A Faculdade de Comunicação Social (FCS) da UERJ é reconhecida pela excelência em seus cursos e pela formação de profissionais críticos e éticos. Destaca-se como a única universidade pública do Rio a oferecer Relações Públicas e tem um prestigiado curso de Jornalismo, com egressos amplamente recomendados no mercado.
Saúde mental no esporte: desafio que não pode ser ignorado
Atletas brasileiros compartilham suas experiências e ressaltam a importância do cuidado com a saúde mental.
Nos dias de hoje, a importância de um acompanhamento adequado da saúde mental é cada vez mais valorizada nas carreiras dos atletas. Devido à pressão constante, à competição diária e à busca pela perfeição, é comum o surgimento de problemas como depressão, ansiedade, Síndrome de Burnout, distúrbios do sono, entre outros. Essas adversidades afetam não apenas o desempenho do atleta, mas também sua vida pessoal. Nesse contexto, alguns optam por dar uma pausa em suas carreiras para priorizar sua saúde mental.
Foto: Reprodução/Instagram
Tatiana Weston-Webb, a primeira brasileira medalhista do surfe feminino, anunciou em suas redes sociais que irá interromper temporariamente sua carreira para priorizar sua saúde mental quando percebeu sinais de desgastes emocionais e físicos. “A pausa não é o fim, mas um recomeço” declarou a surfista, logo após enfatizar a importância de debater as questões mentais de um atleta mesmo que, para alguns, ainda seja difícil discutir sobre o assunto.
Além de Tatiana Weston-Webb, o surfista Gabriel Medin tomou essa mesma decisão em 2022, após um ano de 2021 marcado por problemas pessoais e pela pressão externa e interna constante no esporte, que resultaram em um episódio de depressão no atleta. Após cinco meses de pausa e recebendo ajudas psicológicas, Medina retorna às águas ressaltando a importância de se dar atenção ao bem-estar mental e emocional dos esportistas, sendo um problema que não pode ser ignorado.
No futebol, há o caso de Thiago Galhardo que pediu afastamento de suas obrigações com o Fortaleza após o atentado contra o ônibus do clube cearense. O jogador, mesmo com objeções, comunicou em suas redes que após o ocorrido passou a enfrentar crises de pânico e alertou os torcedores de que os atletas também possuem suas fragilidades.
No volêi, as histórias de Douglas Souza e Gabi Cândido são parecidas: ambos abdicaram da convocação da seleção brasileira para priorizar sua saúde mental. Douglas tomou essa decisão após ser diagnosticado com depressão. A rotina incansável de treinos, o corpo dando sinais de desgastes e a falta de tempo dedicado à família são causas para a sentença do esportista. Com Gabi Cândido não foi diferente; a atleta relatou que estar na seleção brasileira exige uma cobrança e pressão muito grandes que podem resultar em problemas mentais graves ao longo do tempo.
Com esses casos é possível observarmos que a cobrança excessiva, o descuido com a saúde mental, a sobrecarga pessoal e a rotina de treinamento estressante são motivos dos principais problemas dos atletas ao lidar com os impactos do esporte de alto nível.
Portanto, fazendo uma psicoeducação sobre saúde mental, criando um ambiente de suporte para os atletas, com acompanhamento profissional de psicólogos e criando um ambiente no qual os atletas se sintam seguros e à vontade para falar sobre todas as suas dificuldades, são medidas que ajudariam a prevenir os problemas de saúde mental no esporte.
Basquete feminino: Brasil pode se tornar heptacampeão na Americup
Por Livia Bronzato
A seleção brasileira de basquete irá disputar a FIBA Americup, competição que reúne as equipes americanas nacionais da modalidade. Foram sorteadas, no dia 26, as chaves para a fase de grupos. Serão dois grupos com cinco seleções cada. Cada equipe jogará uma partida contra cada oponente em seu grupo. Após a fase de grupos, os quatro times com melhores resultados, de cada grupo, irão para as Quartas de Final.
Equipe feminina
As brasileiras, atuais campeãs da competição, ficaram no grupo A junto com Argentina, Canadá, El Salvador e República Dominicana. Já no B, estão Chile, Colômbia, Estados Unidos, México e Porto Rico. As disputas ocorrerão de 28 de junho a 6 de julho no Chile.
México 2023, a última edição do evento, consagrou nossas brasileiras como hexacampeãs, sendo as maiores vencedoras dessa competição. Anteriormente, elas haviam conquistado o título em 1997, 2001, 2003, 2009 e 2011.
Foto: FIBA
Time Brasil campeão da Americup México 2023
Equipe masculina
A competição masculina, que acontecerá de 22 a 31 de agosto na Nicaragua, ficou dividida em 3 grupos para essa fase. O Brasil, juntamente com Bahamas, Estados Unidos e Uruguai, está no grupo A. No B, estão os países: Canadá, Panamá, Porto Rico e Venezuela. E, por fim, Argentina, Colômbia, Nicarágua e República Dominicana ficaram no grupo C.
As qualificatórias do evento masculino serão diferentes do feminino porque há mais equipes. Serão qualificadas para as quartas de final, as duas melhores equipes de cada grupo e, também, as duas melhores equipes que ficarem em terceiro lugar em seus grupos.
O Brasil é a segunda equipe com mais medalhas de ouro na categoria masculina. São 4, no total, conquistadas nos anos 1984, 1988, 2005 e 2009; ficando atrás apenas dos EUA, que possuem 7 títulos.
Foto: Comitê Olímpico do Brasil.
Time Brasil competindo nas Olimpíadas de Paris 2024.
Confira quem faz parte da Confederação Brasileira de Basketball (feminina):
Técnica: Pokey Chatman
Assistente Técnico: Léo Figueiró
Carina Martins (Armadora)
Damiris Dantas (Pivô)
Emanuely de Oliveira (Ala)
Gabriella Sosso (Ala-armadora)
Isabela Ramona (Ala)
Kamilla Cardoso (Pivô)
Leila Zabani (Ala)
Licinara Bispo (Ala-pivô)
Sassá Gonçalves (Ala)
Stephanie Soares (Pivô)
Tainá Piaxão (Ala/Armadora)
Vitória Marcelino (Ala)
Confira quem faz parte da Confederação Brasileira de Basketball (masculina):
A Lei 15.100/2025, que proíbe o uso de aparelhos celulares nas escolas da rede pública e privada, está em vigor desde o retorno às aulas, ocorrido em fevereiro. A legislação restringe o uso de celulares nas salas de aula e durante o recreio, com objetivo de reduzir os impactos negativos causados pelo uso excessivo das telas.
A lei foi implementada com a intenção de evitar distrações em sala de aula, incentivar a concentração e proporcionar mais interatividade entre os alunos. De acordo com pesquisa realizada pela TIC Kids Online Brasil 2024, 93% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos são usuários de internet no país e 81% possuem o próprio celular.
Esse estudo tem a intenção de analisar a presença de crianças e jovens no ambiente virtual. Os números mostram que as gerações estão cada vez mais conectadas: 76% dos usuários de internet entre 9 e 17 anos utilizam redes sociais.
A professora do Departamento de Estudos em Infância e Cultura da Uerj, Helenice Cassino Ferreira, afirma que a discussão sobre o uso de celulares em sala de aula é complexa e que não se deve olhar para apenas um partido. De acordo com ela, não dá para separar as crianças do mundo digital. A professora explica: “Podemos entender que há riscos, como a dispersão nas escolas [pelo uso excessivo de celulares], mas também temos um outro lado, como o do direito das crianças, inclusive o direito à mídia.”
Ela observa que a tecnologia traz possibilidades interativas muito interessantes. “Eu acho que os aparelhos celulares podem ajudar, sim”, opina ela, “para pesquisas, por exemplo”. “As crianças e jovens têm direito de usar os meios digitais para criar, se conectar com o mundo, procurar informações”, afirma a professora.
Os meios digitais pertencem à educação também, por isso a discussão sobre o bom uso dos aparelhos celulares deve ser abordada nas escolas. Sobre isso, a professora explica: “A escola precisa conscientizar sobre o uso interessante da tecnologia. Para procurar notícias, para escapar das fake news, para escapar de abusos. Essa discussão tem que ser falada nas escolas.”
É preciso que o aluno seja direcionado a usar a tecnologia de maneira benéfica para seu aprendizado. A cartilha “Crianças, adolescentes e telas: guia sobre usos de dispositivos digitais”, desenvolvido pelo Governo Federal em 2025, pontua: “O uso não pedagógico de dispositivos digitais no ambiente escolar, em qualquer etapa de ensino, pode trazer prejuízos para o processo de aprendizagem e desenvolvimento de crianças e adolescentes”.
A respeito do assunto, a professora Helenice enfatiza: “Uma mediação ativa é importantíssima”. O corpo escolar e os familiares devem, portanto, acompanhar as crianças. De acordo com a educadora, averiguar o aproveitamento do material e construir, em conjunto, maneiras de reconhecer um material de qualidade são possibilidades de conduzir a criança e o adolescente ao uso educativo dos meios digitais.
A lei possibilita, então, que a conversa sobre o uso de celulares em salas de aula seja mais explorada. “O que essa lei trouxe de melhor foi abrir esse debate, porque as pessoas estão tendo que se debruçar sobre essa discussão”, finaliza a professora.
Carioca tem recorde de público na final, mas queda de 35% na média de público
Por: Livia Bronzato
O Maracanã recebeu 69.393 torcedores, sendo 64.351 pagantes, no segundo jogo da final entre Flamengo e Fluminense, que deu título ao rubro-negro. Com a quantidade de pessoas presentes no estádio, o Carioca possui o maior público de jogos entre clubes no país.
Foto: Adriano Fontes/Flamengo
Apesar do recorde, a competição, considerada a mais charmosa do país, vem sofrendo um esvaziamento das arquibancadas ao longo dos anos. Em 2025, segundo a ESPN, a média de público foi de apenas 8.949. Houve uma queda de 5.053 pessoas presentes, em média, em comparação ao o ano anterior: 14.002, um recuo de 35%.
Na décima primeira rodada, a última, da fase de grupos, o jogo entre Sampaio Corrêa e Portuguesa teve o menor público do Carioca. A partida ocorreu no Estádio Lourival Gomes de Almeida, a casa do Sampaio Corrêa, em Saquarema. O time saquaremense ganhou de 3 a 1, mas o jogo contou com apenas 269 presentes.
Não apenas os pequenos clubes passam por isso. O Botafogo, entre seis jogos como mandante, teve seu maior público num jogo contra o Maricá – com somente 9.627 torcedores. Ficando abaixo de 10 mil espectadores em todas as partidas com mando de campo. Sua média ficou por volta dos 5 mil.
Outros times de grande investimento também enfrentam essa situação. O Fluminense teve seu maior público como mandante no jogo de ida na final – com 39.120. Apesar disso, sua média, considerando todos os confrontos, também é considerada baixa – em torno de 17 mil. O Vasco, similar ao Fluminense, teve sua média por volta de 16 mil. Em contrapartida, o time com maior público é o Flamengo, possuindo o recorde batido no dia 16 e, ao todo, com média de 28.839 espectadores – número inferior em relação ao ano passado: 49.148.
O Carioca está perdendo arquibancada e perdeu o prestígio que possuía. O calendário de competições durante a temporada é apertado e os clubes estão preferindo colocar jogadores mais jovens para jogar e poupar os titulares, priorizando outros campeonatos. Além de que, pelos torcedores, o Carioca está sendo visto mais como uma preparação para o resto da temporada. De certa forma, esses aspectos favoreceram para que esse cenário de esvaziamento pudesse ocorrer.
O mural de Lélia Gonzalez transforma os prédios cinzas da Uerj
Por Samira Santos
A Uerj carrega, em seus corredores e salas de aula, a história de diversas personalidades que transformaram o pensamento acadêmico e social do Brasil. Entre elas, destaca-se Lélia Gonzalez, uma intelectual, professora e ativista negra, cuja trajetória inspirou gerações e segue ecoando até os dias atuais. Em homenagem a essa figura emblemática, o evento “Ânima 2025” trouxe uma nova forma de resistência para dentro da Universidade: um mural vibrante e simbólico que, através da arte, ressignifica os espaços da instituição.
Mural da Lelia e a artista J.Lo (Foto: Equipe Coart)
O legado de Lélia
Nascida em 1935, em Belo Horizonte, Lélia Gonzalez conquistou seu espaço na academia em uma época em que a presença de mulheres negras no ensino superior era praticamente inexistente. Graduou-se em História e Filosofia na então Universidade do Estado da Guanabara (UEG), atual Uerj, e prosseguiu seus estudos na PUC-Rio, onde fez mestrado em Comunicação e doutorado em Antropologia Política. Sua produção intelectual foi marcada pela interseção entre gênero e raça, culminando no conceito de “Amefricanidade”, que destaca as experiências negras na América Latina como um elo essencial para compreender as estruturas raciais do continente.
A professora Leda Costa, especialista no pensamento de Lélia Gonzalez, destaca a importância de sua obra: “O pensamento de Lélia é um pensamento riquíssimo para entender o racismo no Brasil, para entender o sexismo no Brasil. E é um pensamento muito inovador também, já que Lélia recorre à psicanálise e tem um papel muito atuante. Ela foi uma pensadora militante da causa do feminismo negro, uma militante contra o racismo, alguém que conseguiu conciliar uma vida acadêmica com uma intensa atuação política”.
Sobre o conceito de “Amefricanidade”, a professora Leda acrescenta: “Lélia desenvolveu muitos debates no Colégio Freudiano e teve contato com psicanalistas como Carlos Magno, que a influenciou bastante. Além disso, ela estava muito antenada com pensadores como Frantz Fanon e Paul Gilroy, que já apontavam para a necessidade de repensar a relação entre a África e a América. Daí surge a ideia de “Amefricanidade”, que propõe uma matriz africana essencial para compreender as dinâmicas do continente americano, diferente da concepção de afro-americano centrada nos Estados Unidos”.
Livro da Lélia sobre feminismo negro (Foto: Reprodução)
Seu ativismo se expandiu para o Movimento Negro Unificado (MNU), no qual desempenhou papel fundamental na luta contra o racismo no Brasil. Inspirados por esse legado, a Coart se reuniu para transformar as paredes cinzentas da Universidade em um manifesto visual. O mural criado no evento “Ânima 2025” transcende a estética e se torna um símbolo de resiliência e empoderamento.
A iniciativa para a criação do mural partiu da artista visual J.Lo Borges, que grafitou um retrato de Lélia Gonzalez sorrindo, com sua característica faixa no cabelo. O mural foi composto por cores quentes para transmitir aconchego, criando um espaço de memória dentro da Uerj. J.Lo Borges, que atualmente cursa mestrado em relações étnico-raciais, ressaltou a importância do mural não apenas como uma homenagem, mas como um lembrete constante do pensamento crítico de Lélia Gonzalez.
A professora Leda Costa também reforça essa necessidade: “Lélia não era uma mulher somente de gabinete, ela mantinha contato constante com a realidade das mulheres negras marginalizadas no Brasil. Ela questionava a concepção tradicional do feminismo, que priorizava uma visão ocidental e branca da mulher, e reivindicava a centralidade da mulher negra nesse debate. Isso precisa ser estudado e discutido amplamente dentro da universidade”.
A intervenção artística não passou despercebida. Alunos, professores e funcionários da Uerj rapidamente transformaram o mural em ponto de encontro e reflexão. Para muitos estudantes negros, a imagem de Lélia representa a possibilidade de pertencimento em um espaço historicamente excludente. A arte, que se impõe sobre a paisagem cinzenta da Universidade, também provoca debates sobre a permanência de intelectuais negros nos currículos acadêmicos.
A criação do mural marca um momento simbólico na Uerj, mas também levanta questões sobre o compromisso da universidade em valorizar efetivamente o legado de Lélia Gonzalez. Professores e estudantes seguem mobilizados para garantir que seu pensamento não seja apenas homenageado, mas incorporado ao debate acadêmico de forma estruturada.
Lélia Gonzalez enxergava a educação como ferramenta de emancipação e transformação social. Seu legado é um convite para que a Universidade se torne, de fato, um espaço plural, onde diferentes vozes possam ser ouvidas e valorizadas. E, agora, esse chamado está gravado, em cores vivas, nos muros da Uerj, resistindo ao tempo e inspirando novas gerações.
Derek Rabelo, único surfista cego que pega as maiores ondas do mundo
Capixaba, de 33 anos, é exemplo de superação e persistência.
Por: Livia Bronzato
Já se imaginou surfando a maior onda do mundo de Nazaré, em Portugal? E se isso tivesse que ser feito sem enxergar nada? Seria uma tarefa completamente assustadora para a maioria das pessoas, mas não para Derek Rabelo. Ele é o único capaz de pegar as ondas de Nazaré que chegam aos 30 metros, assim como as de Pipeline no Havaí e as de Teahupoo no Taiti.
Instagram /Reprodução
Derek Rabelo, surfista profissional cego, na Surf Land.
Derek nasceu em Guarapari (ES) com um glaucoma congênito e, em seus primeiros dias de vida, perdeu a visão. Mas, inspirado pelo pai e por seus tios, ele se interessou pelo surfe desde pequeno. Assim, desenvolveu sua forma única de surfar – ele escuta o barulho das ondas e do vento batendo no mar, sente as ondulações – e, utilizando os seus sentidos, compreende pelo feeling o momento certo de entrar na onda. Para além da prancha no mar, ele já demonstrou que possui também habilidades no skate downhill (modalidade em que o skatista desce uma ladeira em alta velocidade).
Desde então desafia a todos que desacreditam de sua competência e, hoje, além de ser um surfista profissional, palestra em grandes eventos para motivar outras pessoas a seguirem suas batidas nas ondas seus ouvintes. Abordando temas relacionados a superação e motivação, Derek já palestrou para grandes companhias e eventos pelo mundo afora, contando como vive diariamente superando seus próprios limites.
Instagram/Reprodução
Na Rio 2016, o surfista foi escolhido para carregar a Tocha Olímpica no encontro da terra com o mar.
Sua história é tão bonita que foi tema do documentário Além da visão, lançado em 2014 com direção de Bryan S. Jennings e de Bruno Lemos. Além disso, Derek possui sua bibliografia Beyond these eyes: The biography of blind surfer Derek Rabelo, escrita pela editora e jornalista Lynn Goldsmith, que conta em detalhes sua trajetória inspiradora carregada de resiliência.
A mudança de carreira de Filipe Luís, Rogério Ceni, Gáucho e Zidane.
Por: Livia Bronzato
O Flamengo, sob o comando de Filipe Luís, conquistou a quinta Copa do Brasil do clube, no domingo (10). O técnico possui uma longa história com o rubro-negro, já que sempre declarou que esse era o seu time do coração. Como jogador, em 2019, começou a jogar pelo clube e, em dezembro de 2023, ele encerrou sua carreira de sucesso. Ao longo dos cinco anos, foram alcançados 10 títulos, nacionais e internacionais.
No ano seguinte, assumiu como treinador do sub-17 do Flamengo. Sua passagem na categoria foi rápida com apenas 5 meses, mas vitoriosa, conquistando a Copa Rio. Em seguida, então, enfrentou o desafio de comandar o sub-20 do time, em que também obteve êxito ao conquistar o Intercontinental.
Em outubro, Filipe Luís recebeu a proposta de treinar o profissional do Flamengo e estreou na semifinal da Copa do Brasil, em um jogo vencendo de 1 a 0 o Corinthians. Com um bom desempenho nesse curto período, o treinador conquistou a Copa do Brasil 2024, no início deste mês. Alcançando três títulos ao longo de um ano na nova carreira.
Foto: Gilvan de Souza e Marcelo Cortes / CRF
Assim como Filipe Luís, alguns jogadores, ao encerrarem seus caminhos dentro do campo, decidem investir na carreira de treinador devido ao conhecimento tático que foi adquirido ao longo do tempo. Quando o ídolo de um time retorna como técnico, é normal que a torcida crie expectativa devido ao entusiasmo que é ter uma figura importante de volta ao clube. Entretanto, alguns retornos não obtêm o sucesso esperado.
Rogério Ceni, que foi jogador do São Paulo por 25 anos, voltou como técnico duas vezes: em 2017 e 2021. Ele alcançou 18 títulos como jogador, todavia não obteve sucesso nos campeonatos em suas passagens como treinador. Essa situação pode ser inclusive o motivo de muitos ídolos não desejarem treinar seu time para evitar que sua carreira de sucesso como jogador seja manchada caso sua passagem como técnico não seja boa. Como por exemplo, Zico que nunca treinou o Flamengo. Já Roberto Dinamite arranhou o prestígio de ídolo ao virar presidente do clube, sendo muito contestado nessa função.
Em outros casos, o retorno é positivo e atende às expectativas da torcida. Renato Gaúcho chegou ao Grêmio como ponta-direita, em 1980. Três anos depois, alcançou a Copa Libertadores e a Intercontinental Cup. Firmando-se nessa década como um dos maiores craques do futebol brasileiro.
Renato Gaúcho em campo pelo Grêmio.
Atualmente, ele comanda o time como técnico. Já é sua quarta passagem: 2010 a 2011, 2013, 2016 a 2021 e 2022-atual. Com êxito, conquistou uma Libertadores, uma Copa do Brasil, uma Recopa Sul-Americana, cinco Campeonatos Gaúchos e duas Recopas Gaúchas. Como jogador e como técnico, ele é reverenciado pela torcida e considerado um dos maiores ídolos do clube.
Fora do Brasil, Zidane é um exemplo de sucesso na troca de carreiras. Ele foi meia do Real Madrid de 2000 a 2006 e, durante esse período, conquistou seis títulos: um Mundial, uma Liga dos Campeões da Uefa, uma Supercopa da Uefa, um Campeonato Espanhol e duas Supercopas da Espanha. Zidane também levou três bolas de ouro, sendo duas enquanto estava jogando pelo Real Madrid, em 2000 e 2003.
Zinédine Zidane pelo Real Madrid.
Zidane teve duas passagens como treinador do time. Na primeira, que ocorreu de janeiro de 2016 a maio de 2018, ele ganhou a Champions League, dois Mundiais, duas Supercopas da Uefa, dois Campeonatos Espanhóis e duas Supercopas da Espanha. Durante a segunda passagem, de 2019 a 2021, Zidane conquistou o Campeonato Espanhol e a Supercopa da Espanha de 2019/20. Além disso, em 2014, ele chegou a ser treinador do time B do Real Madrid, o Real Madrid Castilla. Seu currículo como técnico chama muita atenção, não apenas pelo número de títulos, mas pelo curto tempo em que isso ocorreu.
Conheça os brasileiros que estarão entre a elite do surf mundial.
Por: Livia Bronzato
Doze surfistas representarão a Tempestade Brasileira na Championship Tour (CT) da World Surf League (WSL) em 2025. Os nomes foram confirmados após a etapa de Saquarema da Challenger Series, que aconteceu em 16 de outubro. Serão 11 surfistas no masculino e 1 no feminino. Confira os nomes abaixo.
Tatiana Weston-Webb será a única representante feminina na elite do surfe. Tati coleciona medalhas ao longo de sua carreira. Ela levou a prata nas Olimpíadas de Paris 2024. Já nos Jogos Pan-americanos, conseguiu alcançar o ouro na edição de 2023. Weston-Webb é uma grande atleta brasileira e possui grandes chances de alcançar o pódio na próxima edição da CT da WSL.
Foto: Ed Sloane/WSL
Tati Weston-Webb em sua performance.
O Brasil é muito bem representado na categoria masculina, possuindo muitos nomes talentosos. Ítalo Ferreira, Yago Dora e Gabriel Medina também estarão na CT de 2025. Ítalo foi vice-campeão na WSL 2024, além de já ter conquistado o ouro nas Olimpíadas de Tóquio 2020. Medina é tricampeão mundial de surf da ASP World Tour (2014, 2018 e 2021), mas ficou de fora do Finals em 2024. E Yago Dora disputou o título esse ano, terminando em sexto lugar.
Foto: Matt Dunbar/WSL
Surfista Gabriel Medina.
Foto: Divulgação/WSL
Ítalo Ferreira em ação.
Na Challenger Series, os surfistas podem conquistar uma vaga para a Championship Tour. Entre as 10 disponíveis, 6 foram levadas por nossos atletas: Samuel Pupo, Miguel Pupo, Deivid Silva, Alejo Muniz, Ian Gouveia e Edgard Groggia.
Além disso, Filipe Toledo e João Chianca, conhecido como Chumbinho, participarão da CT de 2025. Eles estão como Wildcards, uma espécie de convite da WSL. Filipe é bicampeão mundial e não participou da CT deste ano, para cuidar da sua saúde psicológica.
Calendário completo de 2025:
Pipeline, Havaí: 27 de janeiro a 8 de fevereiro
Surf Abu Dhabi, Abu Dhabi: 14 a 16 de fevereiro
Peniche, Portugal: 15 a 25 de março
Punta Roca, El Salvador: 2 a 12 de abril
Bells Beach, Austrália: 18 a 28 de abril
Snapper Rocks, Austrália: 3 a 13 de maio
Margaret River, Austrália: 17 a 27 de maio
Lower Trestles, EUA: 9 a 17 de junho
Saquarema, Brasil: 21 a 29 de junho
Jeffreys Bay, África do Sul: 11 a 20 de julho
Teahupo’o, Taiti: 7 a 16 de agosto
Cloudbreak, Fiji: 27 de agosto a 4 de setembro (Finals)
Brasileiros conquistam o ouro no Pan-Americano de Tênis de Mesa 2024
Brasil lidera quadro de medalhas com 3 ouros, 3 pratas e 4 bronzes na edição de El Salvador, realizado nos dias 13 a 20 de outubro.
Por: Livia Bronzato
Hugo Calderano se consagra pentacampeão
O mesatenista levou a melhor em todas as vezes que disputou individualmente nessa competição, em 2017, 2021, 2022, 2023 e, agora, 2024. Calderano, mantendo seu legado, conquistou o título individual ao derrotar Vitor Ishiy por 4 sets a 0. Com isso, Ishiy, que também é atleta do Brasil, levou a medalha de prata. Já o bronze foi compartilhado entre o brasileiro Leonardo Iizuka e o argentino Horacio Cifuentes.
Foto: Reprodução/ITTF Americas
Da esquerda para a direita,Ishiy, Calderano, Iizuka e Cifuentes no pódio do evento.
Em outros campeonatos o atleta também possui bons resultados. Nos Jogos Pan-Americanos, Calderano está invicto nas edições em que competiu. Ele venceu em Toronto 2015, Lima 2019 e Santiago 2023. Sendo o único tricampeão masculino na chave de simples. Já nas Olimpíadas de Paris 2024, ele fez história ao ser o primeiro mesatenista de fora da Europa e da Ásia a alcançar as semifinais do individual.
Dobradinha brasileira nas duplas mistas
A final foi totalmente brasileira e dividida entre duas irmãs. Nas duplas mistas, Giulia Takahashi e Guilherme Teodoro venceram Bruna Takahashi e Hugo Calderano. A partida foi equilibrada, cada casal venceu dois sets e, por isso, a final teve que ser decidida no tie-break, que terminou com a glória de Giulia e Guilherme por 11 a 6. Essa foi a primeira vez que a dupla conquistou um título pan-americano e a quarta do Brasil nessa modalidade.
Foto: Reprodução/ITTF Americas
Giulia e Guilherme vencedores da modalidade duplas mistas.
Primeiro ouro do Brasil nas duplas femininas
Giulia Takahashi levou o ouro mais uma vez. Nessa categoria, Giulia e sua dupla Laura Watanabe venceram a final contra as chilenas Daniela Ortega e Paulina Vega em 3 sets a 0 (13/11, 11/9 e 11/6). É a única vez na história que o Brasil leva o título nas duplas femininas.
Foto: Reprodução/ITTF Americas
Bruna Takahashi leva a prata no individual
Takahashi enfrentou, na final, Adriana Diaz, atleta porto-riquenha que levou o ouro. A disputa foi acirrada, em 4 sets a 2, com parciais de 11/8, 11/5, 10/12, 11/2, 13/15 e 12/10.
Bruna terminou com a medalha de prata. É a quarta vez que a brasileira conquista o segundo lugar nos Pan-Americanos de Tênis de Mesa.
Na mesma categoria, Giulia, irmã de Bruna, ficou em terceiro lugar.
Bronze para Vitor Ishiy e Guilherme Teodoro
A dupla masculina do Brasil garantiu o bronze. No confronto da semifinal, os brasileiros infelizmente foram derrotados pelos argentinos Santiago Lorenzo e Horacio Cifuentes.
Equipe feminina fica em terceiro lugar
O trio composto por Vitória Strassburguer, Laura Watanabe e Giulia Takahashi levou o bronze ao perder a semifinal para a equipe feminina cubana por 3 sets a 1.
“Rompendo Barreiras” corre risco de acabar, segundo coordenadora
Programa que busca igualdade e inclusão para estudantes com deficiência da Uerj enfrenta o desafio de preservar sua memória e legado
Por Samira Santos
Um dos mais importantes programas de inclusão de pessoas com deficiência da Uerj está enfrentando uma dura realidade: o Rompendo Barreiras, criado há 36 anos, está sob ameaça de desmonte, segundo Valeria de Oliveira, coordenadora do programa.
“A PR4 quer acabar com o projeto. Porque ela não vê a gente como um departamento de ajuda. O Rompendo Barreiras não tem 36 dias. Eu digo, tem 36 anos. Querem apagar essa história”, relata Flávio Gomes, estudante de Direito e colaborador do programa.
Entrevista na sala do Rompendo Barreira no 10º andar (Foto: Leticia Santana)
Uma Jornada de Superação
Flávio Gomes da Silva, 54 anos, é uma das figuras marcantes do Rompendo Barreiras. Ele perdeu a visão aos 33 anos, mas isso não o impediu de continuar perseguindo seus sonhos. Estudante de Direito na Uerj, ele é um exemplo vivo de como o Rompendo Barreiras faz a diferença na vida de pessoas com deficiência, Flávio fez o pré-vestibular com o apoio do PRB-UERJ “Perdi a visão, mas não me abalei. A vida não terminou por aí”, compartilha Flávio.
Frequentador do programa há mais de 16 anos, ele conta que o Rompendo Barreiras foi essencial para seu ingresso e permanência na Universidade. O programa oferece apoio acadêmico e tecnológico a estudantes com deficiência visual, como a leitura de textos, a aplicação de provas e a navegação por sites inacessíveis. “O programa auxilia não só deficientes visuais, mas também surdos, pessoas com deficiência motora, mental e intelectual”, explica.
Flávio conta que o Programa foi fundado pela professora de Faculdade de Educação Maria da Glória Schaper dos Santos, conhecida como Glorinha. Cadeirante, Glorinha viu a necessidade de melhorar a acessibilidade na Universidade e, com isso, criou o programa, em 1988, com um grupo de colaboradoresa maioria pessoas com deficiência.
Ele também lembra com carinho o tempo em que o programa funcionava em uma pequena sala de 3×3 metros, no 12º andar da Uerj. Mesmo com espaço reduzido, chegavam a atender até 60 pessoas por dia. “Era um espaço pequeno, mas cheio de vida. Não só alunos da Uerj, mas também a comunidade externa nos procurava para resolver problemas, como imprimir contas ou acessar serviços online”,diz.
A luta de Flávio para manter o Rompendo Barreiras vivo não é só pessoal, mas coletiva. Ele acredita que o programa é essencial para que pessoas com deficiência possam estudar, se formar e se profissionalizar. “Eu sou um voluntário aqui. Mesmo durante as férias, eu venho para garantir que o espaço continue aberto. Não podemos deixar que feche”, afirma.
Post de divulgação do programa no Instagram da Uerj (Foto: Reprodução)
Desafios e Retrocessos
Segundo a professora Valeria de Oliveira, coordenadora do Rompendo Barreiras há mais de 20 anos, o principal objetivo do programa é garantir a acessibilidade e a inclusão de estudantes com deficiência e neurodivergencias, promovendo sua permanência e conclusão dos cursos.
Desde a sua criação, o PRB-UERJ oferece uma ampla gama de serviços, desde a leitura de textos para pessoas com deficiências visuais até o uso de tecnologias assistivas para pessoas em diferentes condições. “Auxiliamos na organização das disciplinas para estudantes neurodivergentes, transcrevemos áudios para alunos surdos e formatamos trabalhos acadêmicos para quem tem dificuldade em operar programas de edição”, explica Valeria. Além disso, o Programa representa a UERJ no Conselho Estadual de Políticas Públicas para a Pessoa com Deficiência (CEPDE-RJ) e no Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência do Rio de Janeiro (COMDef-Rio), onde, inclusive, na época das Conferências, propõe avanços nas legislações de acessibilidade.
Contudo, Valeria está preocupada com as recentes mudanças impostas pela administração da Uerj. Segundo ela, “a PR4 (Pró-Reitoria de Políticas e Assistência Estudantil) começou a desmantelar o PRB-UERJ em 2024, ao extinguir a Coordenadoria (AEDA 048/Reitoria/2024) e tentar fazer com que o Programa seja, apenas, um projeto”. “Estão tentando deixar o PRB-UERJ sem a estrutura conquistada depois de muitas reivindicações. Desde o início de 2024, quando perdemos cinco bolsistas, estamos sentindo o abalo das nossas estruturas. Em junho, perdemos três servidores (uma Pedagoga, uma Psicóloga e uma Técnica Administrativa) e um contrato administrativo. Até perdas patrimoniais fazem parte desse processo. No momento, não sabemos se ou até quando permitirão que permaneçamos na sala construída para o Programa. É um retrocesso enorme para a inclusão na UERJ”, lamenta.
Para Valeria, a decisão de extinguir a coordenadoria do Rompendo Barreiras e substituí-la pela coordenadoria de atenção psicossocial (AEDA 048/Reitoria/2024) é uma questão de escolha da gestão, sua luta e reivindicar pela permanência do PRB-UERJ que espera ser transferido para o Centro de Educação e Humanidades (CEH). “A PR4 está virando as costas para um programa que vem acolhendo e orientando milhares de estudantes ao longo de quase quatro décadas. Eles estão priorizando um modelo elitista, onde pessoas com deficiência e cotistas são marginalizados”, afirma a coordenadora.
Ela também destaca o papel crucial que o PRB-UERJ desempenhou em tornar a Uerj mais acessível. “Existem documentos que registram a participação do Rompendo Barreiras nas construções das rampas externas da UERJ e a rampa localizada na saída da Rua São Francisco Xavier que leva o nome da Professora Glorinha, os banheiros adaptados há anos, também foi uma das articulações do PRB-UERJ com a prefeitura, tudo isso foi conquistado com a nossa participação ativa”, lembra Valeria.
Futuro do Rompendo Barreiras
Para Flávio e Valeria, o Rompendo Barreiras não é apenas um programa de assistência, mas um espaço institucional de garantia de direitos segundo a Lei Brasileira de Inclusão. “Eu conheci o projeto em 2007, através de um amigo. Desde então, o Rompendo Barreiras se tornou o meu lugar”, conta Flávio.
Apesar das dificuldades, tanto Flávio quanto Valeria estão empenhados em fazer com que o Programa Rompendo Barreiras continue garantindo a acessibilidade e a inclusão de estudantes com deficiência e neurodivergentes na Uerj. “Nós, que temos deficiência aparente, lutamos pelos nossos direitos. Mas, como eu sempre digo, todos têm uma deficiência. Alguns apenas não a enxergam. E é por isso que precisamos lutar juntos”, conclui Flávio.
Procurada, a PR4 não quis se pronunciar sobre o assunto até a publicação da matéria. Segundo a Professora Valeria, ela foi informada pela assessora da PR4 que foram procurados, mas que indicaram seu nome para essa matéria.