Apresentação do Cabaré (Foto: Leticia Guimarães)

Oficinas de Cabaré na Uerj

Oficinas de Cabaré na Uerj

Novas formas de fazer arte

 

Por Samira Santos

 

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), através da Coordenadoria de Artes e Oficinas de Criação (Coart),  está oferecendo uma oportunidade para os interessados em mergulhar no universo do “cabaré”. Com um formato inclusivo e dinâmico, as aulas visam proporcionar uma imersão completa nessa linguagem artística, permitindo que os participantes explorem e desenvolvam suas habilidades de forma livre, autoral e interativa.

Objetivos e Abordagem das Aulas

O principal objetivo das oficinas de cabaré é proporcionar aos participantes uma experiência prática nesse estilo artístico. Durante as aulas, os alunos são encorajados a criar de maneira livre e ativa, utilizando suas próprias bagagens artísticas e culturais. O processo culmina em uma apresentação ao público, onde cada um pode mostrar o que desenvolveu ao longo do curso.

Apresentação do Cabaré (Foto: Leticia Guimarães)
Apresentação do Cabaré (Foto: Leticia Guimarães)
 
 
 
 

As aulas de cabaré abrangem uma vasta gama de expressões artísticas, passando pelo canto, dança, improviso, burlesco, lipsync, entre outras formas de arte. O curso também oferece uma perspectiva histórica e teórica sobre o cabaré, tanto no contexto ocidental quanto no brasileiro, sempre com foco na interação direta com o público, característica central dessa arte.

O conteúdo do curso é estruturado em dois módulos. O primeiro, aberto a todos, não exige experiência prévia em artes cênicas, tornando-se uma excelente porta de entrada para iniciantes. Já o segundo módulo requer algum conhecimento prévio, sendo ideal para aqueles que já tiveram contato com o cabaré ou com outras formas de arte cênica. Ambos os módulos incluem aulas práticas e performances, proporcionando aos alunos a oportunidade de aplicar o que aprenderam em uma apresentação final.

O cabaré, por sua natureza, é uma forma de arte que desafia padrões e acolhe a diversidade, o que o torna um espaço seguro e inclusivo para todos, independentemente de sua experiência prévia. Como resultado, os instrutores esperam que mais pessoas, especialmente aquelas que nunca tiveram contato com essa arte, sintam-se encorajadas a participar.

 

Oficina de Cabaré no Auditório Cartola ( Foto: Leticia Guimarães)
Oficina de Cabaré no Auditório Cartola ( Foto: Leticia Guimarães)

As turmas ainda estão com vagas disponíveis, e as inscrições presenciais no Coart irão ocorrer até o dia 23 de agosto, com o curso começando no dia 27 de agosto.

Espetáculo “Milagre do Brasil” chega na Uerj

Espetáculo “Milagre do Brasil” chega na Uerj

Com direção de Pedro Barrroso, o espetáculo conta com Bárbara Vila Nova e Felipe Ferreira

Por: Vinícius Feliano

Dois personagens conversando durante ato do espetáculo / Foto: Divulgação

A encenação, que se apresenta no Teatro Noel Rosa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), narra uma cela, onde presos políticos da ditadura militar brasileira estão em situação contraditória e sem contato com o mundo externo, nisso, buscam no passado e no futuro a humanidade na situação em que vivem. A primeira apresentação acontece hoje (04) com ingressos entre R$10 e R$30 reais.

Adaptação da biografia de Augusto Boal, diretor de teatro e dramaturgo, Milagre do Brasil tem a intenção de questionar a memória social brasileira dos anos de ditadura militar que, em 2024, completa 60 anos. Dirigido por Pedro Barroso em parceria com o Instituto Augusto Boal da UFRJ e apoio da Escola de Teatro Martins Penna e Escola de Teatro Popular, o elenco conta com Bárbara Vila Nova, Felipe Ferreira, Fernando Leão, Giu Maué, Igor Cruz – Stand-in, Isabel Figueira,  Nitai, Pedro Máximo – Stand-in e Ricardo Neme. 

Com classificação de 16 anos, o espetáculo vai ocorrer no Teatro Noel Rosa da Coordenadoria de Artes e Oficinas de Criação (Coart) da Uerj, às 19h. Os ingressos podem ser adquiridos aqui e os valores dos ingressos são: R$10 para a comunidade da Universidade, R$15 a meia-entrada e R$30 a inteira.

Quem foi Augusto Boal?

Homenagem ao dramaturgo feita para canal do Instituto augusto Boal / (Foto: Instituto Augusto Boal)

Diretor de teatro e Dramaturgo, Boal foi o fundador do Teatro do Oprimido, método que reúne exercícios, jogos e técnicas teatrais, aliando-o à ação social. Seus ensinamentos difundiram-se pelo mundo entre os anos 1970 e 2000, sendo empregados não só por profissionais das artes cênicas, como também por profissionais das áreas de educação, saúde mental e do sistema prisional.

Sua obra reúne 22 livros traduzidos em mais de vinte línguas e suas concepções são estudadas nas principais escolas de teatro do mundo. Além de sua contribuição à arte, Boal também foi Vereador do Rio de Janeiro entre 1993 e 1997.

Exposição na Galeria Candido Portinari celebra as diferentes faces do amor

Exposição na Galeria Candido Portinari celebra as diferentes faces do amor

“Poderosa Energia do Amor” debate uma nova narrativa acerca da comunidade preta

Por: Ana Cândida 

Elementos artísticos presentes na exposição “Poderosa Energia do Amor” (Reprodução: Ana Cândida)


Ancestralidade, cultura e negritude. Essas três palavras caracterizam a exposição “Poderosa Energia do Amor”, que estreou no último dia 29 de novembro na Galeria Candido Portinari. Sob curadoria de Ana Paula Alves, Isaac Nicácio e Nana Rosas, e coordenação geral de Diogo Santos, a mostra promove um olhar sociocultural acerca da experiência negra na diáspora, para além das experiências de dor e sofrimento. A exposição pode ser vista até 26 de janeiro e é uma colaboração entre o Departamento Cultural da Uerj (DECULT), Coordenação de Exposições de Arte (COEXPA) e o Programa de Extensão Museu Afrodigital do Rio de Janeiro. 

A curadora da exposição, Ana Paula, cita Tina Campt para descrever o propósito do projeto. Em um de seus textos, a autora afirma que “somos forçados a lidar com múltiplas frequências de luto e indignação” e “de contar com a frequência do agravamento do luto pela perda cíclica e repetitiva da genialidade negra”. Essas frases constituem uma relação com a realidade da comunidade preta, onde as estatísticas apontam para as inúmeras mortes de pessoas pretas. Paralelo a isso permanece a resistência preta – que se esmaece frente a estereótipos. “Pensar sobre amor e seus desdobramentos como uma significativa produção nos fez pensar em uma exposição que fizesse sentido nestes termos”, explica Ana Paula. 

Através das obras, é retratado a celebração do amor como ponto central da comunidade preta. Reunindo dezenas de elementos, a exposição inclui pinturas, poesias e até mesmo estruturas. As artes – em sua maioria – também abordam temas importantes como o cotidiano de pessoas da periferia, religiões de matriz africana e a desigualdade social. “Poderosa Energia do Amor” nasceu de uma necessidade de contar novas narrativas pretas. Apesar de ter sido inaugurada próxima à comemoração da Consciência Negra, a exposição se define como uma reafirmação de que a consciência da nossa raça é feita todos os dias. 

Uma característica central na mostra é a presença da música e a maneira que ela é utilizada como referência direta ao amor. Álbuns como o “Numanice” e cantores como o Mano Brown são vistos como peças chave durante o processo de abordar todas as formas de amor dentro da galeria. Ana Paula ressalta que os três curadores fizeram parte de diferentes gerações, e a música – assim como outros elementos culturais – influenciou na formação deles e, com isso, também influenciou na formação e construção do projeto em si. “Poderosa Energia do Amor” também possui uma playlist no Spotify com cerca de dez horas. O repertório inclui músicas dos anos 80 e outras que exprimem as nuances do amor e a celebração negra. 

A exposição estabelece também a concretização de laços entre três polos de artes da Universidade e do estado em si. Isaac Nicácio, outro curador da mostra, conta que a união ocorreu no ano passado. Iniciando com Diogo Santos, atual coordenador do COEXPA que já tinha contato com Ana Paula, coordenadora do Museu Afrodigital. Posteriormente, a dupla também se juntou com o professor Rafael, que auxilia as oficinas da COART. “Com a junção dos três conseguimos fazer essa troca e começar a pensar na ideia de trabalhar a arte com a educação”, explica Isaac. O curador complementa que essa troca de referências resultou na chegada de mais pessoas ao projeto. 

Obra “Nancy e Vilma”, da artista rOna e ao lado diversos textos na parede (Reprodução: Ana Candida)

Durante o processo de troca sobre amor, família e vida, os curadores analisaram o que cada artista/obra tinha de referência. Inicialmente, foi feita uma lista de desejo com cerca de trinta nomes e em seguida direcionaram para o que cabia dentro da realidade – desde o orçamento da COEXPA e até mesmo a disponibilidade dos artistas. Para além das obras, a mostra também apresenta textos, ideia reprisada de uma exposição anterior feita pelos curadores. Aqui, eles trabalharam com a ideia de pedir para que esses autores escrevessem mediante o conceito da exposição e sobre as obras que já estavam confirmadas até o momento. 

“Poderosa Energia do Amor” conta com diversos artistas, incluindo Agrade Camiz, Barbara Copque, Daiane Lucio, Erick Peres, Lais Reverte, Leah Cunha, Lucas H. Rossi, Matheus Morani, Mbé, Miguel Afa, Millena Lízia, Mulheres de Pedra, Osvaldo Carvalho, Rona Neves, Siqueira, Viviane Laprovita & Vladimir Ventura e Waleff Dias. Além disso, a exposição também apresenta textos de Bernardo Oliveira, Daniele Queiroz, Fabiana Pereira, Gabriela Nolasco, Jaciana Melquiades, Janaina Damaceno, Lorraine Mendes, Luara, Osmar Paulino, Renato Noguera, Silvana Bahia e Tais Machado. 

“Corpos Insurgentes”: o olhar feminista na arte

“Corpos Insurgentes”: o olhar feminista na arte

Exposição na Galeria Candido Portinari/Uerj promove acesso cultural no início do período letivo

Por: Ana Cândida

Parede da exposição “Corpos Insurgentes”, na Galeria Candido Portinari (Reprodução: Ana Cândida)

“Corpos Insurgentes”, exposição que permanece até o dia 15 de setembro na Galeria Candido Portinari, visa trabalhar as relações existentes entre arte e ativismo, com foco no feminismo interseccional e decolonial. A mostra foi idealizada pela equipe do Coexpa (Coordenadoria de Exposições) e apresenta, além das obras de arte, uma pesquisa teórica com textos educativos e referências. Ao todo são dezesseis artistas mulheres expondo seus trabalhos artísticos que incluem pinturas, fotografias, elementos cenográficos e vídeos. O projeto tem curadoria de Flávia Carmagnanis. 

A exposição tem como temática central o corpo feminino, visto como um local de memória e ferramenta política em constante transformação, desafiando a noção de uma “natureza” feminina fixa. Diversas obras apresentam uma abordagem mais direta, fazendo um diálogo com a atual feminilidade. Enquanto outras optam por uma abordagem mais abstrata, empregando cores vibrantes que provocam o interesse dos visitantes. Em um cenário atual onde a violência contra as mulheres ainda persiste, esta exposição emerge como uma pauta fundamental, promovendo debates acerca do respeito às mulheres e da valorização da pluralidade feminina.

Flávia Carmagnanis, curadora da exposição, afirmou que desde o início do projeto a ideia era ser uma exposição pensada no coletivo, partindo da arte corporal e feminismos, buscando fornecer um breve panorama da produção brasileira recente. “Minha intenção foi pensar a arte feminista contemporânea nas produções dos últimos anos, como essas artistas se articulam, como isso aparece nas suas obras e quais pautas têm maior destaque”, explicou a curadora. Flávia ainda demonstrou estar contente em poder reunir artistas que admira, e dar continuidade à pesquisa que ela vem desenvolvendo.

Obra “A Ceifadora”, de Marcela Cantuária, exposta na Galeria Candido Portinari (Reprodução: Ana Cândida)

“Corpos Insurgentes” foi inaugurada no dia 18 de agosto, dois dias após o início das aulas do período 2023.2 na Uerj, e contou com a presença de pessoas do meio artístico e acadêmico. Com isso, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, conhecida por ser um espaço aberto ao desenvolvimento do pensamento crítico e ao debate de questões sociais, demonstra seu compromisso ao abrigar uma exposição que acolhe os novos estudantes e os incentiva a refletir sobre a pauta da exposição. A mostra na Galeria é um exemplo de como a arte promove diálogos e ultrapassa as barreiras das salas de aula.

A caloura de Relações Públicas da Uerj Manuella Alves afirmou que tinha um breve conhecimento da existência dos espaços culturais da Universidade, mas não possuía informações para saber se poderia visitá-los. “Eu sempre ia para outros museus e galerias, mas era muito complicado o deslocamento até o Centro, por exemplo. Estudar na Uerj, onde tem diversas galerias e atividades de lazer ao meu alcance, com certeza enriquecerá a minha carga cultural”. Ao ser perguntada sobre a sua experiência na exposição, a estudante reagiu positivamente e enfatizou a importância da perspectiva feminista na arte, principalmente no espaço universitário. 

Manuella ao lado das fotografias “Série: Entre o fogo e a faca, 3”, de Nica Buri (Reprodução: Ana Cândida)

A Galeria Candido Portinari faz parte do Departamento Cultural da Uerj e promove exposições de artes visuais, diálogos entre artistas consagrados e novos, inseridos na arte brasileira. As exposições promovidas servem como um impulso para a expressão artística, contribuindo para o desenvolvimento pessoal e coletivo. “A galeria tem se firmado como importante polo de promoção das artes visuais no Rio de Janeiro, com encontros fundamentados na preocupação com a produção de saberes”, afirma Flávia, curadora da exposição e integrante da equipe do Departamento Cultural da Uerj.

As artistas presentes no projeto artístico são Berna Reale, Camila Soato, Clara Moreira, Dyana Santos, Jade Marra, Jéssica Lemos, Marcela Cantuária, Monique Ribeiro, Nica Buri, Panmela Castro, Priscila Barbosa, Priscila Rezende, Priscila Rooxo, Thaís Basílio, Virgínia di Lauro e Yacunã Tuxá. A exposição “Corpos Insurgentes” está em funcionamento na Galeria Candido Portinari de segunda-feira a sexta-feira, das 10h às 19h. A entrada é gratuita e aberta ao público em geral.