A Faculdade de Comunicação Social (FCS) da UERJ é reconhecida pela excelência em seus cursos e pela formação de profissionais críticos e éticos. Destaca-se como a única universidade pública do Rio a oferecer Relações Públicas e tem um prestigiado curso de Jornalismo, com egressos amplamente recomendados no mercado.
Coart anuncia projeto que busca divulgar a produção musical de artistas da Uerj
O programa ‘Plataforma Livre’ será lançado na próxima quarta-feira (6), com show ao vivo de Ah!Banda
Por: Leonardo Siqueira
A Coordenadoria de Artes e Oficinas de Criação Artística (Coart) da Uerj anunciou o lançamento da “Plataforma Livre”, programa coordenado por Ilana Linhales e que busca apresentar e divulgar a produção musical da comunidade uerjiana. A primeira exibição será no dia 6 de março, às 12h30, no Salão 2 da Coart, com show ao vivo de Ah!Banda. O evento é livre e aberto ao público externo, sem a necessidade de inscrições.
Segundo Quesia Pacheco, produtora cultural da Coart, e Rafael Pacheco, orientador musical, o projeto funcionará da seguinte forma: às segundas, quartas e sextas-feiras, o som de algum artista ou grupo musical, preferencialmente da Uerj, será tocado no sistema de som do salão 2 da Coart, entre às 11h e 13h. Nesta primeira semana, a Plataforma Livre irá reproduzir o trabalho de Ah!Banda, que fará o show ao vivo no lançamento do projeto.
Quesia destacou que o Centro Cultural é um espaço mais calmo da Uerj, onde muitos vão para descansar, almoçar ou até mesmo passar um tempo vago: “Pensando nesse público, a gente está divulgando o trabalho das pessoas (artistas) e também fazendo com que quem esteja aqui possa ouvir esse material”.
A cada semana, será divulgado o trabalho de um artista ou grupo musical diferente. Quesia e Rafael revelaram que já há outros dois projetos selecionados para as semanas seguintes, mas a ideia é que abra um cadastramento para que os músicos interessados no programa possam também enviar seu material para a divulgação. Para mais informações, acompanhe as redes sociais da Coart.
A Plataforma Livre será reproduzida no salão 2 da Coart, no Campus Maracanã da Uerj, em frente ao Auditório Cartola, no Centro Cultural. O salão contém mesas e cadeiras para os visitantes.
Coart abre novos cursos nas áreas de Cinema, Música e Literatura
As inscrições para os projetos estarão abertas entre os dias 4 e 8 de março
Por: Leonardo Siqueira
A Coordenadoria de Artes e Oficinas de Criação Artística (Coart) da Uerj divulgou os 12 projetos escolhidos na Chamada Aberta de 2024 para as categorias “Cinema”, “Música” e “Literatura”.
A nova chamada teve como objetivo complementar o quadro de atividades da Coart, que já conta com cursos nas áreas de “Teatro”, “Artes Visuais” e “Corpo e dança”. As inscrições serão online e estarão abertas de 4 a 8 de março, através das redes sociais da Coart.
As aulas do primeiro semestre começam no dia 18 de março e terminam em 5 de julho, enquanto, no segundo, as aulas serão entre 12 de agosto e 29 de novembro.
As inscrições para as Oficinas custam uma taxa única para o semestre. Veja os valores:
Comunidade externa: R$ 260
Professores da rede pública: R$ 240
Comunidade interna (alunos, servidores e prestadores de serviço da Uerj): R$ 220
Em seu terceiro álbum de estúdio Hozier combina música e literatura através dos Nove Círculos do Inferno de Dante
Por: Beatriz Araujo
Andrew Hozier-Byrne, o irlandês dono do hit “Take Me To Church”, que dominou as paradas em 2014, é conhecido por explorar uma fusão de estilos musicais, incluindo blues, folk, R&B e rock. Seu álbum mais recente, intitulado “Unreal Unearth”, lançado em 18 de agosto de 2023, conta com 16 faixas que refletem experiências do cantor durante o período pandêmico em 2020. O álbum aborda temas como cultura, amor e sociedade, além de incorporar elementos culturais irlandeses com ditos populares e versos cantados em gaélico.
Em entrevista para o Grammy, Hozier revelou que encontrou grande parte da inspiração para seu trabalho em “Inferno”, a primeira parte do poema épico “A Divina Comédia” do italiano Dante Alighieri. Esta obra descreve a jornada do poeta pelos Nove Círculos do Inferno, onde cada círculo representa um pecado e uma punição progressivamente mais severa. A narrativa oferece uma representação alegórica da vida após a morte conforme estabelecido pelas crenças cristãs. É em torno dessa jornada poética e recheada de simbologias que Hozier estrutura seu álbum.
Em “Unreal Unearth”, os círculos são representados por agrupamentos de músicas com ideias e símbolos presentes no Inferno de Dante. Um exemplo disso é “Francesca”, single de estreia do álbum, que conta a história real do caso da nobre italiana Francesca de Rimini com Paolo Malatesta, irmão de seu marido. No poema, ela e o amado habitam o Vale dos Ventos onde as almas que se entregaram à luxúria e ao adultério são atormentadas por turbilhões de vento sem fim. Embora a história de Paolo e Francesca seja vista como um pecado lascivo, Hozier redefine a narrativa e enfatiza a devoção duradoura ao parceiro em meio aos momentos difíceis quando canta “Eu não mudaria nada / O paraíso não é adequado para abrigar um amor como você e eu”, explorando o tema do amor e compromisso.
As faixas “De Selby (Part 1)” e “De Selby (Part 2)” compõem a abertura do álbum e representam a descida ao submundo. A transição entre as duas músicas é imperceptível, enquanto em um tom misterioso e reconfortante, a voz de Hozier faz um convite ao ouvinte cantando sobre a busca por significado em meio a escuridão e o vazio
O primeiro círculo, Limbo, é apresentado na terceira faixa, “First Time”. Embora possa ser vista como uma canção de amor, ela carrega também temas como o desejo de sobrevivência e reencarnação. O álbum também mescla algumas referências da mitologia grega ao Inferno de Dante, como o Rio Lete mencionado em “First Time”, o mito de Ícaro em “I, Carrion (Icarian) e em títulos como “Son of Nyx” e “Abstract (Psychopomp)”.
“Eat Your Young” está inserida no terceiro círculo do Inferno e faz referência ao panfleto satírico de Jonathan Swift, “Uma Modesta Proposta”. A letra é escrita sob a perspectiva de um narrador não confiável e tece críticas à ganância capitalista e corporativa. Composta de versos como “Migalhas não são para todos/ Velhos e jovens são bem-vindos à refeição”, “Esfolar as crianças por um tambor de guerra / Colocar comida na mesa, vender bombas e armas / É mais rápido e fácil comer os seus jovens”, é uma faixa que aborda questões sociais como a desigualdade e apatia social, tanto em períodos antigos quanto mais recentes.
“Damage Gets Done” é a única faixa colaborativa do álbum, com Brandi Carlile, e vem logo depois de “Eat You Young”, como uma resposta da geração mais jovem ao ser sempre julgada como culpada pelo estado negativo da sociedade em um mundo no qual não têm poder.
No sétimo círculo do Inferno, “Butchered Tongue” (“Língua Massacrada”, em tradução livre) representa a violência contra o próximo. A letra expõe a brutalidade infligida aos rebeldes irlandeses pelas forças inglesas durante a Rebelião de Wexford, em 1798, onde orelhas foram cortadas como uma forma de punição e intimidação. A canção também reflete sobre a violência linguística que ocorreu durante o período, em versos como: “Sem nenhum tradutor para soar / Uma língua massacrada ainda cantando aqui acima do solo”. Hozier também resgata o idioma irlandês cantando trechos em gaélico em “De Selby (Part 1)” e “To Someone From A Warm Climate (Uiscefhuarithe)”, tornando-se uma voz poderosa para aqueles que foram silenciados e oprimidos ao longo da história.
“Anything But”, décima terceira faixa do álbum, é uma das mais divertidas e interessantes. Em um primeiro momento, ela soa como uma canção de amor, inocente e apaixonada, no entanto, é repleta de frases enigmáticas que revelam o desejo de se afastar de alguém. A música está inserida no oitavo círculo do Inferno, a fraude. Um exemplo é quando Hozier canta: “Se eu tivesse o trabalho dele, você viveria para sempre”, o ele a quem está se referindo é a morte, e ao relacionar o verso com o contexto de Inferno “viver para sempre” significaria um eterno tormento.
Encerrando o álbum, a décima sexta faixa “First Light”, simboliza o fim da jornada pelo Inferno, a saída das trevas para ver a luz novamente. O trecho “E mal consigo acreditar no que estou acreditando/ Poderia ser assim que todos os dias começam?” transmite a sensação de esperança, a expectativa do recomeço após as experiências vividas e assegura a efemeridade das dificuldades que enfrentamos ao longo da jornada que chamamos de vida.
Com mensagens atemporais que inspiram reflexões sobre o mundo e a sociedade que o compõe, a habilidade de Hozier em entrelaçar suas composições à literatura, utilizando-a para contar uma história que abraça diversas temáticas, confere à “Unreal Unearth” um caráter fascinante e extraordinariamente poético.