Após 16 anos, Boston Celtics alcança a glória do basquete novamente

Após 16 anos, Boston Celtics alcança a glória do basquete novamente

O dia 17 de junho é marcante na história da franquia, primeiro em 2008 e agora em 2024.

Por: Livia Bronzato

UM GRANDE SONHO

No último dia 17, o Boston Celtics ganhou a final dos Playoffs da NBA, enfrentando o Dallas Mavericks, o time venceu marcando 106 pontos enquanto seu adversário fez 88. A etapa final é no formato “melhor de sete”, mas foram necessários apenas cinco (4 a 1), terminando com a vitória do time de Massachusetts.

Nessa partida, Jayson Tatum foi o cestinha, marcando 31 pontos, e seu colega de time Jaylen Brown marcou 21, liderando juntos a vitória do Celtics. Em contrapartida, Luka Dončić, jogador do Mavericks, fez 28 pontos.

Foto: Reprodução/Celtics
 

A trajetória rumo ao troféu é longa. Cinco anos após a vitória de 2008, Boston reconstruiu seu time, fazendo mudanças no elenco que fora campeão. Essa reestruturação garantiu a possibilidade de escolhas no draft, período em que são recrutados novos jogadores para ingressar na NBA. Dessa forma, Jaylen Brown e Jayson Tatum passaram a fazer parte do elenco do Boston Celtics em 2016 e 2017, respectivamente, fortalecendo o time novamente. Em 2022, o time conseguiu chegar à final contra o Golden State Warriors, mas perdeu o título. No ano seguinte, ocorrem mais importantes trocas de jogadores, Kristaps Porzingis e Jrue Holiday que ajudaram no domínio de Boston durante toda a temporada regular de 23/24, ao todo somando surpreendentes 64 vitórias e apenas 18 derrotas.

DESTAQUES DO BOSTON

Os jogadores do Celtics que foram essenciais para essa vitória são Tatum, que durante todo os playoffs foi, entre seu elenco, o líder em pontos, rebotes e assistências, e Brown, ganhador do prêmio Most Valuable Player (MVP) da final de conferência leste e da final da liga. Além de Holiday e Porzingis, que são grandes jogadores, funcionando como peças-chave para alcançar o êxito.

Sobre o bom relacionamento entre os membros da equipe, Jaylen Brown comenta acerca de sua parceria com Tatum: “O MVP poderia ter sido para qualquer um, poderia ter ido para Jayson. Eu não consigo descrever suficientemente sobre seu altruísmo ao longo de toda a jornada. Nós fizemos isso juntos, como um time unido e isso é o mais importante de tudo. Nós estivemos jogando juntos por sete anos, muitos disseram inúmeras vezes que não venceríamos juntos, que não formaríamos uma boa equipe. Nós apenas bloqueamos isso e continuamos nos esforçando. Acima de qualquer coisa, eu confiei nele e ele confiou em mim. Chegar até aqui ao lado de JT é incrível, é muito bom.”, disse o jogador.

A TORCIDA BRASILEIRA

Em entrevista para o LED, o estudante da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e torcedor do Boston Celtics Bruno Silvares contou sobre sua relação com o time. Ele diz que é muito bom conseguir ver a evolução do elenco tanto individualmente quanto como equipe. “Há dois anos, quando comecei a acompanhar, o time estava no começo do caminho que resultaria a derrota nas finais e, desde então, é bem interessante perceber a diferença de maturidade e de consistência e como o time se ajustou para que dois anos depois chegassem à final novamente e saíssem vitoriosos, dessa vez.”, diz ele.

Também fala sobre sua experiência com o basquete. Bruno fez aulas quando pequeno e se identificou com o esporte assim que começou. “Como funcionam as jogadas, as organizações de ataque e defesa e o dinamismo do jogo me interessaram.” Anos depois, ele passou a acompanhar os jogos, mas sentia dificuldade por conta do difícil acesso às transmissões. “O esporte nunca foi muito popular no Brasil, então eram raras as vezes que era possível assistir ao vivo, pois nem todos os jogos tinham transmissão”, diz o estudante.

Sobre a comunidade de pessoas que também acompanham aqui no Brasil, ele acrescenta: “Tenho alguns amigos que torcem, mas a maioria das pessoas que vejo torcendo estão nas redes sociais, em diferentes partes do país, comentando em diferentes perfis no X, antigo Twitter, e no Instagram, o que acaba provocando uma maior disseminação do esporte no Brasil. O que é muito interessante”.


CURIOSIDADES

Com a conquista, o Boston Celtics se torna novamente o time com mais vitórias nos playoffs, com 18 títulos, ultrapassando Los Angeles Lakers, que possui 17.

O décimo oitavo troféu foi levantado exatamente 16 anos após o último título, ocorrido em 17 de junho de 2008.

Alfred “Al” Joel Horford Reynoso foi o primeiro jogador nascido na República Dominicana a ser vencedor na história dos playoffs, enquanto Kristaps Porzingis e Neemias Esdras Barbosa Queta foram os primeiros ganhadores nascidos na Letônia e em Portugal, respectivamente.

 

 

Kamilla Cardoso: o nome brasileiro mais importante da história da NBA

Kamilla Cardoso : o nome brasileiro mais importante da história da NBA

Terceira escolha da nova temporada do draft da NBA, a brasileira vai jogar na equipe do Chicago Sky da WNBA.

Por: Letícia Ribeiro

Imagem: Sarah Stier/AFP

Com apenas 22 anos e 2,01m de altura, Kamilla Cardoso é a terceira escolhida no draft, evento anual de recrutamento de jogadores, normalmente amadores oriundos do basquete universitário, da principal competição de basquete do mundo, sendo a primeira brasileira da história a conquistar tal feito. Nunca, nenhum jogador brasileiro, da categoria masculina ou feminina, alcançara a classificação de Cardoso. Agora, a mineira jogará pelo Chicago Sky na WNBA (Liga de Basquete Feminina dos EUA).

De sonhadora à potência do garrafão, Kamilla Cardoso é a promessa da temporada. Na carreira universitária, a pivô conquistou dois títulos, um enquanto reserva, em 2022, ganhando o prêmio de melhor sexta jogadora da Conferência Sudeste, e em 2024, na posição de titular na campanha invicta do time da Universidade da Carolina do Sul, o South Carolina Gamecocks, na qual acumulou uma trajetória com médias de 14,4 pontos, 9,7 rebotes, 2 assistências e 2,5 tocos por partida. 

Cardoso encerrou a temporada pelo Gamecocks com 15 pontos e 17 rebotes no jogo de decisão, alcançando 38 vitórias na NCAA (Associação Atlética Universitária Nacional).

Nascida em Montes Claros (MG), a pivô se mudou aos 15 anos para os Estados Unidos para ir atrás do seu sonho de se tornar uma jogadora profissional de basquete. Sem saber falar inglês, a MVP da temporada deixou a família no Brasil, rumo ao High School, ensino médio norte-americano, em busca do basquete universitário e da WNBA.

E não é só fora do país que a atleta fez sua trajetória, participando, também, da seleção brasileira, se consagrando campeã do Sul-Americano, em 2022, e da Copa América, em 2023. 

Imagem: Reprodução/Instagram