O desafio de conquistar vozes da juventude em defesa do clima
Amanda Costa, jovem embaixadora da ONU, diz que, em um cenário de crise climática, aprender a comunicar é desenvolver estratégias para criar futuros sustentáveis
Por: Sofia Inerelli

Chamada para o evento Central da Cop (Foto: instagram)
Combater a mudança climática e desinformação é um desafio que cada jovem pode encarar, usando seu celular como instrumento. Em síntese, foi esse o recado de Amanda Costa, jovem embaixadora do clima junto à ONU, durante o evento Vozes pelo Clima: Mídia, Ciência e Educação no Combate à Desinformação, realizado no último dia 11 de agosto. Amanda convocou a juventude a atacar as fake news, um problema mencionado por especialistas presentes ao evento como algo muito prejudicial diante da atual crise climática.
O evento, organizado pelo Programa de Pós Graduação em Mídias Criativas (PPGMC) da UFRJ em parceria com o projeto “Climate Talks” da Embaixada da Alemanha e o DAAD (Serviço de Intercâmbio Acadêmico Alemão), contou com palestras feitas por jornalistas, cientistas, professores e ativistas que eexplicaram o que significa desinformação, quais são os tipos de negacionismo e em quais sites conferir a veracidade da informação.
Em consenso, comunicadores e líderes ambientais falaram da importância de questionar a desinformação. Mostraram que ela muitas vezes é utilizada por grupos com interesses econômicos e políticos para obter influência, dinheiro e poder. Destacaram que, no momento de crise climática, a desinformação atrapalha ações concretas e reais de apoio a vítimas de desastres, por exemplo, e atrapalha a compreensão real do problema.
Amanda Costa reiterou o papel dos jovens como aliados para combater fake news. “Hoje cada um de vocês tem um celular, cada um de vocês podem promover informações. É nossa responsabilidade verificar notícias e criar novas narrativas. Entender que a gente tem a possibilidade de contribuir para o desenvolvimento sustentável, que não é parte apenas de determinado grupo que está na política, economia ou universidade o dever de pensar estrategicamente sobre o nosso mundo sustentável”.
Ao ser questionada sobre o motivo pelo qual a juventude não se mostra tão engajada nas discussões a respeito da defesa do meio ambiente, Amanda disse que muitos jovens se sentem cansados ao ter que conciliar trabalho, escola ou faculdade, com tempos longos de percursos entre um e outro. Lembrou que, historicamente, a juventude sempre se associou a revoluções, passeatas, greves e manifestações, mas hoje sofre com uma espécie de apatia. A mudança nesse comportamento, para Amanda, está relacionada ao sistema capitalista. “Nesse projeto, lutas coletivas cada vez passam a ser estruturalmente invisibilizadas, prevalecendo lutas individuais que alcançam menos visibilidade e possuem menos força para alterar o sistema.”
A ativista exibiu vídeos e destacou a necessidade de inovar a linguagem para se aproximar desta geração que vem crescendo desde cedo na internet. Um deles, em tom irônico, mostrou como seria viver em Marte, apresentado como a “nova Terra”. Os jovens riram diante da sátira e discutiram a mensagem proposta: não há outro planeta, então a saída é lutar e se engajar para salvar o planeta em que vivemos.





