Apresentação do Cabaré (Foto: Leticia Guimarães)

Oficinas de Cabaré na Uerj

Oficinas de Cabaré na Uerj

Novas formas de fazer arte

 

Por Samira Santos

 

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), através da Coordenadoria de Artes e Oficinas de Criação (Coart),  está oferecendo uma oportunidade para os interessados em mergulhar no universo do “cabaré”. Com um formato inclusivo e dinâmico, as aulas visam proporcionar uma imersão completa nessa linguagem artística, permitindo que os participantes explorem e desenvolvam suas habilidades de forma livre, autoral e interativa.

Objetivos e Abordagem das Aulas

O principal objetivo das oficinas de cabaré é proporcionar aos participantes uma experiência prática nesse estilo artístico. Durante as aulas, os alunos são encorajados a criar de maneira livre e ativa, utilizando suas próprias bagagens artísticas e culturais. O processo culmina em uma apresentação ao público, onde cada um pode mostrar o que desenvolveu ao longo do curso.

Apresentação do Cabaré (Foto: Leticia Guimarães)
Apresentação do Cabaré (Foto: Leticia Guimarães)
 
 
 
 

As aulas de cabaré abrangem uma vasta gama de expressões artísticas, passando pelo canto, dança, improviso, burlesco, lipsync, entre outras formas de arte. O curso também oferece uma perspectiva histórica e teórica sobre o cabaré, tanto no contexto ocidental quanto no brasileiro, sempre com foco na interação direta com o público, característica central dessa arte.

O conteúdo do curso é estruturado em dois módulos. O primeiro, aberto a todos, não exige experiência prévia em artes cênicas, tornando-se uma excelente porta de entrada para iniciantes. Já o segundo módulo requer algum conhecimento prévio, sendo ideal para aqueles que já tiveram contato com o cabaré ou com outras formas de arte cênica. Ambos os módulos incluem aulas práticas e performances, proporcionando aos alunos a oportunidade de aplicar o que aprenderam em uma apresentação final.

O cabaré, por sua natureza, é uma forma de arte que desafia padrões e acolhe a diversidade, o que o torna um espaço seguro e inclusivo para todos, independentemente de sua experiência prévia. Como resultado, os instrutores esperam que mais pessoas, especialmente aquelas que nunca tiveram contato com essa arte, sintam-se encorajadas a participar.

 

Oficina de Cabaré no Auditório Cartola ( Foto: Leticia Guimarães)
Oficina de Cabaré no Auditório Cartola ( Foto: Leticia Guimarães)

As turmas ainda estão com vagas disponíveis, e as inscrições presenciais no Coart irão ocorrer até o dia 23 de agosto, com o curso começando no dia 27 de agosto.

Uerj anuncia cortes em auxílios estudantis

Uerj anuncia cortes em auxílios estudantis

Mudanças podem colocar em risco a continuidade da política de inclusão na Universidade, dizem alunos

Por Samira Santos, Julia Lima e Beatriz Araujo

 
 
 

A Pró-reitoria de Políticas e Assistências Estudantis (PR4) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) anunciou na tarde de quinta-feira (25) uma série de alterações em seus critérios de elegibilidade de bolsas e auxílios para a comunidade universitária. Entre as novas medidas estão a reformulação do Auxílio Material Didático (AMD), o fim do auxílio alimentação para estudantes do campus Maracanã e a redução do valor da renda necessária para alunos de ampla concorrência receberem a Bolsa de Apoio à Vulnerabilidade Social (BAVS). As mudanças geraram preocupações e indignação entre os alunos, que se movimentam para organizar um ato contra as novas regras.

 

Entrada da Uerj no portão 5 (Foto: Agência Brasil)

 

 

Uma das principais mudanças está no Auxílio Material Didático (AMD) que consiste no apoio financeiro destinado à aquisição de material didático para alunos do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAp-Uerj) e dos cursos de graduação. O valor de R$ 600, antes pago em parcela única por semestre letivo, passa a ser anual, podendo ser pago em parcelas de R$ 300 ou menos, dependendo da disponibilidade orçamentária.

A implementação da tarifa zero no Restaurante Universitário (RU) anunciada no começo da semana, apesar de ser uma tentativa de melhoria na rotina dos estudantes cotistas, gerou controvérsias devido ao anúncio da suspensão do Auxílio Alimentação aos alunos dos campi Francisco Negrão de Lima (Maracanã) e Instituto Politécnico do Rio de Janeiro (IPRJ). A decisão diz que só poderão optar pelo recebimento de Auxílio Alimentação estudantes cujos cursos tenham sede em campi que ainda não possuam Restaurante Universitário. A tarifa zero, porém, não se estende aos alunos que ingressaram por ampla concorrência e nem aos que recebem BAVS, sendo assim, esses estudantes deverão arcar com os custos de alimentação.

A Bolsa de Apoio à Vulnerabilidade Social, oferecida a alunos ingressantes por ampla concorrência que tenham comprovada a sua situação de baixa renda, também sofreu reformulações. A renda familiar per capita para elegibilidade, antes no valor de um salário mínimo e meio, foi reduzida para valor igual ou inferior a meio salário mínimo (R$ 706). Alunos da ampla concorrência com renda superior a esse limite não terão direito aos auxílios estudantis. 

A Reitoria, liderada pela reitora Gulnar Azevedo e pelo vice-reitor Bruno Deusdará, justificou essas mudanças como uma resposta às restrições orçamentárias pós-pandemia, ressaltando a necessidade de equilibrar investimentos em equipamentos, bolsas e políticas de assistência. 

 

Reações da comunidade acadêmica

O Ato Executivo de Decisão Administrativa 038/2024, que formaliza essas mudanças, entra em vigor em 1º de agosto.

Estudantes e membros de movimentos sociais acusam a Reitoria de “Destruir a política de assistência estudantil da Uerj, que um dia foi um exemplo de inclusão e suporte aos alunos”. “Eles estão acabando com a nossa universidade”, desabafaram nas redes sociais.  A sensação de desamparo é a principal reclamação, e muitos consideram registrar queixas formais para tentar reverter essas decisões. 

Em resposta às novas regras, um ato estudantil foi marcado para o dia 26 de julho, às 16h na Uerj. Intitulado “Tira a mão dos meus direitos!”, a manifestação reunirá estudantes da ampla concorrência, cotistas da graduação e pós-graduação com o objetivo de protestar contra os cortes nos auxílios e bolsas e exigir a revogação das medidas estabelecidas pela PR4 e pela atual Reitoria da Universidade.

 Projeto Quilombo Cuidar realiza terceiro seminário na Uerj 

 Projeto Quilombo do Cuidar realiza terceiro seminário na Uerj 

O projeto de extensão  discutiu  questões com foco na saúde da mulher negra

Por: Maria Eduarda Galdino

Estudantes de enfermagem e integrantes do Quilombo cuidar (Foto: agência Garagem 293)

 

“É cuidar dos outros para além da doença”, essas foram as palavras da estudante de enfermagem da Uerj Thayssa Vitoria Mattos da Silva sobre o Quilombo do Cuidar, projeto de extensão da Faculdade de Enfermagem (FACENF/ Uerj), criado pela professora Roberta Geórgia, coordenadora de graduação da FACENF.  O projeto tem por objetivo cuidar da saúde da população negra e quilombola e expor pautas antirracistas para um público de todas as idades, com aulas e eventos. 

A terceira edição do seminário Quilombo do Cuidar aconteceu no dia 12 de junho, tendo como foco principal a discussão sobre saúde mental da mulher preta. O evento contou com a participação de artistas, enfermeiras, assistentes sociais e professores.

Nas mesas de debate, cada palestrante contou sobre seus projetos, dissertações acadêmicas e vivências como mulheres negras. As histórias relatadas abordaram os obstáculos de viver em sociedade como pessoa negra e como a qualidade de vida e saúde mental são difíceis de se manterem estáveis por conta das violências e falta de suporte do Estado. Mas, apesar das dificuldades contadas, cada palestrante mostrou alternativas de como a comunidade negra pode se ajudar e cuidar, por meio de movimentos que têm como propósitos a coletividade, resistência e o cuidado.

Palestrantes do seminário (Foto: agência Garagem 293)
 

Helaine Maria, uma das palestrantes, falou sobre a sua vivência como enfermeira, que diariamente cuida de pessoas negras que sofrem violência, racismo e abandono nas clínicas de saúde. “Eu recebo essas mulheres lá na maternidade,  muitas delas  em situação de rua que vêm para parir, então como a gente olha essa mulher ? Qual o cuidado ?”, diz Helaine. 

A enfermeira vê a solidariedade e o cuidado como alternativas para a mudança do cenário de violência. Ela afirma que é preciso lutar, escrever, brigar e se unir para combater as violências vividas por mulheres negras. 

 A estudante de enfermagem Thayssa Vitoria, que está no segundo período do curso e que faz parte do projeto de extensão Quilombo do cuidar, contou a experiência dela como mulher negra e como eventos como o seminário são de extrema importância para a sociedade. “Se a Thayssa de 15 anos tivesse frequentado um evento desse, teria me poupado muitos anos de terapia e sofrimentos. É uma questão de representatividade, nesse evento a gente consegue se identificar e perceber que a gente não está sozinha nesse mundo”. 

A estudante ressalta que as mulheres negras ainda não alcançaram posições de protagonismo suficientes. Thayssa afirma que ainda faltam espaços voltados para pessoas negras, que tentam mascarar uma ideia de inclusão, quando na verdade, as mulheres negras ainda não estão presentes nos cargos de protagonismo e de liderança na sociedade. “Quantas médicas pretas você conhece ? Quantas juízas e advogadas pretas você conhece? Quantas coordenadoras de graduação e professoras de mestrado pretas você conhece? Por que não dar o poder a uma mulher negra? A gente ainda tem muito a conquistar e avançar, é uma luta que a gente não vai abrir mão”.

Mais informações  sobre o Quilombo do Cuidar podem ser acessadas nas redes sociais do projeto:  @quilombodocuidar 

Patrocinadores: @uerj.oficial @Fenf_uer  @Prefc_smsrio @socioedunaras @liasmeuerj @procriaruer 

 

 

  

Milhões de brasileiros se preparam para as eleições municipais de outubro

Milhões de brasileiros se preparam para as eleições municipais de outubro

A eleição irá determinar os prefeitos, os vice-prefeitos e os vereadores das 5.568 cidades brasileiras

Por: Manoela Oliveira

Reprodução: Pixabay

Em 6 de outubro, cerca de 152 milhões de eleitores participarão da eleição municipal para decidir os vereadores, os prefeitos e os vice-prefeitos de todo o Brasil. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), caso nenhum candidato consiga metade dos votos válidos em cidades de mais de 200 mil eleitores, o segundo turno ocorrerá em 27 de outubro.

A Lei das Eleições permite o registro de candidatos e de candidatas pelas coligações e pelos partidos políticos até 15 de agosto. O atual prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD) pretende se reeleger com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na eleição de 2020, Paes obteve 64,7% dos votos no segundo turno, derrotando o seu concorrente, o então prefeito Marcello Crivella. Paes foi o candidato preferido em todas as zonas eleitorais neste turno, segundo o TSE.

Mapa de apuração das eleições municipais de 2020 / Reprodução: Manoela Oliveira

Na última eleição para prefeito, Paes disparou na região da Grande Tijuca do Rio de Janeiro. De acordo com o TSE, na 229º e na 170º zonas eleitorais, localizadas no Maracanã, ele obteve 75,92% e 77,93% dos votos, respectivamente. Paes também alcançou 78,33% dos votos na Tijuca e conseguiu atingir cerca de 140 mil votos nessas três zonas eleitorais. O atual prefeito é uma aposta para a eleição de 2024, especialmente na Grande Tijuca.

Outros candidatos como Tarcísio Motta (PSOL), Alexandre Ramagem (PL), Cyro Garcia (PSTU), Pedro Duarte (Novo) e Otoni de Paula (MDB) são cotados para concorrerem na disputa eleitoral pela Prefeitura do Rio. Dani Balbi (PCdoB), Marcelo Queiroz (PP) e Juliete Pantoja (UP) também são nomes esperados para a disputa do cargo.

Para os políticos que pretendem ser vereadores, a data-limite para trocar de partido sem a perda do mandato foi 5 de abril. Porém, assim como os candidatos à Prefeitura, eles têm até 15 de agosto para registrarem a candidatura.

Os cidadãos com idade entre 18 a 70 anos são obrigados a votar nas eleições. O voto facultativo é para pessoas com mais de 70 anos, para os analfabetos e para os jovens com idades entre 16 e 18 anos. Segundo o TSE, o prazo para emitir e regularizar o título eleitoral é até o dia 8 de maio.

O TSE disponibiliza atendimento remoto para realizar o alistamento eleitoral e a regulamentação do título de eleitor.

Ganhadores do Prêmio Nobel marcam presença na Uerj

Ganhadores do Prêmio Nobel marcam presença na Uerj

Palestras promovem diálogos entre cientistas internacionais e nacionais 

Por: Manoela Oliveira e Maria Eduarda Galdino

Da esquerda para a direita: May-Britt Moser, Luiz Davidovich, Isaac Diaz, Heloísa Paterno, Lúcia Del Valle e Adam Smith / Reprodução: Manoela Oliveira
 
 
 

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) reuniu três ganhadores do Prêmio Nobel para debaterem sobre a importância da ciência, nesta última segunda-feira (15). O evento aconteceu pela primeira vez no Brasil, e trouxe premiados como Serge Haroche (ganhador do Prêmio Nobel de Física),  David MacMillan (ganhador do Prêmio Nobel de Química) e May-Britt Moser (ganhadora do Prêmio Nobel de Medicina). O encontro foi organizado pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e pelo Nobel Prize Outreach. 

A palestra “As responsabilidades dos cientistas” discutiu o papel dos cientistas no incentivo à ciência e na construção de um futuro melhor, no Teatro Odylo Costa, filho. A mesa contou com a presença de May-Britt, de Luiz Davidovich, ex-presidente da ABC e de Adam Smith, moderador do debate. Alunos de universidades da América Latina foram convidados para participarem do debate. Lúcia Del Valle, da Universidade do Chile, Isaac Diaz, do Instituto de Tecnologia da Costa Rica e Heloísa Paterno, do Instituto Federal Catarinense, relataram suas experiências como jovens cientistas.

O evento iniciou-se às 10h00 e terminou às 16h00, promovendo uma discussão sobre a importância dos cientistas na sociedade. A cobertura em inglês e em português do evento pode ser acessada pelo Youtube do Nobel Prize.

As responsabilidades dos cientistas

Luiz Davidovich explicou que a obrigação dos cientistas é buscar conhecimento, visando desenvolver um mundo melhor. Segundo o físico: “A ciência deveria ter como preocupação principal a curiosidade e a paixão pela mesma”. Ele ressaltou a pressão da nova geração de cientistas com o “sistema recompensatório”, que consiste na extrema vontade dos pesquisadores de serem reconhecidos pelas suas pesquisas acadêmicas. Porém, de acordo com Davidovich, o trabalho dos cientistas de desvendar os mistérios do universo já é algo impressionante, não é necessária a procura por recompensas acadêmicas.

Davidovich disse que a outra responsabilidade dos cientistas é seguir regras éticas, para a ciência não se tornar algo prejudicial à humanidade. Porque, segundo ele: “Geralmente, aqueles que têm mais poderes no país ou no mundo, vão ter mais poder na gestão da tecnologia”. O físico enfatizou que a ciência é um mecanismo para romper barreiras globais, por isso, ela deve ser usada de maneira correta pelos cientistas. A pesquisadora May-Britt acrescentou que em situações de guerra, como no conflito entre Ucrânia e Rússia, os pesquisadores precisam se ajudar para o bem da sociedade.

May-Britt levantou um questionamento sobre o limite do envolvimento dos cientistas nas áreas políticas.  Ela afirmou que: “Ao receber o Prêmio Nobel, as pessoas me tratam, como os outros laureados, como uma pessoa que pode ter influências políticas”. A neurocientista enfatizou que é necessário encontrar um equilíbrio na atuação desses profissionais nas questões públicas, para não ocorrer uma intervenção extrema e se tornar algo perigoso.  Em março de 2024, houve um caso de envolvimento político dos ganhadores do Prêmio Nobel, em que 39 laureados se manifestaram contra o governo de Vladimir Putin, presidente da Rússia, em carta aberta. 

Lúcia Del Valle perguntou a May-Britt como ela lida com profissionais de diferentes áreas nos laboratórios de pesquisa. Como exemplo, Lúcia citou os profissionais de comunicação que ajudam na divulgação dos projetos do laboratório para a população. May-Britt respondeu que a comunicação é fundamental e os cientistas do laboratório sempre procuram estar em constante contato com os comunicadores. A neurocientista ressaltou que não tem medo de receber outros profissionais que saibam mais que ela em alguma área, seja ela científica ou qualquer outra. 

Isaac acrescentou ao que foi dito por May-Britt em relação à comunicação. Ele afirmou que a comunicação é uma responsabilidade pública, porque as instituições usufruem do dinheiro do Estado, portanto existe uma responsabilidade em compartilhar as pesquisas e o desenvolvimento com a sociedade. 

Luiz Davidovich complementou a fala de Isaac sobre a necessidade de se aprender a ouvir as pessoas de diferentes culturas em nossa volta, e não somente compartilhar o seu ponto de vista de pesquisador. Davidovich disse que o Brasil e outros países da América Latina carregam consigo uma diversidade, então os cientistas devem ouvir a perspectiva e conhecimento de cada indivíduo. Como exemplo, ele citou que a ABC possui uma categoria chamada de “colaboradores”, os quais são pessoas que não são cientistas, mas que fizeram diversas contribuições para o avanço científico. O físico citou  Davi Kopenawa, xamã da tribo Yanomami, protagonista de um livro transcrito pelo antropólogo francês Bruce Albert chamado “A queda do céu”. A obra é um relato sobre a história de vida de Davi e suas crenças cosmoecológicas. Luiz acrescentou: “Além da ciência, existe o conhecimento, e conhecimento é diferente de ciência. E nós devemos ouvir o conhecimento, porque o conhecimento pode ser a entrada para a ciência”.

BRASIL X CIÊNCIA 

Apesar de o Brasil ter um certo desenvolvimento no âmbito científico, muitos cientistas brasileiros se sentem desvalorizados no país, pois as instituições de educação e pesquisa científica não recebem apoio suficiente das autoridades públicas. Os cortes nas bolsas, a falta de infraestrutura e a desvalorização do Estado são constantes. Segundo o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, nos últimos anos, 6,7 mil cientistas deixaram o país para poderem iniciar ou concluir suas pesquisas no exterior. 

A falta de pesquisas feitas por brasileiros têm consequências no cenário nacional. O prêmio Nobel é um evento que acontece há 120 anos, desde 1901, e até hoje nenhum brasileiro teve a oportunidade de ser laureado, seja ele nas categorias de Medicina, Literatura, Economia, Paz, Física e Química. 

Diante dessa crise nacional, o governo Lula tem feito esforços para o resgate do avanço científico no país. O programa “Conhecimento Brasil” está sendo lançado visando repatriar cientistas brasileiros que atualmente residem no exterior e tenham concluído o mestrado e doutorado, ou até mesmo cientistas brasileiros que não possuem nenhum tipo de vínculo com alguma instituição científica no país para que eles possam desenvolver suas pesquisas no Brasil. O governo planeja investir 1 bilhão de reais para repatriar mil cientistas brasileiros e combater o que eles chamam de “fuga de cérebros”, termo usado para pesquisadores que se formam em território brasileiro e saem do país. 

O programa irá pagar uma bolsa de R$13 mil reais aos cientistas que ficarem em instituições de pesquisas ou universidades brasileiras, mais uma verba de 400 mil reais para que novos institutos de pesquisa sejam construídos.  

Apesar de o programa “Conhecimento Brasil” ter um plano progressista, ainda surgem inúmeras dúvidas em relação a alguns aspectos. Nas redes sociais, alguns cientistas questionam o programa, alegando que o governo deveria pensar nos cientistas que continuam no país e estão tendo dificuldades devido à desvalorização da profissão.  Segundo relatório de Elsevier-Bolsi, o Brasil registrou uma queda de 7,4% de produção científica em 2022, em comparação com o ano anterior. 

Comentário de um usuário do X na postagem do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) / (Reprodução: X)

Hupe oferece cirurgia de confirmação de gênero para a comunidade transexual

Hupe oferece cirurgia de confirmação de gênero para a comunidade transexual

Urologista do Hupe explica os procedimentos cirúrgicos

Por: Manoela Oliveira e Kauhan Fiaux

Reprodução: IStock
 

O ambulatório de Transdiversidade do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe) oferece acompanhamento para pessoas transexuais, transgêneros e travestis do Rio de Janeiro. O ambulatório é registrado pela Secretaria Estadual de Saúde e é um dos pontos de referência no Estado.

O Hupe disponibiliza apoio para as pessoas trans, desde o acompanhamento psicológico e o tratamento hormonal até o procedimento cirúrgico. A cirurgia de confirmação de gênero pode envolver procedimentos genitais ou não genitais (como a mastectomia ou a feminização facial), as cirurgias genitais são apenas uma parte do processo. 

Segundo levantamento da Folha de S. Paulo, apenas oito estados oferecem cirurgias de confirmação de gênero de forma pública. No Rio de Janeiro, apenas dois hospitais disponibilizam o serviço: o Hupe e o Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, ambos localizados na capital fluminense. Por mais que o acesso a esse tipo de tratamento tenha aumentado nos últimos anos, a oferta ainda é pequena para a população. Segundo dados da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de 2021, cerca de 3 milhões de pessoas no Brasil são trans ou não-binárias, representando cerca de 2% da população do país.

A carência de espaços que realizam o procedimento gera grandes filas de espera, fazendo com que as pessoas optem por fazer a cirurgia em rede privada. Em 2021, a Associação Nacional de Saúde Complementar (ANS) incorporou a cirurgia de confirmação de gênero na lista de procedimentos cirúrgicos liberados para planos de saúde – uma forma um pouco mais barata quando comparada com a saúde privada. Dados dos próprios convênios de saúde indicam que, desde então, o número de cirurgias aumentou em 75%.

Etapas da cirurgia 

Antes da realização da cirurgia de confirmação de gênero, é necessário um tratamento hormonal prévio de dois anos. A pessoa que deseja prosseguir com a cirurgia precisa de um acompanhamento com um endocrinologista para providenciar as transformações corporais masculinas ou femininas. Também é preciso orientação de profissionais como psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais, porque eles oferecem suporte emocional para a adaptação da cirurgia. O urologista especializado em reconstrução urogenital do Hupe, Luiz Augusto Westin, diz que: “Uma vez que conseguimos alinhar o corpo e a mente do paciente, começamos a pensar em fazer qualquer procedimento cirúrgico”.

Na transição dos órgãos genitais do feminino para o masculino, existem duas técnicas cirúrgicas ofertadas pelo Hupe: a metoidioplastia e as neofaloplastias. Westin explica que: “A metoidioplastia é uma técnica na qual a gente alonga o clitóris hipertrofiado. É feito uma harmonização e o clitóris cresce”. Nesse procedimento, o paciente consegue urinar sentado e ter relações sexuais, porém não é recomendado o sexo com penetração. 

Segundo o urologista, as neofaloplastias são cirurgias mais complexas que demandam mais etapas. “Isso consome a vida do paciente e eles, muitas das vezes, acabam não optando por essas técnicas”, ressalta Westin. Porém, algumas pessoas escolhem as neofaloplastias por possibilitarem ao indivíduo ter um pênis maior, em comparação com a metoidioplastia. As neofaloplastias são feitas somente em hospitais públicos, porém existem pesquisas em andamento pelo Ministério da Saúde para esse procedimento também ser feito em hospitais de redes privadas, segundo o médico. 

De acordo com o urologista, na mudança da genitália masculina para a feminina, a cirurgia de confirmação de gênero é efetuada por meio da inversão peniana modificada. “É um procedimento mais simples que a metoidioplastia e as neofaloplastias, por ter muito tecido para trabalhar. A gente usa uma parte da pele do escroto para fazer o canal vaginal”, afirma Westin. A cirurgia dura em torno de quatro horas e o paciente recebe alta em cerca de cinco dias. 

O especialista alerta que no processo pós-cirúrgico, alguns problemas médicos podem surgir, sobretudo os que dizem respeito à uretra: “O atendimento médico é eterno. Esses pacientes não recebem alta nunca”. O recomendado por Westin é uma consulta médica anual durante toda a vida para a prevenção de possíveis complicações. 

O urologista ressalta a importância de se ter disponível as cirurgias de confirmação de gênero no Hupe para homens e mulheres trans. Ele acrescenta que: “A saúde é um direito de todos e dever do Estado. Todo mundo tem que ter acesso à saúde”. Westin destaca que a cirurgia de transgenitalização é uma conquista da comunidade LGBTQIA+.

O Hupe fica localizado no Boulevard 28 de Setembro, número 77, no bairro de Vila Isabel. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone: (21) 2868-8000

Espetáculo “Milagre do Brasil” chega na Uerj

Espetáculo “Milagre do Brasil” chega na Uerj

Com direção de Pedro Barrroso, o espetáculo conta com Bárbara Vila Nova e Felipe Ferreira

Por: Vinícius Feliano

Dois personagens conversando durante ato do espetáculo / Foto: Divulgação

A encenação, que se apresenta no Teatro Noel Rosa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), narra uma cela, onde presos políticos da ditadura militar brasileira estão em situação contraditória e sem contato com o mundo externo, nisso, buscam no passado e no futuro a humanidade na situação em que vivem. A primeira apresentação acontece hoje (04) com ingressos entre R$10 e R$30 reais.

Adaptação da biografia de Augusto Boal, diretor de teatro e dramaturgo, Milagre do Brasil tem a intenção de questionar a memória social brasileira dos anos de ditadura militar que, em 2024, completa 60 anos. Dirigido por Pedro Barroso em parceria com o Instituto Augusto Boal da UFRJ e apoio da Escola de Teatro Martins Penna e Escola de Teatro Popular, o elenco conta com Bárbara Vila Nova, Felipe Ferreira, Fernando Leão, Giu Maué, Igor Cruz – Stand-in, Isabel Figueira,  Nitai, Pedro Máximo – Stand-in e Ricardo Neme. 

Com classificação de 16 anos, o espetáculo vai ocorrer no Teatro Noel Rosa da Coordenadoria de Artes e Oficinas de Criação (Coart) da Uerj, às 19h. Os ingressos podem ser adquiridos aqui e os valores dos ingressos são: R$10 para a comunidade da Universidade, R$15 a meia-entrada e R$30 a inteira.

Quem foi Augusto Boal?

Homenagem ao dramaturgo feita para canal do Instituto augusto Boal / (Foto: Instituto Augusto Boal)

Diretor de teatro e Dramaturgo, Boal foi o fundador do Teatro do Oprimido, método que reúne exercícios, jogos e técnicas teatrais, aliando-o à ação social. Seus ensinamentos difundiram-se pelo mundo entre os anos 1970 e 2000, sendo empregados não só por profissionais das artes cênicas, como também por profissionais das áreas de educação, saúde mental e do sistema prisional.

Sua obra reúne 22 livros traduzidos em mais de vinte línguas e suas concepções são estudadas nas principais escolas de teatro do mundo. Além de sua contribuição à arte, Boal também foi Vereador do Rio de Janeiro entre 1993 e 1997.

Exposição “Esqueleto: algo de concreto” busca resgatar memórias de comunidade

Exposição "Esqueleto: algo de concreto" busca resgatar memórias de comunidade

Por: Vinícus Feliciano

Cerimônia de abertura da exposição / Foto: Vinícius Feliciano



A história da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) é marcada pela expulsão de diversas famílias da Favela do Esqueleto, anteriormente abrigada no terreno que, hoje, pertence à Universidade. 

A mostra em cartaz nas galerias de arte da Uerj, Candido Portinari e Gustavo Schnoor, “Esqueleto: algo de concreto” tenta divulgar a história dessas famílias por meio da arte de 43 artistas de gerações diferentes, mas com a ancestralidade marcada pela comunidade.

A mostra que conta com a curadoria de Alexandre Sá, Analu Cunha, Ana Tereza Prado Lopes, Marisa Flórido e Maurício Barros de Castro, professores do Instituto de Artes da Uerj (Iart/Uerj), e André Carvalho, vice-diretor da Escola de Desenho Industrial da Uerj (Esdi/Uerj), busca apresentar trabalhos de artistas diversos, nomes como Carlos Vergara, Helena Trindade e Leila Danziger estão presentes. 

A festa de inauguração ocorreu no dia 14 de março às 16 horas na Galeria Candido Portinari. A Reitora da Universidade, Gulnar Azevedo, comandou a cerimônia, que contou, também, com os curadores e alguns dos artistas.

Com entrada gratuita, a exposição está em cartaz de 15 de março até 9 de maio nas galerias Candido Portinari (próxima ao portão 5) e Gustavo Schnoor (interior da Coart), e o horário de visitação é das 10h às 19h, de segunda a sexta. Além das obras, também serão oferecidas diversas oficinas e cursos seguindo a temática do evento, confira a programação. Na entrada, é possível retirar um panfleto com os créditos da exposição e deixar sua assinatura para marcar presença.  

Favela do Esqueleto

Localizada onde, hoje, é a Uerj, a Favela do Esqueleto foi uma comunidade existente entre as décadas de 1930 e 1960 no terreno que seria para a construção do Hospital das Clínicas da Universidade do Brasil, entretanto, como as obras foram abandonadas na década de 1930, inicia-se a ocupação do edifício.

Recenseamento na Favela do Esqueleto / Foto: Arquivo geral da cidade do Rio de Janeiro



A inauguração do Maracanã, em 1950, fomentou o aumento do volume de moradores da comunidade que, no início, construíram barracos em volta do prédio, mas, logo, com a construção de diversos tipos de moradia, a favela tornou-se uma das maiores comunidades da cidade. 

A remoção da Favela foi consequência da política de remoções implantada pelo Estado da Guanabara durante o governo militar e com apoio dos Estados Unidos, nos anos 1960. A ação consistiu na transferência, à força, dos moradores para conjuntos habitacionais em áreas longínquas do centro da cidade, a maior parte foi transferida para a Vila Kennedy, em Bangu. Já em 1969, começou a ser construído no terreno o campus da Universidade do Estado da Guanabara. A construção foi finalizada e inaugurada em 1976 com outro nome, Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

 
 

Tainá de Paula fala sobre sustentabilidade em palestra na Uerj

Tainá de Paula fala sobre sustentabilidade em palestra na Uerj

A secretária do Meio Ambiente e Clima discute a crise climática no Rio de Janeiro

Por: Manoela Oliveira e Samira Santos

 
 
Tainá de Paula durante a palestra / Reprodução: Manoela Oliveira

Na última quinta-feira, dia 21 de março, o evento “Ágora do IFHT, Série: Sustentabilidade no Território” reuniu figuras importantes da área da saúde e do Instituto Multidisciplinar de Formação Humana com Tecnologias da Uerj (IFHT). A palestra foi ministrada por Tainá de Paula, Secretária Municipal de Meio Ambiente e Clima do Rio de Janeiro, que compartilhou sua experiência sobre o tema “Crise climática, políticas públicas e sustentabilidade no território”. Além disso, para mediar o debate tivemos a presença do professor Carlos Alberto de Oliveira, diretor do IFHT. A mesa também contou com a participação de Bruno Neves, coordenador do Programa de Extensão, Desenvolvimento e Educação, Theotonio dos Santos (ProDEd-TS), e Gislaine Matheus, superintendente de vigilância em saúde.

A palestra foi transmitida ao vivo pelo canal do YouTube do Instituto, e abordou questões importantes acerca da preservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, refletindo sobre o papel das políticas públicas na mitigação dos impactos da crise climática. O evento teve início às 16h30 e terminou às 18h, proporcionando um espaço para discussões relevantes sobre questões ambientais e a urgência na implementação de políticas públicas efetivas.

Desigualdade Climática: Negacionismo e suas Consequências

“No Rio de Janeiro, a desigualdade climática não é mais uma realidade que pode ser negada”. Essa foi a afirmação de Tainá de Paula, feita durante a discussão sobre as políticas públicas que precisam priorizar os mais pobres. Para a secretária, o negacionismo adotado por alguns prefeitos do estado pode resultar em perdas significativas para a população de baixa renda. “Sem os devidos alertas de emergência sobre as chuvas, essas pessoas correm o risco de permanecer em suas casas, mesmo diante de situações perigosas. O problema se agrava quando a responsabilidade pelos alagamentos é injustamente atribuída aos mais pobres, como se eles fossem os principais culpados”, disse Tainá.

Segundo ela, a educação ambiental e a gestão pública são fundamentais para lidar com os desafios causados pelas chuvas. Tainá afirmou que o processo de macrodrenagem, microdrenagem e limpeza urbana não é responsabilidade apenas do indivíduo, mas sim de toda a comunidade e das autoridades governamentais. Além disso, segundo a secretária, é preciso reconhecer que as mudanças climáticas não são causadas apenas localmente, mas sim por ações globais, como o desmatamento e a poluição industrial.

A pesquisa da organização não governamental Oxfam de 2015 revelou que os 50% mais pobres da população são responsáveis por uma menor emissão de gases de efeito estufa, enquanto os 10% mais ricos produzem uma quantidade significativamente maior. Portanto, a partir das considerações de Tainá de Paula, não é justo comparar a responsabilidade de um indivíduo que não pratica a coleta seletiva de lixo com a responsabilidade de grandes empresas multinacionais.

O Brasil é um dos protagonistas no cenário mundial das mudanças climáticas, sendo um dos países que mais emite gases de efeito estufa. Segundo o Sistema de Monitoramento das Mudanças Climáticas (PCRJ), em 2023, o país figurava entre os maiores emissores do mundo. No território brasileiro, as grandes cidades têm um papel crucial nesse panorama. Entre as cidades brasileiras, das dez maiores emissoras de gases de efeito estufa, duas estão localizadas no Sudeste, Rio de Janeiro e São Paulo. Além disso, o Oeste brasileiro abriga as oito maiores cidades emissoras desses gases.

De acordo com a secretária, o impacto das mudanças climáticas não se limita apenas ao meio ambiente, mas também afeta diretamente a vida das pessoas. “O preço da cesta básica está ligado às crises climáticas que enfrentamos. O calor extremo, por exemplo, pode resultar na perda de colheitas inteiras de nossos principais grãos, como o arroz, que não sobrevive em condições de calor extremo. Por isso, é fundamental compreender que eventos climáticos como o El Niño não são eventos isolados, mas sim parte de um contexto maior de mudanças climáticas globais”. 

Tainá de Paula enfatizou como as diferentes classes econômicas são afetadas pelas mudanças climáticas, devido às vulnerabilidades locais existentes no Rio de Janeiro. De acordo com a secretária: “Quanto mais você é vulnerável na cidade, mais suscetível você está às mudanças climáticas”, disse Tainá. Ela reafirmou que pessoas enquadradas na escala de extrema pobreza estão mais expostas a problemas como o deslizamento de terra, o calor extremo e as enchentes. O Rio de Janeiro é o terceiro estado mais desigual do Brasil, perdendo apenas para Roraima e Paraíba, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2023.  

Tainá disse que a secretaria de Meio Ambiente e Clima, com a colaboração da secretaria de Saúde, possuía o interesse de instituir estratégias para melhorar as condições de vulnerabilidade social e de estabelecer critérios para mapear os riscos graves. Por isso, foi criado o Índice de Vulnerabilidade Ambiental da Cidade do Rio de Janeiro, responsável por definir as áreas prioritárias para a inserção de políticas públicas. Segundo o levantamento, o complexo do Alemão, Bangu, Ramos, Complexo da Maré e Pavuna foram as localidades mais impactadas pelos perigos climáticos.

Projetos de sustentabilidade

A palestra apresentou 12 projetos governamentais de sustentabilidade incentivados por Tainá de Paula e Eduardo Paes, atual prefeito do Rio de Janeiro. Os principais programas foram o “Cada Favela, Uma Floresta” e o “Jovens Negociadores pelo Clima”. O primeiro possui o objetivo de reflorestar cinco comunidades do Rio de Janeiro para diminuir a sensação térmica desses locais. Também foi destacado por Tainá a necessidade de abordar os estigmas das favelas na universidade. Porque, segundo ela: “Até a Uerj foi construída em cima de uma remoção de favela”.

O projeto “Jovens Negociadores pelo Clima” capacita jovens cariocas para representar as urgências da juventude na Agenda do Clima do Brasil e da Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com as informações fornecidas por Tainá, dos 400 inscritos, apenas 50 pessoas foram escolhidas e participaram de uma capacitação de 36 horas.

Outros programas da secretaria de Meio Ambiente e Clima / Reprodução: YouTube do IFHT
 
 

A cobertura da palestra pode ser acessada pelo YouTube do IFHT. 

Coart anuncia projeto que busca divulgar a produção musical de artistas da Uerj

Coart anuncia projeto que busca divulgar a produção musical de artistas da Uerj

O programa ‘Plataforma Livre’ será lançado na próxima quarta-feira (6), com show ao vivo de Ah!Banda

Por: Leonardo Siqueira

Salão da Coart onde será realizado o projeto Plataforma Livre (Foto: Leonardo Siqueira)
 
 
 

A Coordenadoria de Artes e Oficinas de Criação Artística (Coart) da Uerj anunciou o lançamento da “Plataforma Livre”, programa coordenado por Ilana Linhales e que busca apresentar e divulgar a produção musical da comunidade uerjiana. A primeira exibição será no dia 6 de março, às 12h30, no Salão 2 da Coart, com show ao vivo de Ah!Banda. O evento é livre e aberto ao público externo, sem a necessidade de inscrições.

Segundo Quesia Pacheco, produtora cultural da Coart, e Rafael Pacheco, orientador musical, o projeto funcionará da seguinte forma: às segundas, quartas e sextas-feiras, o som de algum artista ou grupo musical, preferencialmente da Uerj, será tocado no sistema de som do salão 2 da Coart, entre às 11h e 13h. Nesta primeira semana, a Plataforma Livre irá reproduzir o trabalho de Ah!Banda, que fará o show ao vivo no lançamento do projeto.

Quesia destacou que o Centro Cultural é um espaço mais calmo da Uerj, onde muitos vão para descansar, almoçar ou até mesmo passar um tempo vago: “Pensando nesse público, a gente está divulgando o trabalho das pessoas (artistas) e também fazendo com que quem esteja aqui possa ouvir esse material”.

A cada semana, será divulgado o trabalho de um artista ou grupo musical diferente. Quesia e Rafael revelaram que já há outros dois projetos selecionados para as semanas seguintes, mas a ideia é que abra um cadastramento para que os músicos interessados no programa possam também enviar seu material para a divulgação. Para mais informações, acompanhe as redes sociais da Coart.

A Plataforma Livre será reproduzida no salão 2 da Coart, no Campus Maracanã da Uerj, em frente ao Auditório Cartola, no Centro Cultural. O salão contém mesas e cadeiras para os visitantes.