Com ajuda da IA, pesquisadores criam plataforma que reúne programas de governo dos candidatos a prefeito de todo o país

Com ajuda da IA, pesquisadores criam plataforma que reúne programas de governo dos candidatos a prefeito de todo o país

Vota Aí! permite que eleitores consultem gratuitamente mais de 60.000 planos de governo desde 2012

Por Everton Victor e Julia Lima

 

Reprodução: Site Vota Aí!

De olho nas eleições municipais no dia 6 de outubro, pesquisadores da Uerj e da Unicamp lançaram a plataforma Vota Aí!, com os planos de governo dos candidatos a prefeito em todo o país. A plataforma, criada com ajuda da IA, também permite comparar os planos dos candidatos. O projeto é uma criação do Laboratório de Estudos Eleitorais, de Comunicação Política e Opinião Pública (Doxa) Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Uerj (Iesp-Uerj) e do Centro de Estudos de Opinião Pública da Unicamp (Cesop-Unicamp) 

O Vota Aí, que tem acesso livre e gratuito,  foi criado pela cientista política Nara Salles durante as eleições de 2020. Salles inicialmente era pesquisadora da Uerj, mas agora está no Cesop, o que possibilitou a parceria. A plataforma usa o banco de dados do TSE para obter os programas de governo. Com ajuda de IA, faz a raspagem dos dados e possibilita as comparações entre candidatos e períodos eleitorais. 

Segundo Flávia Bozza, uma das pesquisadoras do Vota Aí! no Rio de Janeiro, o objetivo é que a plataforma seja utilizada fora do ambiente acadêmico, por eleitores comuns, que não teriam tempo de buscar nem ler os programas no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A pesquisadora diz que, embora haja algumas limitações na ferramenta, o grande auxílio da IA foi ler os documentos dos mais de 5000 municípios brasileiros. 

Além de agregar os documentos com as propostas, o site conta com algumas ferramentas para ajudar o eleitor:

  • Temas presentes: com ajuda da Inteligência Artificial, a plataforma mostra os temas presentes em cada plano de governo.
  • Nuvem de palavras: mostra as palavras que mais aparecem no programa. Quanto maior a palavra, maior a recorrência dela.
  • Palavras frequentes: ao invés de medir a frequência pelo tamanho da palavra, é feito um gráfico em barras.
  • Análise de contexto: ao buscar uma palavra, é mostrado o que vem antes e depois dela para que o contexto possa ser compreendido.
  • Rede de palavras: mostra quais são as palavras mais relacionadas com a que foi buscada. Exemplo: Busca-se “educação”. Junto dela aparecem mais “pública”, “privada”, etc.

O Vota Aí! não faz nenhum tipo de análise de dados para servir ao eleitor, nem mesmo sobre a possível presença de fake news nos projetos. 

Reprodução: Site Vota Aí!

Flávia ressaltou o papel da plataforma de aliar tecnologia com o trabalho dos pesquisadores. O Quiz “De quem é essa proposta?” traz diferentes projetos e logo em seguida sugere nomes de candidatos que apresentam aquela declaração em seu programa de governo. As temáticas são variadas e os nomes dos candidatos também.  Ao fim das perguntas, o eleitor sabe de quem realmente é cada proposta. 

Esta ferramenta específica do Quiz por enquanto está disponível para 21 capitais, incluindo a cidade do Rio, e em breve será estendida para as demais. Para a pesquisadora, todos esses mecanismos têm, sobretudo, o foco de levar  a informação ao eleitor por meio da pesquisa científica realizada na universidade. “Uma ferramenta de informação para o eleitorado, para que ele possa fazer ao final uma escolha mais informada”.

Vota Ai! como detentor de dados históricos e meio de fiscalização

Reprodução: Vota Aí!

No site estão disponíveis mais de 60 mil documentos de planos de governo desde o ano de 2012. Segundo Flávia, isso permite que o eleitor possa fazer comparações de longo prazo e até comparar mudanças dentro das propostas de um mesmo candidato nesse intervalo.

Já para além do período eleitoral, Bozza afirma que o banco de dados é um bom meio de pesquisa para a mídia e para pesquisadores da área, já que há uma grande compilação de dados. Diz que o site é um bom meio de o eleitor mais interessado fiscalizar o cumprimento das propostas do mandatário eleito durante os 4 anos seguintes – e cobrar caso elas não estejam sendo cumpridas adequadamente.

Clique para conhecer o Vota Aí

Banco de Sangue Herbert de Souza necessita de doadores de sangue para realização de cirurgias 

Banco de Sangue Herbert de Souza necessita de doadores de sangue para realização de cirurgias

Funcionários afirmam que o banco não consegue bater as metas diárias de doadores 

 

Por: Maria Eduarda Galdino 

foto: Camila Mesquita 

O Banco de Sangue Herbert de Souza – Betinho é responsável por arrecadar doadores de sangue para o Hospital Universitário Pedro Ernesto, que possui pacientes internados dependentes de transplantes e outros procedimentos que necessitam de bolsas de sangue e medula. 

Apesar da grande demanda dos pacientes, a quantidade de doadores de sangue é escassa. Camila Mesquita, médica hemoterapeuta e funcionária do Banco de sangue, afirmou que o Banco precisa de 40 doadores por dia para atender os pacientes do hospital depois que os transplantes hepáticos começaram a ser realizados.

O Banco de Sangue não apenas coleta as doações, mas também acompanha e orienta os doadores. Após a doação, todos os cuidados para o bem-estar físico dos doadores são feitos, como a refeição e a hidratação. A orientação do Banco de Sangue em relação à periodicidade das doações é diferente para homens e mulheres, enquanto os homens podem doar de 2 em 2 meses, no máximo 4 vezes ao ano, as mulheres podem doar de 3 em 3 meses, no máximo 3 vezes ao ano.

Para mais informações, acesse o instagram oficial do Banco de Sangue Herbert de Souza: @bancodesanguehupe

Banco de Sangue HUPE (@bancodesanguehupe) • Fotos e vídeos do Instagram 

 

 

Rayssa Leal e Guilherme Khury são campeões mundiais de skate

Rayssa Leal e Guilherme Khury são campeões mundiais de skate

Ela (16) agora é bicampeã mundial e Gui (15) se torna o mais novo a conquistar o título.

Por: Livia Bronzato

 

Skate Vertical

Gui Khury, competindo na modalidade de skate vertical, levou o ouro no Campeonato Mundial de Skate de Roma 2024. Em suas voltas, ele conseguiu atingir 92.09 pontos e, nas manobras individuais, fez 90.00 e 86.40; somando-as, sua nota final foi 268.49. Anteriormente, Khury ficara em segundo lugar nessa competição, em 2022. Além disso, o adolescente também já levou o ouro na edição X Games de 2021.

Na mesma categoria, o brasileiro Augusto Akio (23), conhecido como “Japinha”, levou a prata com o total de 249.96 pontos. Recentemente, o skatista estreara nas Olimpíadas de Paris e levara medalha de bronze na modalidade park.

(Foto: Julio Detefon/CBSk)

Gui Khury e “Japinha” fazem dobradinha brasileira no Skate Vertical

Skate Street

Na categoria street, Rayssa Leal se tornou bicampeã mundial. Ela havia ganhado em 2022 e agora conquistou seu segundo ouro em Roma. A skatista, enfrentando sete japonesas na final, atingiu a nota 88,43 na etapa de voltas e 93.99 e 88.14 na de manobras individuais; ao todo 270,56 pontos levaram-na a alcançar o título.

(Foto: Reprodução/Instagram)

Rayssa com o troféu do Campeonato Mundial de Roma 2024

Rayssa já subiu diversas vezes em pódios durante sua trajetória. A brasileira possui 13 medalhas (sete ouros, quatro pratas e dois bronzes) em Jogos Olímpicos, em Jogos Pan-Americanos, no X Games, no World Skate e no Street League Skateboarding.

Crise climática é pauta prioritária do 8º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental

Crise climática é pauta prioritária do 8º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental

Evento acontece em Fortaleza e reúne 18 palestrantes de todo o país e cerca de 900 inscritos 

 

Por: Maria Eduarda Galdino

 

Em meio ao recorde de queimadas no país, acontece esta semana em Fortaleza o 8º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental. O evento reunirá profissionais  de todas as regiões do Brasil para um debate amplo, discutindo a situação climática atual e o papel dos jornalistas nas causas ambientais. Esta edição será realizada na Universidade de Fortaleza (Unifor), o evento conta com 900 inscritos e acontecerá entre os dias 19 e 21 de setembro. 

O Congresso é realizado pela Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental (RBJA),  que há 19 anos vem promovendo encontros com profissionais que acompanham o tema.

“Os jornalistas são essenciais, principalmente num momento em que o negacionismo se espalha. Esse negacionismo ganha força fazendo oposição à informação qualificada e embasada na ciência, mas também por causa da inação da maioria da população, de governantes e empresários que estão assistindo passivamente à deterioração das condições de vida no mundo inteiro”, diz Maristela Crispim, professora de jornalismo na Unifor e criadora da Agência Nordeste, um dos veículos organizadores do congresso.

Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente, Maristela afirma que o congresso vai ser uma grande possibilidade de aprendizado e compartilhamento de experiências entre profissionais e estudantes. 

Todas as palestras e mesas de debates serão transmitidas pelo canal do Youtube da TV Unifor e permanecerão gravadas. Você pode acompanhar aqui:  8º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental (CBJA)

 

Recorde de medalhas do Brasil não garante cobertura de ouro para Paralimpíadas

Recorde de medalhas do Brasil não garante cobertura de ouro para Paralimpíadas

Por: Livia Bronzato

Brasil foi o 5° país no quadro de medalhas, batendo seu recorde com 89 no total. Também alcançou o maior número de ouros, foram 25; além de 26 pratas e 38 bronzes. Apesar do incrível rendimento brasileiro, a população do país não acompanhou o evento tanto quanto as Olimpíadas. Isso se deu pela falta de uma cobertura mais acessível das modalidades paralímpicas em comparação com a edição olímpica.

Foto: Sílvio Ávila/CPB

Comitê Paralímpico Brasileiro na Cerimônia de Abertura das Paralimpíadas de Paris 2024

 

Nas Olimpíadas, os direitos de transmissão se dividiram entre a TV Globo, canais do SporTV, Globoplay, CazéTV e o site Olympics.com, enquanto nas Paralimpíadas, o Grupo Globo adquiriu exclusividade. Foram transmitidas, no canal fechado SporTV2, apenas 9 das 22 modalidades: atletismo, basquete em cadeira de rodas, ciclismo, futebol de cegos, goalball, judô, maratona, natação e vôlei sentado. O acesso às transmissões só foi possível por aqueles que assinam o SporTV2 ou o pacote Globoplay + Canais Ao Vivo, que custa R$ 54,90/mês.

 

O resultado dessa diferença pode ser observado nos números de audiência: a TV Globo alcançou 36,4 milhões de pessoas e a CazéTV esteve na faixa dos 500 mil espectadores simultâneos. Entretanto, as Paralimpíadas, transmitidas pelo canal SporTV2 , alcançaram somente 6 milhões de telespectadores.

 

Além disso, a quantidade de jornalistas credenciados em Paris também foi contrastante, segundo o site oficial das Olimpíadas foram 20.000 na edição olímpica e apenas 3.000 na paralímpica.

 

O Comitê Paralímpico Brasileiro contou com o apoio de seis patrocinadores: Ajinomoto, Asics, Braskem, Havaianas, Loterias Caixa e Toyota. Já o Comitê Olímpico Brasileiro teve a colaboração de 20 empresas: Águia Branca, Ajinomoto, Aliança Francesa, Azul, Estácio, Grupo Águia, Havaianas, Hemmer, Max Recovery, Medley, Mormaii, NSports, Peak, Prevent Senior New On, Riachuelo, Smartfit, Subway, Vivo, Voke e XP Investimentos.

 

Quadro final de medalhas

 

E-sports: jogos eletrônicos estão ganhando cada vez mais protagonismo.

E-sports: jogos eletrônicos estão ganhando cada vez mais protagonismo.

Por: Letícia Ribeiro

À medida que a tecnologia ganha espaço, com a inteligência artificial, realidade virtual, entre outras, os e-sports também começam a ganhar mais protagonismo, saindo de sua bolha. Os jogos virtuais, apesar de terem ganhado maior popularidade nos últimos anos, têm raízes há cerca de cinco décadas, especificamente, em outubro de 1972 – quando data a primeira disputa oficial de games: as Olimpíadas Intergalácticas de Spacewar, que aconteceram na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Entretanto, mesmo com esse start, a modalidade só ganhou reconhecimento global nos anos 2000, com games como Counter-Strike e Warcraft. Agora, os e-sports se espalharam pelo mundo.

O que são e-sports?

Abreviação do termo eletronic sports (esportes eletrônicos), os e-sports são jogos eletrônicos que possuem um ambiente competitivo organizado, ou seja, os jogadores competem uns com os outros. Entretanto, nem todo jogo com essas características torna-se um e-sport. Segundo a Confederação Brasileira de E-sports, são e-sports os games que possuem competição entre profissionais, comumente assistidas pelo público através de alguma plataforma de streaming – a Twitch, por exemplo, é a plataforma mais famosa de transmissão de jogos. 

Um jogo não nasce sendo um e-sport, critérios como jogabilidade e visibilidade, são fatores decisivos para torná-lo uma modalidade esportiva. No que tange à jogabilidade, é preciso que seja divertido e que, principalmente, seja atraente para os jogadores, como em League Of Legends, fenômeno no mundo dos games, que sempre têm coisas novas e as classificações, conhecidos como elos – que vão do ferro a grão-mestre. 

Imagem: Pexels/Alena Darmel

Jogos Olímpicos de E-sports

Às vésperas das Olimpíadas de Paris, o Comitê Olímpico Internacional (COI), por unanimidade de votos, aprovou a criação dos Jogos Olímpicos de E-sports. O evento voltado para os games, diferentemente da tradição esportiva, terá realização de dois em dois anos a partir de 2025, com a primeira edição já com local definido: Arábia Saudita. Segundo o COI, as Olimpíadas voltadas para os games terão três modalidades: esportes físicos disputados em plataforma virtual; simuladores de esportes e games de e-sports – o último alinhado aos valores olímpicos, nesse sentido, jogos de tiro, como o famoso Counter-Strike, até então, não serão incluídos. 

E-sports no Brasil

A indústria dos jogos eletrônicos cresce significativamente a cada ano, e países como Estados Unidos e Coreia do Sul investem arduamente nessa modalidade – cerca de 600 universidades norte-americanas incluíram equipes de esportes universitários e bolsas de estudo para os e-sports. No Brasil, o Campeonato Brasileiro de League Of Legends (CBLOL) conta com mais de 300 mil espectadores. 

Apesar da grandiosidade dos campeonatos, eles não costumam sair da bolha dos games. Em entrevista à AJ, Davi Castiel, jogador profissional de CS (Counter-Strike), campeão do Maricá Games, comenta sobre a expectativa dos e-sports serem mais conhecidos no Brasil: “Ainda existe um certo preconceito aqui, isso acaba fazendo com que os investimentos sejam escassos.”

“A comunidade sempre quis ver os e-sports como modalidade, sempre tivemos vontade de mostrar ao mundo que videogame também é um trabalho. O Brasil é recheado de excelentes jogadores, respeitados entre vários jogos, como CS, Valorant, R6, Fifa”, disse o jogador.

Orkut, a rede social sucesso da internet no Brasil nos anos 2000, volta em breve, garante criador Orkut Buyukkokten na Rio Innovation Week

Orkut, a rede social sucesso da internet no Brasil nos anos 2000, volta em breve, garante criador Orkut Buyukkokten na Rio Innovation Week

 

Revelação foi no evento de tecnologia e inovação Rio Innovation Week, mas sem data para retorno

Por: Vinícius Rodrigues

Fernando Souza/RIW/Divulgação

Anotar o e-mail de alguém para depois adicionar como amigo, caprichar no texto do perfil, tirar aquela foto que você nem sabia que era uma “selfie” para postar na sua galeria, mandar um “scrap”, entrar naquela comunidade que você adorava e ler os depoimentos dos seus amigos, tudo isso era possível no pai das redes sociais: o Orkut, sucesso da internet nos anos 2000, e que pode voltar em breve, alerta o seu criador, Orkut Buyukkokten.

Foi no evento de tecnologia e inovação Rio Innovation Week, que ocorreu de 13 a 16 de agosto de 2024, no Píer Mauá, zona central do Rio de Janeiro, que o dono de uma das redes sociais mais nostálgicas de todos os tempos, revelou que pretende trazê-la de volta em breve, mas sem data para o projeto acontecer.

“As redes sociais se transformaram em mídia social. Em vez de conectar pessoas, criar comunidades, é sobre profissionais de marketing, corporações e influenciadores. E como todo mundo, eu adoraria que o Orkut voltasse em breve”, disse o fundador da rede, ao G1, da Globo.com.

Já para o professor da Faculdade de Comunicação Social (FCS) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Vinicius Andrade Pereira, a volta da rede, apostando no sucesso e nostalgia do passado não garante sua promoção nos dias atuais:

“Não é só por conta da questão da familiaridade, do grupo que você já se relaciona, mas também pela facilidade que você tem de manuseio da tecnologia. Pois, quando você usa um aplicativo, uma plataforma como o Instagram, Facebook, ou mesmo o YouTube, você já sabe os recursos, você sabe onde estão as ferramentas. Isso é uma relação cognitiva. E as perceptivas que se tem com a ferramenta que faz com que você fique acomodado, de uma maneira geral. E essas são as dificuldades que as pessoas têm em abraçar uma nova tecnologia, uma certa acomodação cognitiva e sensorial, um certo conforto”.

Orkut foi sucesso no Brasil nos anos 2000

Nos meados dos anos 2000, em janeiro de 2004, começava a história da rede social pioneira no Brasil, mas só no ano seguinte uma versão em português do nosso país chegaria ao site amado pelos brasileiros.

O nome Orkut vem do próprio desenvolvedor chefe, o turco Orkut Buyukkokten, que criou a rede social em parceria com a empresa de tecnologia norte-americana Google Inc.

A rede social foi um sucesso na internet no Brasil, que chegou a ter mais de 29 milhões de usuários, estimativa de agosto de 2011. Em seguida, a Índia dominava o pódio com a maioria dos usuários cadastrados, e em terceiro lugar, os Estados Unidos.

O Orkut deixou um legado de nostalgia, que ia desde adicionar amigos, tirar uma foto bacana para colocar no perfil, deixar aquele “textão” afetivo, os famosos “depoimentos” para amigos, familiares, ou aquela paquera. Mas bom mesmo eram as famosas “comunidades”, com seus fóruns de discussão, e até enquetes.

E uma das comunidades de maior sucesso do Orkut, que mais ilustrava um dos principais dilemas da vida de qualquer um: “Eu odeio acordar cedo”, que contou com mais de 6 milhões de membros, e tinha a foto de perfil do personagem de desenho animado Garfield deitado, enrolado no cobertor e parando um despertador. Nada mais ilustrativo, não é mesmo?

Para o técnico em edificações Jorge Rodrigues, que era adolescente no começo do sucesso do Orkut, mandar scraps e depoimentos para os amigos era divertido: “Entre as boas recordações, eu lembro dos depoimentos sobre as outras pessoas, do que você achava delas, dos scraps também, e das minhas fotos que foram perdidas quando foi desativado o Orkut”.

O Orkut chegou ao fim dez anos depois de sua criação: em setembro de 2014. Na época, outra rede social dominava o número de usuários: o Facebook.

Essa matéria matou saudades, não é mesmo? Agora é só aguardar a nova versão, e aguardemos que seja tão boa e duradoura quanto a anterior.

Como mandar sua proposta para os líderes do G20

Como mandar sua proposta para os líderes do G20

Plataforma oferece espaço para comentários, votações e até inscrição de atividades que poderão acontecer na Cúpula do G20 Social

Por Everton Victor e Julia Lima

  • Evento de lançamento do G20 Social Participativo. Foto: Leticia Santana

Sabia que você também pode mandar sugestões para o G20, o encontro de líderes mundiais que vai acontecer no Rio em novembro?

A plataforma G20 Social Participativo permite que qualquer cidadão do mundo participe de Consultas Públicas sobre o evento, envie e avalie propostas, além de inscrever atividades temáticas a serem realizadas durante a Cúpula do G20 Social, que vai de 14 a 16 de novembro. Um documento vai reunir as propostas enviadas pela população e será entregue ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.

O lançamento da Plataforma G20 Social teve a participação de movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), a Marcha Mundial das Mulheres (MMM), a Coalizão Negra por Direitos e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). Estiveram presentes os ministros Marina Silva (Meio Ambiente), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência) e Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome).

Ministro Márcio Macêdo durante o evento. Foto: Maria Eduarda Galdino

Renato Simões, secretário nacional de Participação Popular da Presidência da República, afirmou que a criação do G20 Social foi um pedido do presidente Lula para trazer as discussões que afetam a população e são esquecidas pelos líderes dos países para o centro do debate. Segundo Simões, os principais temas são “o combate à fome, a sustentabilidade ambiental e a reforma da governança global”, alinhadas com os eixos definidos pela presidência brasileira no G20. 

O governo não tem uma expectativa exata, mas espera que “dezenas de milhares” de pessoas participem das discussões na plataforma. Houve uma adaptação no site – que nesta área está disponível em português, inglês e espanhol -, e qualquer cidadão estrangeiro poderá se cadastrar apresentando seu passaporte e uma foto, enquanto os brasileiros devem apresentar CPF. O G20 Social Participativo está dentro do Brasil Participativo, que já reúne discussões da população brasileira sobre políticas públicas no país. 

Para facilitar o público, a área irá reunir os Communiqués dos 13 grupos de engajamento que compõem o G20. A ideia é com isso facilitar o acesso da população a informações sobre o que foi discutido nos comunicados finais dos grupos temáticos das 20 maiores do mundo. 

Para Maria Fernanda Marcelino, representante da Marcha Mundial das Mulheres, o aumento da sociedade civil representa na prática uma participação efetiva de reivindicações que existem há séculos. “A gente fala há muito tempo, é necessário vontade política para acabar com a miséria, sub-representação, desigualdade”. O desafio para ela é essa participação ser a regra e não apenas uma exceção. “Indica um desejo e talvez uma demanda reprimida de ampliar o debate sobre as desigualdades no Brasil, na América Latina e no mundo”, explica.

Como acessar a plataforma G20 Social Participativo

  • Acesse o site https://brasilparticipativo.presidencia.gov.br/processes/G20/ e clique em “entrar” no canto superior direito da página.Página inicial do G20 Social Participativo. Foto: Gov.br
  • Brasileiros deverão entrar com a conta do gov.br, enquanto estrangeiros devem entrar com o login feito a partir do número do passaporte.
    Página de login. Foto: Gov.br

Com o login realizado, o participante poderá votar em enquetes, enviar propostas dentro dos eixos temáticos do grupo e propor atividades geridas pela própria sociedade para a cúpula final.

 

Uma das perguntas da enquete disponível no site do G20 Social Participativo. Foto: Gov.
Página de envio de propostas. Foto: Gov.br.
Página de envio de atividades geridas pela sociedade civil. Foto: Gov.br

As participações públicas serão recolhidas até 9 de setembro para organizar tanto a síntese da contribuição popular, além da análise de quais atividades autogestionadas inscritas na plataforma irão acontecer. O G20 Social ocorrerá na região da Praça Mauá, no Rio de Janeiro, entre os dias 14 e 16 do mês. 

O primeiro dia será dedicado às atividades sugeridas pela população, para que vozes de todo o mundo sejam ouvidas. O dia 15 contará com plenárias variadas. No último dia da Cúpula será apresentado o documento final, com as principais ideias vindas da sociedade, e que será entregue para os líderes das 20 maiores economias do mundo durante a Cúpula Final do G20, nos dias 18 e 19 de novembro.

Apresentação do Cabaré (Foto: Leticia Guimarães)

Oficinas de Cabaré na Uerj

Oficinas de Cabaré na Uerj

Novas formas de fazer arte

 

Por Samira Santos

 

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), através da Coordenadoria de Artes e Oficinas de Criação (Coart),  está oferecendo uma oportunidade para os interessados em mergulhar no universo do “cabaré”. Com um formato inclusivo e dinâmico, as aulas visam proporcionar uma imersão completa nessa linguagem artística, permitindo que os participantes explorem e desenvolvam suas habilidades de forma livre, autoral e interativa.

Objetivos e Abordagem das Aulas

O principal objetivo das oficinas de cabaré é proporcionar aos participantes uma experiência prática nesse estilo artístico. Durante as aulas, os alunos são encorajados a criar de maneira livre e ativa, utilizando suas próprias bagagens artísticas e culturais. O processo culmina em uma apresentação ao público, onde cada um pode mostrar o que desenvolveu ao longo do curso.

Apresentação do Cabaré (Foto: Leticia Guimarães)
Apresentação do Cabaré (Foto: Leticia Guimarães)
 
 
 
 

As aulas de cabaré abrangem uma vasta gama de expressões artísticas, passando pelo canto, dança, improviso, burlesco, lipsync, entre outras formas de arte. O curso também oferece uma perspectiva histórica e teórica sobre o cabaré, tanto no contexto ocidental quanto no brasileiro, sempre com foco na interação direta com o público, característica central dessa arte.

O conteúdo do curso é estruturado em dois módulos. O primeiro, aberto a todos, não exige experiência prévia em artes cênicas, tornando-se uma excelente porta de entrada para iniciantes. Já o segundo módulo requer algum conhecimento prévio, sendo ideal para aqueles que já tiveram contato com o cabaré ou com outras formas de arte cênica. Ambos os módulos incluem aulas práticas e performances, proporcionando aos alunos a oportunidade de aplicar o que aprenderam em uma apresentação final.

O cabaré, por sua natureza, é uma forma de arte que desafia padrões e acolhe a diversidade, o que o torna um espaço seguro e inclusivo para todos, independentemente de sua experiência prévia. Como resultado, os instrutores esperam que mais pessoas, especialmente aquelas que nunca tiveram contato com essa arte, sintam-se encorajadas a participar.

 

Oficina de Cabaré no Auditório Cartola ( Foto: Leticia Guimarães)
Oficina de Cabaré no Auditório Cartola ( Foto: Leticia Guimarães)

As turmas ainda estão com vagas disponíveis, e as inscrições presenciais no Coart irão ocorrer até o dia 23 de agosto, com o curso começando no dia 27 de agosto.

Ciência e Tecnologia no centro das eleições 2024

Ciência e Tecnologia no centro das eleições 2024

Tentativas de regulamentar o ambiente digital, vacinas e inteligência artificial serão temas em discussão nas disputas deste ano

Por Everton Victor

Urna Eletrônica. Divulgação: TSE

A três meses do primeiro turno das eleições municipais, os desafios digitais marcam os debates entre os candidatos a prefeito e vereador. Temas como o uso de reconhecimento facial nas ruas, a implementação de câmeras nas fardas policiais, o acesso à internet nas escolas e a digitalização dos serviços públicos estão no centro das discussões. São temas da cultura digital e que impactam de modo decisivo o dia a dia dos brasileiros.

A pesquisa “Percepção Pública da Ciência e Tecnologia no Brasil” de 2023, realizada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), junto com o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), mostra que 60% declaram se interessar pelas áreas de ciência e tecnologia. Por outro lado, quando perguntado se conhece alguma instituição de pesquisa científica, menos de 83% citaram alguma, já sobre conhecer algum cientista brasileiro apenas 9,6% citaram um nome.

Pela primeira vez, a eleição brasileira vai contar com a atuação do Centro Integrado de Enfrentamento à Desinformação e Defesa da Democracia (CIEDDE), criado em março deste ano pelo TSE. O órgão vai funcionar como uma estrutura auxiliar do TSE e dos Tribunais Regionais Eleitorais no combate às deepfakes (imagens ou sons humanos feita por IA), além de ser uma ferramenta educacional contra a desinformação. Em resolução publicada em fevereiro deste ano, o TSE endureceu o combate a fake news nas redes, responsabilizando também as big techs que não retirarem do ar posts de teor preconceituoso e/ou com informações falsas.

Outro tema de debate na campanha – as vacinas – também sofre o efeito do negacionismo científico. Recentemente, a Secretária Municipal da Saúde Rio emitiu um alerta sobre a baixa adesão à vacina da gripe na cidade. Ataques às instituições de pesquisas também ganharam força nas redes e no debate público. Em 2021 foi proposto na Assembleia Legislativa do Estado do Rio projeto Lei n°4.671/21, que pedia a extinção da Uerj. Após repercussão, o PL foi derrubado e considerado “inconstitucional”, nas palavras de André Ceciliano, então presidente da Casa. 

Semana da Ciência e Tecnologia. Foto: Agência Brasil

O professor Gerson Pech, diretor do Instituto de Física da Uerj, afirma que existe um longo trabalho para a uma cultura digitalizada plena, mas existe um caminho: aproximar o tema dos cidadãos. A cultura digital é a introdução, em menor ou maior grau, da tecnologia na sociedade e no cotidiano das pessoas. Na prática, ver em um aplicativo a hora que o ônibus passar, fazer uma transferência por Pix, documentos e exames digitalizados, tudo isso está inserido nessa cultura digital.

Na avaliação dele, é preciso explicitar que a cultura digital mexe diretamente com o cotidiano das pessoas. É central para a população reivindicar mais investimentos e ações no campo tecnológico e científico, de acordo com o professor.  Por isso, investir nestas áreas pode facilitar o cotidiano dos brasileiros e trazer uma maior eficiência para os serviços públicos. 

O linguajar difícil, a divulgação das produções de pesquisa restrita às revistas científicas, a pouca comunicação entre a academia e a população, tudo isso contribui para afastar a população da ciência. Para o professor da Uerj, é fundamental mostrar à população os avanços no campo da ciência e da tecnologia e o impacto deles na realidade. Tudo isso ajuda a  combater movimentos antivacina e a anticiência.

Para Pech, esses movimentos se enfraquecem quando são confrontados com o debate público, a sociedade compreende como  funciona a vacina e qual o papel da pesquisa e da universidade nesse contexto. “É preciso mostrar o papel da universidade e da ciência para, por meio da educação, desconstruir a intolerância”, afirma.