Recorde de medalhas do Brasil não garante cobertura de ouro para Paralimpíadas

Recorde de medalhas do Brasil não garante cobertura de ouro para Paralimpíadas

Por: Livia Bronzato

Brasil foi o 5° país no quadro de medalhas, batendo seu recorde com 89 no total. Também alcançou o maior número de ouros, foram 25; além de 26 pratas e 38 bronzes. Apesar do incrível rendimento brasileiro, a população do país não acompanhou o evento tanto quanto as Olimpíadas. Isso se deu pela falta de uma cobertura mais acessível das modalidades paralímpicas em comparação com a edição olímpica.

Foto: Sílvio Ávila/CPB

Comitê Paralímpico Brasileiro na Cerimônia de Abertura das Paralimpíadas de Paris 2024

 

Nas Olimpíadas, os direitos de transmissão se dividiram entre a TV Globo, canais do SporTV, Globoplay, CazéTV e o site Olympics.com, enquanto nas Paralimpíadas, o Grupo Globo adquiriu exclusividade. Foram transmitidas, no canal fechado SporTV2, apenas 9 das 22 modalidades: atletismo, basquete em cadeira de rodas, ciclismo, futebol de cegos, goalball, judô, maratona, natação e vôlei sentado. O acesso às transmissões só foi possível por aqueles que assinam o SporTV2 ou o pacote Globoplay + Canais Ao Vivo, que custa R$ 54,90/mês.

 

O resultado dessa diferença pode ser observado nos números de audiência: a TV Globo alcançou 36,4 milhões de pessoas e a CazéTV esteve na faixa dos 500 mil espectadores simultâneos. Entretanto, as Paralimpíadas, transmitidas pelo canal SporTV2 , alcançaram somente 6 milhões de telespectadores.

 

Além disso, a quantidade de jornalistas credenciados em Paris também foi contrastante, segundo o site oficial das Olimpíadas foram 20.000 na edição olímpica e apenas 3.000 na paralímpica.

 

O Comitê Paralímpico Brasileiro contou com o apoio de seis patrocinadores: Ajinomoto, Asics, Braskem, Havaianas, Loterias Caixa e Toyota. Já o Comitê Olímpico Brasileiro teve a colaboração de 20 empresas: Águia Branca, Ajinomoto, Aliança Francesa, Azul, Estácio, Grupo Águia, Havaianas, Hemmer, Max Recovery, Medley, Mormaii, NSports, Peak, Prevent Senior New On, Riachuelo, Smartfit, Subway, Vivo, Voke e XP Investimentos.

 

Quadro final de medalhas

 

Nadadora multimedalhista paralímpica: quem foi Joana Neves?

Nadadora multimedalhista paralímpica: quem foi Joana Neves?

Por: Livia Bronzato e Juliana de Sá

Foto: Ale Cabral/CPB

O Brasil se despediu de um grande nome da natação paralímpica no último dia 18. Joana Neves, 37 anos, conhecida como “Peixinha”, conquistou cerca de 30 medalhas ao longo de sua carreira de atleta. A nadadora subiu ao pódio cinco vezes nas suas participações em Jogos Paralímpicos, sendo duas pratas e três bronzes entre as edições de Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020. Além disso, nos Jogos Parapan-americanos, a atleta soma 13 medalhas de ouro, 1 de prata e 1 de bronze. Eleita a melhor nadadora paralímpica brasileira nos anos de 2015 e 2020, ela também colecionou medalhas em edições do Campeonato Mundial de Natação Paralímpica: 3 ouros, 4 pratas e 8 bronzes.

 

 

Joana, natural de Natal – RN, era portadora de acondroplasia, doença rara que faz com que os braços e as pernas sejam mais curtos em relação ao tronco. Sua jornada na natação se iniciou em 2000, por recomendação médica, a fim de fortalecer seus ossos, e logo virou sua paixão. Começou a competir aos 13 anos, dando início a sua carreira nas piscinas.

No fim de sua trajetória, a potiguar defendia o clube Sociedade Amigos do Deficiente Físico (Sadef), no qual iniciara sua jornada. No dia 17 de março, ela passou mal no Centro de Treinamento Paralímpico e foi levada ao hospital. Joana, porém, sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu. A Sadef afirmou que a atleta havia passado por episódios convulsivos anteriormente e que já buscava um diagnóstico.