seja divertido e que, principalmente, seja atraente para os jogadores, como em League Of Legends, fenômeno no mundo dos games, que sempre têm coisas novas e as classificações, conhecidos como elos – que vão do ferro a grão-mestre. 

Imagem: Pexels/Alena Darmel

Jogos Olímpicos de E-sports

Às vésperas das Olimpíadas de Paris, o Comitê Olímpico Internacional (COI), por unanimidade de votos, aprovou a criação dos Jogos Olímpicos de E-sports. O evento voltado para os games, diferentemente da tradição esportiva, terá realização de dois em dois anos a partir de 2025, com a primeira edição já com local definido: Arábia Saudita. Segundo o COI, as Olimpíadas voltadas para os games terão três modalidades: esportes físicos disputados em plataforma virtual; simuladores de esportes e games de e-sports – o último alinhado aos valores olímpicos, nesse sentido, jogos de tiro, como o famoso Counter-Strike, até então, não serão incluídos. 

E-sports no Brasil

A indústria dos jogos eletrônicos cresce significativamente a cada ano, e países como Estados Unidos e Coreia do Sul investem arduamente nessa modalidade – cerca de 600 universidades norte-americanas incluíram equipes de esportes universitários e bolsas de estudo para os e-sports. No Brasil, o Campeonato Brasileiro de League Of Legends (CBLOL) conta com mais de 300 mil espectadores. 

Apesar da grandiosidade dos campeonatos, eles não costumam sair da bolha dos games. Em entrevista à AJ, Davi Castiel, jogador profissional de CS (Counter-Strike), campeão do Maricá Games, comenta sobre a expectativa dos e-sports serem mais conhecidos no Brasil: “Ainda existe um certo preconceito aqui, isso acaba fazendo com que os investimentos sejam escassos.”

“A comunidade sempre quis ver os e-sports como modalidade, sempre tivemos vontade de mostrar ao mundo que videogame também é um trabalho. O Brasil é recheado de excelentes jogadores, respeitados entre vários jogos, como CS, Valorant, R6, Fifa”, disse o jogador.

Olimpíadas 2024: a prova de que saúde mental é um fator determinante para o alto rendimento do atleta

Olimpíadas 2024: a prova de que saúde mental é um fator determinante para o alto rendimento do atleta

Por Letícia Ribeiro

Rayssa Leal, Rebeca Andrade e Simone Biles

 

Desde os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, quando Simone Biles abandonou a competição para cuidar de sua saúde mental, a relação atleta e bem-estar mental ganhou uma dimensão global. Nos Jogos de Paris deste ano, a preparação mental dos atletas voltou a ser assunto, principalmente no que tange aos benefícios para o desempenho em competições.

O assunto que, durante muito tempo, fora considerado tabu, agora, mostra-se fundamental para o mundo dos esportes. A saúde mental não era um componente na preparação dos atletas, principalmente os de alto rendimento. O nadador Michael Phelps, por exemplo, conviveu com a depressão, em silêncio, por medo que isso fosse visto como fraqueza. Agora, é amplamente aceito que a psicologia esportiva mudou o cenário do esporte.

Atletas como Rebeca Andrade e Rayssa Leal, medalhistas olímpicas do Brasil, frisam a importância do acompanhamento psicológico, colocando-o como peça fundamental em suas conquistas. Rebeca, em várias entrevistas, já contou sobre a importância da psicologia em sua vida como atleta, e como seria se não tivesse o devido acompanhamento. A ginasta afirma que seria uma pessoa diferente, com mais inseguranças e dúvidas.

Não só nas olimpíadas, mas em todas as vertentes esportivas, a psicoterapia mostra-se um aliado importante dos atletas.

Em entrevista para a AJ, a psicóloga Fabiana Alves Bahia, formada pela Universidade Paulista, afirma que a saúde mental é essencial para o desempenho dos atletas em competições:

“Na psicologia, já superamos a visão de que corpo e mente são entidades separadas; ambos estão profundamente interligados”, disse Fabiana. Além disso, pontuou que o acompanhamento psicológico age,não só no desempenho individual do atleta, como também é importante para o aprimoramento do ambiente de trabalho e das relações interpessoais – minimizando o impacto que a vida profissional de uma atleta de alta performance tem em outras áreas da vida.

Os resultados não dão espaço para discordância. A volta de Simone Biles para as competições – e, principalmente, para os pódios – evidencia como o tratamento da parte mental do atleta não deve ser negligenciada. Não só a norte-americana, como também os atletas brasileiros – o vigor mental elogiável que eles apresentaram nas Olimpíadas de Paris – é a prova de que o desempenho físico precisa ser aliado ao cuidado mental.

Além do talento na ginástica, Jade Barbosa cria os collants do time do Brasil

Além do talento na ginástica, Jade Barbosa cria os collants do time do Brasil

Por Livia Bronzato

Foto: Ricardo Bufolin/CBG

 

Foram onze collants para as Olimpíadas de Paris 2024: cinco para os treinos e seis para as competições. Em junção do esporte com o universo da moda, sua preocupação é com o conforto dos uniformes, para que eles não saiam do lugar durante as apresentações, e com a representação estética, utilizando cores da bandeira do Brasil e inspirações do passado. A medalhista olímpica Jade Barbosa já criou também os collants utilizados na Olimpíada de Tóquio 2020 e nos Mundiais de Ginástica Artística de 2022 e 2023. Ela os produz pensando na autoconfiança de suas parceiras de equipe, procurando incluir elementos que elas valorizem. A ginasta contou em entrevista que faz isso porque acredita que quando se está usando a roupa que deseja no dia da competição, a pessoa se sente preparada e pronta. Disse também que não teve esse tipo de apoio no início de sua carreira e que sua motivação é ver as novas gerações se sentindo representadas.

 

Foto: Ricardo Bufolin/CBG

 

Jade iniciou essa prática quando, em 2018, um novo patrocinador da seleção convidou as atletas para opinar nas produções. O espírito artístico da ginasta vem de família. Seu pai foi arquiteto, seu avô foi desenhista e seu irmão é designer; ela iniciou a faculdade de Design mas não conseguiu conciliar com os treinos. Quando criança, seu pai resolveu começar a costurar os collants após observar que alguns eram desconfortáveis para a filha e, juntos, colavam as pedras brilhantes manualmente.

Após 16 anos, Boston Celtics alcança a glória do basquete novamente

Após 16 anos, Boston Celtics alcança a glória do basquete novamente

O dia 17 de junho é marcante na história da franquia, primeiro em 2008 e agora em 2024.

Por: Livia Bronzato

UM GRANDE SONHO

No último dia 17, o Boston Celtics ganhou a final dos Playoffs da NBA, enfrentando o Dallas Mavericks, o time venceu marcando 106 pontos enquanto seu adversário fez 88. A etapa final é no formato “melhor de sete”, mas foram necessários apenas cinco (4 a 1), terminando com a vitória do time de Massachusetts.

Nessa partida, Jayson Tatum foi o cestinha, marcando 31 pontos, e seu colega de time Jaylen Brown marcou 21, liderando juntos a vitória do Celtics. Em contrapartida, Luka Dončić, jogador do Mavericks, fez 28 pontos.

Foto: Reprodução/Celtics
 

A trajetória rumo ao troféu é longa. Cinco anos após a vitória de 2008, Boston reconstruiu seu time, fazendo mudanças no elenco que fora campeão. Essa reestruturação garantiu a possibilidade de escolhas no draft, período em que são recrutados novos jogadores para ingressar na NBA. Dessa forma, Jaylen Brown e Jayson Tatum passaram a fazer parte do elenco do Boston Celtics em 2016 e 2017, respectivamente, fortalecendo o time novamente. Em 2022, o time conseguiu chegar à final contra o Golden State Warriors, mas perdeu o título. No ano seguinte, ocorrem mais importantes trocas de jogadores, Kristaps Porzingis e Jrue Holiday que ajudaram no domínio de Boston durante toda a temporada regular de 23/24, ao todo somando surpreendentes 64 vitórias e apenas 18 derrotas.

DESTAQUES DO BOSTON

Os jogadores do Celtics que foram essenciais para essa vitória são Tatum, que durante todo os playoffs foi, entre seu elenco, o líder em pontos, rebotes e assistências, e Brown, ganhador do prêmio Most Valuable Player (MVP) da final de conferência leste e da final da liga. Além de Holiday e Porzingis, que são grandes jogadores, funcionando como peças-chave para alcançar o êxito.

Sobre o bom relacionamento entre os membros da equipe, Jaylen Brown comenta acerca de sua parceria com Tatum: “O MVP poderia ter sido para qualquer um, poderia ter ido para Jayson. Eu não consigo descrever suficientemente sobre seu altruísmo ao longo de toda a jornada. Nós fizemos isso juntos, como um time unido e isso é o mais importante de tudo. Nós estivemos jogando juntos por sete anos, muitos disseram inúmeras vezes que não venceríamos juntos, que não formaríamos uma boa equipe. Nós apenas bloqueamos isso e continuamos nos esforçando. Acima de qualquer coisa, eu confiei nele e ele confiou em mim. Chegar até aqui ao lado de JT é incrível, é muito bom.”, disse o jogador.

A TORCIDA BRASILEIRA

Em entrevista para o LED, o estudante da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e torcedor do Boston Celtics Bruno Silvares contou sobre sua relação com o time. Ele diz que é muito bom conseguir ver a evolução do elenco tanto individualmente quanto como equipe. “Há dois anos, quando comecei a acompanhar, o time estava no começo do caminho que resultaria a derrota nas finais e, desde então, é bem interessante perceber a diferença de maturidade e de consistência e como o time se ajustou para que dois anos depois chegassem à final novamente e saíssem vitoriosos, dessa vez.”, diz ele.

Também fala sobre sua experiência com o basquete. Bruno fez aulas quando pequeno e se identificou com o esporte assim que começou. “Como funcionam as jogadas, as organizações de ataque e defesa e o dinamismo do jogo me interessaram.” Anos depois, ele passou a acompanhar os jogos, mas sentia dificuldade por conta do difícil acesso às transmissões. “O esporte nunca foi muito popular no Brasil, então eram raras as vezes que era possível assistir ao vivo, pois nem todos os jogos tinham transmissão”, diz o estudante.

Sobre a comunidade de pessoas que também acompanham aqui no Brasil, ele acrescenta: “Tenho alguns amigos que torcem, mas a maioria das pessoas que vejo torcendo estão nas redes sociais, em diferentes partes do país, comentando em diferentes perfis no X, antigo Twitter, e no Instagram, o que acaba provocando uma maior disseminação do esporte no Brasil. O que é muito interessante”.


CURIOSIDADES

Com a conquista, o Boston Celtics se torna novamente o time com mais vitórias nos playoffs, com 18 títulos, ultrapassando Los Angeles Lakers, que possui 17.

O décimo oitavo troféu foi levantado exatamente 16 anos após o último título, ocorrido em 17 de junho de 2008.

Alfred “Al” Joel Horford Reynoso foi o primeiro jogador nascido na República Dominicana a ser vencedor na história dos playoffs, enquanto Kristaps Porzingis e Neemias Esdras Barbosa Queta foram os primeiros ganhadores nascidos na Letônia e em Portugal, respectivamente.

 

 

Desempenho e juventude são sinônimos?

Desempenho e juventude são sinônimos?

Aos 57 anos, Tania Zeng, a ‘tia Tania’, é classificada para Paris 2024 e, com ela, o questionamento: existe uma idade limite para a prática de esportes?

Por: Letícia Ribeiro

De origem chinesa, Zhiying Zeng, aos 57 anos, representará o Chile no tênis de mesa nos Jogos Olímpicos, em Paris. Após a notícia, ela deixou um recado para todas as gerações: nunca é tarde para nada – você só precisa começar. Nesse ínterim, levantou-se um debate que, nos últimos anos, tem ganhado notabilidade no mundo esportivo: desempenho e juventude são, necessariamente, sinônimos?

Culturalmente, o esporte tende a exaltar o desempenho, atrelando-o à juventude, enquanto classifica os atletas mais velhos como superados. Não só nos esportes, como no cotidiano, profissionais com mais idade carregam estereótipos negativos relacionados ao envelhecimento, principalmente nas questões de aprendizado e produtividade.

No âmbito esportivo, a idade é como uma linha de chegada em movimento, afastando-se à medida que nos aproximamos dela. Individualmente, o cenário é ainda mais duro com os atletas, a exemplo da ex-ginasta Daiane dos Santos, que sofrera com inúmeras críticas ao ingressar na modalidade com onze anos, uma idade que – para o mundo dos esportes – é considerada tardia.

Tal julgamento não se limita apenas às modalidades mais “físicas”: Fernando Alonso, piloto espanhol de Fórmula I, na época com 40 anos, disse em entrevistas que era alvo de sucessivos questionamentos sobre sua idade, e que achava irrelevante isso ser um tema dentro do esporte.

Apesar das atividades individuais serem o maior alvo das questões etárias, em esportes coletivos, como o futebol, há uma gama de reclamações sobre a capacidade de jogadores mais velhos continuarem atuando em alta intensidade, o que resulta em mais questionamentos quanto à “falta de renovação” dos elencos. No basquete, o cenário não é muito diferente, principalmente com os jogadores da velha-guarda, como Lebron James que, ainda na casa dos 30, é considerado velho para o esporte.

Assim, se atletas como o próprio Lebron James, que detém um legado e tanto dentro das quadras, são alvo de questionamentos quanto à seu desempenho por conta da idade, pode-se supor que o cenário é ainda menos favorável para pessoas como Tania Zeng, que ingressam no esporte mais tarde – no caso dela, retornam.

Zeng começou a jogar tênis em seu país de origem, China, aos nove anos. Em 1989, chegou ao Chile, onde ganhou o nome Tania. A chinesa ficou afastada do esporte por um longo período de tempo e, durante a pandemia, aos 54 anos, decidiu voltar a jogar de forma amadora; Em 2023, foi destaque no Campeonato Sul-americano e passou a integrar a equipe de seleção chilena, defendendo o Chile em Santiago 2023 na disputa por equipes, conquistando o bronze. Em Lima, no pré-olímpico, conquistou a vaga para os primeiros jogos olímpicos de sua vida. A partir daí, a tenista ficou conhecida como “tia Tania” – um apelido que, por si só, já explicita a estigmatização de indivíduos mais velhos.

Casos como o de Tania Zeng soam como uma exceção à regra. E, nesse meio, surge a seguinte questão: é possível que pessoas mais velhas pratiquem esportes profissionalmente? “Sim, a prática de esportes em indivíduos com a idade avançada não é apenas possível, mas também muito recomendável”, explica Tayná Andrade, formada em Educação Física com pós-graduação em treinamento esportivo: “Claro, se estamos falando de esportes que exigem mais do físico, torna-se um um pouco mais complicado devido a ‘n’ fatores, desde o treinamento, resposta metabólica, aptidão física e recuperação muscular – devido à idade.”

Afinal, então, desempenho e juventude andam de mãos dadas? Nem sempre. Ainda de acordo com a profissional, existem várias exceções à regra, como, já citado, o próprio Lebron James que, para além de condicionamento físico, detém uma vasta experiência que, sem dúvidas, auxilia no desempenho.

Nesse caso, não é possível generalizar, afirmando que todos os indivíduos com mais idade teriam a capacidade física de competir com os mais jovens, ao passo que também não é possível determinar quantas “exceções à regra” existem. A prática do esporte e o desempenho no âmbito profissional é individual e dependente de uma gama de fatores – que contribuem ou se mostram agentes impeditivos

Conheça o Instituto Vini Jr: projeto social idealizado pelo jogador

Conheça o Instituto Vini Jr: projeto social idealizado pelo jogador

Atacante do Real Madrid diz que se sente orgulhoso pela criação do projeto como se fosse um gol na final da Champions League

Por Livia Bronzato

Vinicius Junior, um dos maiores nomes do futebol mundial atual, quando mais novo, estudou na Escola Paulo Reglus Freire durante o Ensino Fundamental I, conhecendo, portanto, a difícil realidade do ensino público brasileiro, que cada vez mais sofre um processo de sucateamento. Por isso, o jogador idealizou o Instituto Vini Jr e o criou em 2020, tendo como objetivo apoiar um ensino mais eficaz nas escolas públicas, a partir da utilização de tecnologia como instrumento, e despertar o interesse dos estudantes na escola.
 
 
Foto: Instituto Vini Jr/Divulgação
 
O trabalho da instituição baseia-se na valorização do conhecimento e da individualidade de cada criança, trazendo sua realidade para dentro das salas, aproximando o ensino e suas vivências pessoais. Como ferramenta para facilitar o aprendizado, eles utilizam a tecnologia e o esporte. Esse projeto é disponibilizado gratuitamente nos colégios em que a instituição está presente, além de já contemplar cerca de 4,5 mil estudantes e contar com 225 profissionais da educação envolvidos.
 
Centro de Tecnologia Educacional BASE (CT Base), como são chamadas as salas transformadas pelo instituto, estão localizadas na Escola municipal Dr. Afonso Pena Junior, na Escola municipal Paulo Reglus Freire, na Escola municipal Dr. Manoel Reis, na Escola municipal Machado de Assis, na Escola municipal de Educação Básica Professora Adolfina Diefenthaler, na Escola municipal Visconde Sepetiba, na Escola municipal Cantor e Compositor Gonzaguinha e na Escola municipal Francisco Benjamin Gallotti. Os CT Base são equipados com celulares, tablets e televisões para que os professores possam dinamizar o processo de ensino, além do aplicativo Base, plataforma de ensino em formato de minijogos, desenvolvendo as habilidades dos alunos e aumentando o interesse deles dentro das salas de aula. O aplicativo é voltado para os estudantes do Ensino Fundamental I e eles podem ganhar troféus e prêmios ao realizarem os exercícios, participando de uma espécie de torneios a cada bimestre. As atividades no Base estão de acordo com a Base Nacional Comum Curricular, documento referencial para o conteúdo ensinado nas escolas.[/caption]

“Eu não quero que as crianças virem mais Vinicius Jrs, mais Neymares, mais Cristianos Ronaldos. Quero ter mais médicos, mais gente formada, mais pessoas em todos os segmentos para a evolução de cada um”, diz Vini.

Foto: Instituto Vini Jr/Divulgação

No site do instituto Vini Jr, podem ser feitas contribuições financeiras à instituição. Também no site, eles disponibilizam o download do Manual de Educação Antirracista, desenvolvido pela equipe pedagógica e pelo professor Allan de Souza, que visa à reflexão de como o racismo pode atuar dentro da sala de aula e de como ser um educador antirracista.

Diretoria do Flamengo não faz tabelinha com a torcida

Diretoria do Flamengo não faz tabelinha com a torcida

Jogo amistoso, no Maracanã, para arrecadar doações aos gaúchos tem apoio do Flamengo, que votara contra a paralisação do Brasileirão após enchentes no RS.

Por Livia Bronzato

 

O ADIAMENTO

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) na quarta-feira (15), anuncia que as rodadas sete e oito da série A do Campeonato Brasileiro foram adiadas. A Federação Gaúcha de Futebol enviou uma solicitação oficial à CBF para que houvesse um intervalo na competição, a pedido de Juventude, Internacional e Grêmio, em razão das graves enchentes no Rio Grande do Sul. A decisão foi tomada a partir de uma consulta aos 20 clubes da série A, 15 deles se manifestaram a favor da paralisação. Foram eles: Atlético-GO, Atlético-MG, Athletico-PR, Bahia, Botafogo, Criciúma, Cruzeiro, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Grêmio, Internacional, Juventude, Vasco e Vitória.

Foto: Anselmo Cunha/AFP

Segundo a CBF, apenas Corinthians, Flamengo, Palmeiras, Red Bull Bragantino e São Paulo não comentaram oficialmente sobre o assunto. Ao UOL, no entanto, o Bragantino afirmou apoiar a decisão e ter manifestado à entidade sua posição, surpreendendo-se por não ter sido adicionado à lista dos favoráveis. O Corinthians emitiu comunicado suspendendo a venda de ingressos para o jogo de domingo (19) e o São Paulo afirmou que aceitará a decisão da CBF. Flamengo e Palmeiras foram os únicos times que não se pronunciaram. O público não respondeu bem ao posicionamento desses clubes.

“FUTEBOL SOLIDÁRIO”

Neste domingo (26), em iniciativa da Rede Globo, com apoio da CBF, da Prefeitura do Rio de Janeiro e do Flamengo, o estádio Maracanã será palco de um jogo beneficente, para a arrecadação de doações destinadas às vítimas dos desastres no RS. O jogo contará com artistas e importantes atletas do futebol, como Cafu, Ronaldinho, Ludmilla, Thiaguinho, Diego Ribas, Petkovic e outros. O montante arrecadado com a venda de ingressos será doado para a Central Única das Favelas (Cufa), instituição que promove o esporte entre moradores de favelas. E a receita de comercialização dos patrocínios da transmissão do “Futebol Solidário” será doado por projetos da plataforma Para Quem Doar.

UMA ANÁLISE DE GESTÃO

Ao Laboratório de Editoração Eletrônica, Ricardo Benevides, graduado em Relações Públicas e professor da Faculdade de Comunicação Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, comenta sobre as posições da diretoria do Flamengo envolvendo as tragédias do RS. Benevides acredita que a decisão da diretoria do clube demonstra insensibilidade com as vítimas e, também, com a esportividade, já que os times do Sul não estão em condições normais de funcionamento, causando uma desigualdade dentro do Campeonato Brasileiro. É um posicionamento que espelha a despreocupação com condições verdadeiramente justas dentro do esporte.

O professor diz ainda que parte da torcida separa o clube Flamengo e a direção do presidente Rodolfo Landim, por conta de sucessivas decisões da diretoria que desagradam a essa parcela de torcedores. A distância drástica entre a direção e os torcedores aumenta com as demonstrações de que não há a defesa de princípios de esportividade dentro da gestão.

“A visão reativa em relação a essa insensibilidade do Flamengo não pode ter nenhum outro caminho a não ser o reposicionamento do conceito Flamengo em torno de princípios humanos e na defesa do jogo justo, e isso não é o que o Flamengo demonstra hoje. Então, estamos falando, na verdade, não de imagem, mas do Flamengo repensar os seus próprios posicionamentos em torno de seus princípios. A forma como eles são afirmados, a maneira como o Flamengo constrói o conceito sobre si é altamente dependente de outra visão de gestão. A gestão pode ser muito bem-sucedida esportivamente, contratar bem e ganhar títulos, mas ainda sim ser alinhada à ideias absolutamente nefastas.”, diz Ricardo.

Copa do Mundo Feminina 2027 no Brasil: da ilegalidade até a sede do maior evento mundial de futebol feminino

Copa do Mundo Feminina 2027 no Brasil: da ilegalidade até a sede do maior evento mundial de futebol feminino

A 10ª edição do será sediada no Brasil, onde até a década de 80 era crime mulheres praticarem esporte profissionalmente. 

Por: Letícia Ribeiro

De crime à sede da Copa do Mundo de 2027, o caminho fora longo e sinuoso. As mulheres enfrentaram muitos obstáculos para estarem em campo. Subjugadas, proibidas, subestimadas e tendo seus sonhos tratados como puro amadorismo. A garra delas, porém, era mais forte. Nadando contra a opinião popular, as jogadoras não desistiram e, no final, levaram prêmios a uma nação que constantemente as desvalorizou.

Na sexta-feira (17), durante o Congresso da Fifa, realizado em Bangkok, na Tailândia, o Brasil foi o escolhido para sediar a Copa do Mundo Feminina de 2027. O país que, até a década de 80, tinha o futebol feminino, entre outras práticas esportivas, como ilegal. Agora, supera a candidatura conjunta de três países europeus – Alemanha, Bélgica e Holanda – com quarenta e um votos de diferença

Pela primeira vez, a escolha da sede da competição mundial foi realizada pelo Congresso da Fifa, contando com voto de 211 associações nacionais de futebol – 207 votos, já que os países candidatos não têm o direito de votar. 

A delegação brasileira com Marta, seis vezes eleita a melhor do mundo pela Fifa, como garota-propaganda. O Brasil  ganhou por 119 votos a 78 e, por ser anfitrião do Mundial, já está automaticamente classificado. Uma noite realmente memorável e vitoriosa não só para a equipe feminina do país, mas para todas as jogadoras brasileiras que carregam um histórico de luta pelo direito de estar em campo.

FUTEBOL FEMININO NO BRASIL 

Os primeiros registros de partidas de futebol feminino surgiram em 1920, ainda em um estágio bem inicial, no Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Norte. Inicialmente, a prática esportiva feminina era considerada uma performance. Até a década de 40, o futebol entre mulheres era tido como uma prática comum das periferias – sem registros de uma seleção, ou um protótipo disso. Na época, a prática para elas ainda não era proibida, mas considerada violenta e ideal para homens.

Em 1940, no entanto, foi decretada a proibição, sob a alegação de que “não combinava com a formação física do belo sexo”. A visibilidade que as jogadoras estavam ganhando não acarretou coisas positivas, pelo contrário, elas foram alvo de revolta por parte da sociedade e viraram notícia, levando a opinião pública e, principalmente, as autoridades da época, a condenarem tal atividade. 

O veto aconteceu em 1941, durante o período ditatorial do Estado Novo (1937-1945), por um decreto assinado pelo presidente Getúlio Vargas:  “Decreto-lei, n. 3199, art. 54: Às mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza, devendo, para este efeito, o Conselho Nacional de Desportos baixar as necessárias instruções às entidades desportivas do país”.

Daí em diante, vários jogos femininos começaram a ser cancelados a mando do Conselho Nacional de Desportos (CND), vinculado ao Ministério da Educação. Algumas partidas até mesmo foram encerradas à força pela polícia. 

Se em 1941 o decreto-lei instituído trazia o texto de uma forma mais geral, não citando o futebol em si, no ano de 1965, na ditadura militar, a lei foi publicada novamente, mas de forma detalhada, especificando a modalidade. Além do futebol, outros esportes foram proibidos, como futsal, futebol de praia, polo aquático, rúgbi, beisebol, halterofilismo e qualquer tipo de luta. Essa proibição valia para disputas em estádios, abertas ao público e organizadas de forma profissional por clubes. Os jogos de rua, apesar de malquistos, não foram vetados.

As mulheres só voltaram a entrar em campo no fim dos anos 70, com a revogação da lei. E, em 1983, o CND regulamentou o futebol feminino, permitindo competições, criação de calendários, utilização dos estádios e o ensinamento nas escolas.

Poucos anos mais tarde, em 1988, a Fifa promoveu uma espécie de mundial experimental, que aconteceu na China. Denominado, em inglês, como Women’s Invitational Tournament, contou com a presença de uma seleção montada exclusivamente para o torneio, que tinha jogadoras das bases do Radar (RJ) e do Juventus (SP). Nessa ocasião, as meninas viajaram para os jogos com as sobras de roupas do time masculino. A competição foi um ponto de partida para o desenvolvimento do cenário feminino ocupando o esporte. Doze seleções participaram e o Brasil, por sua vez, levou o bronze nos pênaltis.

A PRIMEIRA COPA FIFA DE FUTEBOL FEMININO (1991)

Sediada na China, a primeira Copa do Mundo feminina teve, pela primeira vez, a CBF assumindo o time brasileiro, ainda que o tratasse como amador. Várias atletas que disputaram o torneio experimental jogaram pelo Brasil. A equipe, que contava com Delma Gonçalves, conhecida como Pretinha, e comandada pelo técnico Fernando Pires, teve menos de um ano de preparação. Apesar de eliminado na primeira fase, o país teve uma vitória contra o Japão, com o gol feito pela zagueira Elane – que marcou o primeiro gol do Brasil em torneios da Fifa.

PRIMEIRA OLIMPÍADA (1996)

A equipe feminina de futebol teve sua estreia nos jogos de Atlanta, Estados Unidos. Com a participação das veteranas do esporte, o Brasil alcançou a quarta colocação. Infelizmente, o país perdeu o bronze para a Noruega por 2 a 0.

PRIMEIRA MEDALHA FIFA (1999)

Mesmo sendo tratada, ainda, como esporte amador, a seleção feminina de futebol se superou na Copa do Mundo Feminina de 1999, sediada nos Estados Unidos. Levou o 3º lugar na competição, com resultados como 7 a 1 no México, 2 a 0 na Itália e um empate na Alemanha. Nas quartas, a jogadora Sissi fez o gol da vitória contra a Nigéria – que até os dias atuais é lembrado como um dos mais bonitos da história dos mundiais.

FENÔMENO DO FUTEBOL FEMININO: A CAMISA 10, RAINHA MARTA

Em 2003, a Copa do Mundo Feminina, sediada nos Estados Unidos, contava com a participação de um dos maiores talentos da seleção feminina de todos os tempos. Ainda jovem, Marta já conquistara a atenção das jogadoras mais experientes. Além da futura promessa do futebol feminino, naquele ano, também era o primeiro mundial da atacante Cristiane. O Brasil foi eliminado nas quartas de final para a Suécia. No mesmo ano, contudo, o país foi medalhista de ouro no Pan de Santo Domingo. 

No ano seguinte, com Marta, Pretinha, Formiga e Cristiane no elenco, o Brasil é medalhista de prata na Olimpíada da Grécia – o que viria a ser apenas o início do futuro promissor e vitorioso das meninas. 

E foi no ano de 2006 que a previsão se concretizou, dando orgulho à nação brasileira, Marta levou seu primeiro título como melhor do mundo. Sim, o primeiro, porque em 2007 veio o seu segundo e, quando se deu conta, em 2010, estava ao lado de Messi, empunhando seu quinto troféu de melhor do mundo. E, não obstante, em 2018, após uma temporada satisfatória no Orlando Pride, a camisa 10 recebe pela sexta vez o título de melhor do mundo. 

OS AVANÇOS DO FUTEBOL NO BRASIL – AINDA É PRECISO MUDANÇA

Atualmente, a seleção brasileira feminina tem ganhado maior destaque, referências como Pretinha, Marta e Formiga, entre tantas outras também, possibilitaram uma maior abertura para que as mulheres ocupem espaços que, há pouco tempo, lhes eram negados. Claro, ainda existem vários problemas, como a falta de investimento no futebol feminino, bem como a disparidade salarial entre homens e mulheres no universo futebolístico. 

É preciso persistência, perseverança e muita luta para alcançar toda uma gama de direitos que ainda são muito escassos no esporte feminino. E, com cada vez mais meninas realizando o sonho de se tornarem jogadoras, a luta vai se fortificando.

A PROMESSA DO FUTEBOL FEMININO

Conforme as portas vão se abrindo, mais meninas concretizam o sonho de se tornarem jogadoras. Como a promessa do futebol feminino brasileiro Giovanna Waksman. Com apenas 15 anos, a menina é tida como a maior revelação dos últimos tempos. 

Começou a carreira no Botafogo, no sub-13, em 2021, jogando com meninos – visto que o clube não tinha categoria feminina da idade dela. Em 2022, John Textor, dono do Botafogo, envia Waksman e sua família aos Estados Unidos, onde, atualmente, a menina estuda e joga por outro clube, também do empresário norte-americano. Em um desses jogos, a jovem craque marcou 8 gols – mostrando que as expectativas em torno dela vão se justificando. 

Não só Giovanna, como várias outras garotas, estão na busca dos seus sonhos no gramado. A Copa Mundial Feminina de 2027 é um marco na história de todas as jogadoras brasileiras, símbolo de uma luta que perdura desde a década de 20. 

 

Premiação Laureus: Brasil não ganha prêmio, apesar de indicações

PREMIAÇÃO LAUREUS: BRASIL NÃO GANHA PRÊMIO, APESAR DE INDICAÇÕES

Países em desenvolvimento não costumam ser contemplados na categoria principal.

Por: Letícia Ribeiro e Livia Bronzato

O Prêmio Laureus do Esporte Mundial teve sua 25a edição sediada em Madri (Espanha), no último dia 22 de abril. É uma premiação realizada pela Academia de Esportes Mundiais Laureus, composta por um grupo único de lendas do esporte. Ela premia os atletas com maior destaque da temporada durante o ano anterior, servindo como um incentivo aos esportistas. Apesar de ser um marco no mundo esportivo, a premiação acaba refletindo a desigualdade entre os atletas do mundo inteiro.

Foto: Reprodução/Instagram

Mesmo com as três indicações – Rayssa Leal, Filipe Toledo e Bola pra frente – o Brasil não levou nenhum prêmio para casa. Apesar de não terem levado a melhor em 2024, os brasileiros já conquistaram alguns prêmios nos anos anteriores.

Logo na primeira edição, no ano 2000, Pelé levou um prêmio em reconhecimento de sua carreira brilhante no esporte.

Foto: Reprodução/Youtube

Já em 2002, foi a vez do skatista brasileiro Bob Burnquist, ganhando na categoria de Melhor Atleta de Esportes de Ação. No ano seguinte, a seleção masculina de futebol ganhou como Melhor Equipe do Ano. No mesmo ano, Ronaldo, conhecido como Ronaldo Fenômeno, como Melhor Retorno Esportivo. Seis anos mais tarde, em 2009, o nadador Daniel Dias, conquistou o prêmio de Melhor Atleta Paralímpico, ganhando mais duas vezes na mesma categoria, uma em 2013, e outra em 2016. Em 2012, o empresário e ex-jogador Raí ganhou na categoria Esporte pelo Bem, por ser fundador da Fundação Gol de Letra, projeto que oferece acesso à educação para crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social. O último prêmio brasileiro foi em 2018, com o time da Chapecoense no Melhor Momento Esportivo, pelo seu bom desempenho nas competições após a tragédia ocorrida em 2016, acidente de avião que vitimizou 71 jogadores do clube.

BRASILEIROS INDICADOS EM 2024

Se o Brasil, a exemplo de outros países em desenvolvimento, continua sem ser contemplado pelo prêmio principal, teve três indicações para outras categorias: Rayssa Leal e Filipe como Esportista de Ação do Ano e, também, a indicação do projeto Bola pra Frente em Esporte pelo Bem.

Rayssa Leal, aos 15 anos, somou a sua medalha de prata olímpica, a sua primeira medalha de ouro nos campeonatos mundiais de Street Skateboarding, no Sharjah, nos Emirados Árabes Unidos. A skatista permaneceu na liderança depois da terceira rodada de manobras, com 255,58 pontos. Leal também levou seu segundo ouro em Chiba, no Japão, no campeonato X Games.

Outro indicado é Filipe Toledo, surfista bicampeão mundial consecutivo, de 29 anos, é o quarto brasileiro a ganhar um título mundial na maior categoria de surfe do mundo. Para conquistar o título da World Surf League, em Trestles, na Califórnia, Filipinho venceu com nota 8.97 ao final da somatória da última bateria, passando a frente de Ethan Ewing, surfista australiano.

E, na categoria Esporte pelo Bem, o Brasil também foi indicado com o projeto Bola pra Frente, fundada pelo tetracampeão mundial de futebol Jorginho, é uma organização da sociedade civil que atua em comunidades em situação de vulnerabilidade social, usando o esporte e a cultura para promover habilidades motoras, de aprendizagem, trabalho em equipe, conhecimentos gerais e vida saudável da população.

POR QUE OS PAÍSES MENOS DESENVOLVIDOS TÊM MENOS INDICAÇÕES?

É notório a discrepância de indicações entre os países desenvolvidos e os subdesenvolvidos. A diferença de indicações nos últimos 5 anos:

ANO
SUBDESENVOLVIDOS
DESENVOLVIDOS
2024
13
35
2023
11
37
2022
6
40
2021
4
29
2020
11
36

Isso reflete o cenário desigual dentro do esporte, em que os atletas de países subdesenvolvidos não recebem os investimentos necessários e o apoio governamental como os atletas de países desenvolvidos. Na maioria dos casos, o retorno financeiro do esporte não é satisfatório ao ponto de o atleta conseguir se sustentar apenas com o que ganha profissionalmente, precisando dividir o tempo hábil com um trabalho secundário para complementar sua renda.

Essa situação, no Brasil, que já era comum, foi agravada com a extinção do Ministério do Esporte em 2019 durante o governo Bolsonaro. O projeto Transparência no Esporte da Universidade de Brasília divulgou dados que mostram a redução de 47%, de 2016 para 2020, do investimento para a formação e treinamento de atletas brasileiros para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Em 2020, o valor foi de R$ 2 bi enquanto, no ciclo olímpico anterior, foi de R$ 3,2 bi.

A falta de investimento reflete diretamente na performance do atleta, porque, além do bom desempenho no esporte, é preciso arcar com os custos das viagens, dos treinos, dos equipamentos e das demais necessidades, como suas despesas pessoais e familiares.

Kamilla Cardoso: o nome brasileiro mais importante da história da NBA

Kamilla Cardoso : o nome brasileiro mais importante da história da NBA

Terceira escolha da nova temporada do draft da NBA, a brasileira vai jogar na equipe do Chicago Sky da WNBA.

Por: Letícia Ribeiro

Imagem: Sarah Stier/AFP

Com apenas 22 anos e 2,01m de altura, Kamilla Cardoso é a terceira escolhida no draft, evento anual de recrutamento de jogadores, normalmente amadores oriundos do basquete universitário, da principal competição de basquete do mundo, sendo a primeira brasileira da história a conquistar tal feito. Nunca, nenhum jogador brasileiro, da categoria masculina ou feminina, alcançara a classificação de Cardoso. Agora, a mineira jogará pelo Chicago Sky na WNBA (Liga de Basquete Feminina dos EUA).

De sonhadora à potência do garrafão, Kamilla Cardoso é a promessa da temporada. Na carreira universitária, a pivô conquistou dois títulos, um enquanto reserva, em 2022, ganhando o prêmio de melhor sexta jogadora da Conferência Sudeste, e em 2024, na posição de titular na campanha invicta do time da Universidade da Carolina do Sul, o South Carolina Gamecocks, na qual acumulou uma trajetória com médias de 14,4 pontos, 9,7 rebotes, 2 assistências e 2,5 tocos por partida. 

Cardoso encerrou a temporada pelo Gamecocks com 15 pontos e 17 rebotes no jogo de decisão, alcançando 38 vitórias na NCAA (Associação Atlética Universitária Nacional).

Nascida em Montes Claros (MG), a pivô se mudou aos 15 anos para os Estados Unidos para ir atrás do seu sonho de se tornar uma jogadora profissional de basquete. Sem saber falar inglês, a MVP da temporada deixou a família no Brasil, rumo ao High School, ensino médio norte-americano, em busca do basquete universitário e da WNBA.

E não é só fora do país que a atleta fez sua trajetória, participando, também, da seleção brasileira, se consagrando campeã do Sul-Americano, em 2022, e da Copa América, em 2023. 

Imagem: Reprodução/Instagram