“Kinds of Kindness” ou “Tipos de Gentileza” leva a virtude do título ao extremo

"Kinds of Kindness" ou "Tipos de Gentileza" leva a virtude do título ao extremo

Emma Stone retorna em nova parceria com o diretor Yorgos Lanthimos, que lhe rendeu um Oscar de melhor atriz no anterior “Pobres criaturas” de 2023.

Por: Vinicius Rodrigues

O novo filme do premiado diretor Yorgos Lanthimos, “Kinds of Kindness” ou “Tipos de Gentileza” segue três histórias diferentes em quase 3h de duração, em capítulos, explorando o mesmo elenco e algumas se entrelaçando, num drama nada convencional, estreia esta semana nos cinemas brasileiros, no dia 22 de outubro e tem classificação de 18 anos.

O elenco do longa é repleto de nomes de peso de Hollywood como Emma Stone, que ganhou o Oscar de melhor atriz com a parceira anterior do diretor Yorgos Lanthimos, em “Pobres Criaturas”, de 2023, Willem Dafoe, quatro vezes indicado ao Oscar, Hunter Schafer da série “Euphoria” e Hong Chau, também indicada ao Oscar por “A baleia” de 2022.

A primeira trama conta a história de um homem que vive pelos mandos e desmandos bizarros do chefe no trabalho, e o diretor explora a comédia do curta com as músicas escolhidas: na abertura toca “Sweet Dreams”, de Eurythmics, e os trechos da canção falam por si só sobre a trama: sobre os abusos e casa perfeitamente com os momentos que o protagonista vive, e termina com “How Deep Is Your Love”, do Bee Gees, depois de uma sequência de assassinato. A música também chega para ilustrar a situação atual dos personagens, sendo embolada por afetos, após um momento de provação humana para saber “quão fundo é o amor entre eles.”

Na segunda narrativa, conta a história de um policial que busca pela esposa desaparecida, mas quando ela retorna, não tem os mesmos costumes e parece que ela foi trocada com outra. Pois, se antes ela odiava chocolate, agora ela ama e o protagonista entra em conflito. Aqui temos cenas gráficas de mutilação, então fica o aviso aos expectadores mais sensíveis. 

E por fim, e não menos importante, temos a trama final de um casal que segue uma seita que envolve culto sexual a beber água da piscina com lagrimas dos charlatões.

As três tramas envolvem os “tipos de gentileza” que carregam no título, seja por uma esposa que a todo custo tenta se integrar ao cotidiano do marido que acha que ela é outra pessoa, e vai ao extremo para provar isso, ou um subordinado que comete crimes esperando receber aprovação do patrão.

Apesar das suas quase 3 horas de duração, o filme tem uma boa fruição, fazendo o expectador acostumado com este tipo de trama mergulhar na história que contém cenas de violência, canibalismo, mutilação e ironia com suas trilhas sonoras.

“Tipos de Gentileza” chega para agradar os cinéfilos que simpatizam com as tramas tradicionais do diretor, que exploram as degradações humanas, como em “Dente canino”, de 2009, “O Lagosta” de 2015 ou “O Sacrifício do cervo sagrado” de 2017, caso contrário, este filme não é para você.

UERJ VIU: 3/5 estrelas

Alien: Romulus: o alienígena está de volta para aterrorizar o espaço mais uma vez

Alien: Romulus: o alienígena está de volta para aterrorizar o espaço mais uma vez

O filme chega com grandes expectativas com a presença do diretor Fede Alvarez na direção 

Por: Vinicius Rodrigues

 

“Alien: Romulus” é a 9ª aparição do alienígena nos cinemas, iniciada com o filme “Alien”, protagonizado e imortalizado pela atriz Sigourney Weaver e o  filme anterior foi o decepcionante “Alien: Covenant”, de 2017. A produção “Alien: Romulus” estreia hoje (15) nos cinemas brasileiros, tem classificação de 16 anos e 1h59 de duração.

Em Romulus, um grupo de jovens trabalhadores infelizes com suas funções almejam trilhar suas vidas em lugar melhor do universo. Eles planejam roubar uma nave para ir à Yvaga, um lugar onde os personagens falam que poderiam ver e sentir o por do sol,  o que eles não esperavam era encontrar uma forma de vida na nave que iria por fim no destino ensolarado deles.

Um dos aspectos positivos do filme é o suspense, como na cena na qual a criatura que solta ácido pelos dentes surge e um personagem está preso no mesmo ambiente. Ou quando o grupo precisa correr por um corredor para chegar a uma porta, como se fosse uma cena da série “Maze Runner”, porém, eles enfrentam um mar de “facehuggers” ao longo do caminho, que saltam em direção às vítimas. Para quem não se lembra, facehugger é o estágio inicial do Alien em que ele eclode do ovo e pula em direção à cara da vítima.

Os efeitos especiais e os efeitos visuais do longa são de outro mundo, pois nos prendem em uma atmosfera claustrofóbica, sem saber o que está por vir. O Alien está mais assustador que nunca.

A química entre a protagonista Rain Carradine, interpretada por Cailee Spaeny do recente “Guerra civil”, que considera o robô Andy, feito pelo ator David Jonsson, “um irmão”, é bem convincente na tela, carregando o drama necessário que os dois protagonizam até chegar nos momentos finais do filme.

Já o resto do elenco é formado por atores desconhecidos, logo não há muita empatia com os seus personagens, nem desenvolvimento dos mesmos, então o que se espera a cada cena é que o Alien os encontre e faço o serviço bem feito para deleite do público. Falando em Alien, é inexistente uma grande ou marcante sequência de perseguição da criatura com as suas vítimas, dando a sensação de desperdício com o material que o diretor tinha em mãos.

O diretor deste novo filme é Fede Alvarez, que também comandou o ótimo remake sangrento do clássico trash dos anos 80 “A morte do demônio”, de 2013. Porém, em Romulus, constata-se que ele economizou nos litros de sangue cenográfico, pois as mortes dos personagens passam despercebidas em meio a uma fotografia escura e tensa, então se você espera um filme gore e que o Alien acabe com quem tropeça em seu caminho, não é aqui.

No fim, “Alien: Romulus” tem mais pontos positivos do que negativos, e entrega um filme à altura do alienígena mais aterrorizante do espaço, com um final que vai chocar os fãs, tanto quanto a cena final de “Prometheus”, de 2012.

UERJ VIU: 3,5/ 5 estrelas