Saquarema: uma cidade que vive as ondas

Saquarema: uma cidade que vive as ondas

Capital nacional do surfe reforça sua identidade esportiva durante etapa brasileira da WSL

Por: Lívia Martinho

 Foto: Prefeitura de Saquarema

Praia de Itaúna, palco da etapa brasileira do circuito mundial de surfe da WSL

 

Doze surfistas brasileiros estarão na disputa, entre eles Ítalo Ferreira, Filipe Toledo e Yago Dora, com grandes chances de manter o Brasil no topo do surfe mundial. Entre os dias 21 e 29 de junho, Saquarema, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, receberá a nona etapa da World Surf League (WSL). A etapa é decisiva para a definição do ranking da WSL e para a consolidação desses atletas na temporada. Para entender a importância do evento, é preciso conhecer a trajetória do surfe no Brasil que começou com poucos apaixonados e hoje é um fenômeno nacional.

O surfe brasileiro teve seu início na década de 1930, quando Osmar Gonçalves surfava com uma prancha de madeira nas ondas de Santos. A prática, no entanto, não se firmou de imediato. Foi apenas no final dos anos 1950 e início dos anos 1960 que o esporte ganhou força, com novos adeptos no Rio de Janeiro. Nos anos 1970, Pepê Lopes foi pioneiro ao competir no Havaí e Rico de Souza foi fundamental para a estruturação do surfe brasileiro, tanto como atleta quanto fora das competições. Ele fundou uma escola voltada à formação de novos talentos e criou uma marca com seu nome, que oferece pranchas, roupas e acessórios. O esporte no Brasil se fortaleceu, e nomes como Daniel Friedmann, Teco Padaratz e Picuruta Salazar despontaram, abrindo espaço para outros, como Gabriel Medina, Ítalo Ferreira e Filipe Toledo.

Pioneiras como Silvana Lima, Jacqueline Silva e Maya Gabeira abriram caminho no surfe feminino. Hoje, essa modalidade é respeitada e cresce em visibilidade e competitividade. Atletas como Tatiana Weston-Webb e Luana Silva competem no mais alto nível, inspirando novas gerações. O que antes era uma presença marginalizada, hoje ocupa espaços de destaque tanto nas competições quanto na mídia.

Saquarema, com suas ondas potentes e uma comunidade vibrante, tornou-se o palco ideal para o surfe. A cidade sediou seu primeiro campeonato internacional em 1976, na Praia de Itaúna. Desde então, firmou-se como ponto de encontro dos melhores surfistas do Brasil e do mundo. Em 2020, Saquarema foi oficialmente declarada, por lei federal, a Capital Nacional do Surfe. O esporte influencia o comércio local, movimenta escolas especializadas e inspira muitos jovens da região.

Enquanto ondas perfeitas quebram em Itaúna e os melhores surfistas do mundo disputam a glória em Saquarema, do lado de fora da areia uma cidade inteira se transforma no comércio, na cultura e na identidade. Em 2024, cerca de 300 mil visitantes passaram por Saquarema durante o campeonato, segundo dados da prefeitura. 

Além do impacto econômico, o evento assume um compromisso social e ambiental. Projetos como o Surf para Todos oferecem aulas gratuitas a jovens promovendo inclusão e cidadania. A WSL realiza ações sustentáveis, como limpeza das praias, campanhas de reciclagem e preservação da vegetação local. 

A etapa da World Surf League em Saquarema representa muito mais do que uma simples competição esportiva: é um símbolo da evolução do surfe no Brasil, que conquistou reconhecimento nacional e internacional. O evento reforça a importância do surfe, não apenas como esporte, mas também como um agente de transformação social, econômica e ambiental para a região. Com a presença dos melhores atletas e o envolvimento da população local, Saquarema reafirma seu papel como capital nacional do surfe, inspirando novas gerações a se conectarem com o mar, respeitarem a natureza e buscarem a excelência nas ondas.

As baterias serão transmitidas pela plataforma da WSL e pela SporTV e costumam iniciar pela manhã conforme as melhores condições do mar.

Efeito Calderano: o impacto de ter um campeão mundial na prática universitária 

Efeito Calderano: o impacto de ter um campeão mundial na prática universitária

‘Hoje é impossível uma pessoa que se interessa ou joga tênis de mesa não conhecer o Hugo’

Por: Mariana Martins

 

Foto: Reprodução (ITTF)

Hugo se torna primeiro brasileiro a ocupar o lugar mais alto do pódio

 

Com a melhor campanha olímpica em Paris 2024, uma Copa do Mundo inédita para a América Latina e o vice-campeonato mundial, Hugo Calderano se tornou um dos atletas mais populares do Brasil. Seu sucesso lhe rendeu o terceiro lugar no ranking da Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF) e se estendeu para além das quadras, o que despertou maior interesse dos jovens da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) na prática do tênis de mesa fora do viés diversional.

 

A Associação Atlética Acadêmica dos Estudantes de Relações Internacionais percebeu o aumento da procura dos estudantes pelo tênis de mesa após o resultado de Calderano nas Olimpíadas: “Antes não havia muita conversa sobre o esporte, os alunos tinham algum interesse, mas de maneira recreativa. Neste ano (2025) conseguimos realizar um mini-torneio de tênis de mesa. Acredito que o impacto do Hugo tenha influenciado a participação dos alunos.”

 

Márcio Júnior, aluno da Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI) da UERJ e atleta da Associação Atlética de Comunicação e Artes UERJ  (AACA), conheceu o tênis de mesa por um amigo, e, ao ingressar na universidade, foi esse esporte que o conquistou entre três diferentes modalidades. Quando começou a praticar, Márcio não tinha Calderano como modelo e pôde acompanhar o crescimento do esporte: “Hugo demorou para ser uma referência pra mim, porque o campeonato de tênis de mesa não era incentivado como está sendo”.  Mesmo assim, Marcio reconhece o impacto do mesa-tenista no cenário universitário ao popularizar um esporte, historicamente dominado por asiáticos, no Brasil, e mostrar que é possível praticar e ter destaque na modalidade: “Hoje é impossível uma pessoa que se interessa ou joga tênis de mesa não conhecer o Hugo.”



Foto: Arquivo pessoal

Márcio Júnior em partida de tênis de mesa pela AACA UERJ

 

O treinador de tênis de mesa da AACA, Daniel Cohen, notou maior ânimo, interesse e participação dos estudantes nos treinos, que estão cada vez mais cheios desde a ascensão de Calderano. Além da prática, Daniel considera o envolvimento das pessoas com o esporte algo positivo para o crescimento e  a consolidação da modalidade entre os jovens brasileiros, que ainda carregam uma visão do esporte como algo recreativo. Para ele, a popularização de Calderano não é apenas uma questão de “apoiar um brasileiro”, mas também envolve conhecer o esporte, as regras e as competições.  

 

Em 2029, a cidade do Rio de Janeiro será a sede do Mundial de tênis de mesa, campeonato no qual Hugo Calderano levou a medalha de prata no Qatar em maio deste ano. No embalo do sucesso do mesa-tenista, é a primeira vez que um país da América do Sul receberá a competição que acontece desde 1926. 

Qual foi o início da história do basquete no Brasil?

Qual foi o início da história do basquete no Brasil?

Por: Livia Bronzato 

A história do basquete no país foi iniciada com a chegada de Augusto Farnham Shaw, em 1896. O nova-iorquino, formado bacharel em Artes pela Universidade de Yale, havia sido convidado para lecionar na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. 

Foto: Memórias Ufla

Augusto Shaw

Na mudança, junto aos seus pertences, Shaw trouxe a conhecida bola laranja. Inicialmente, ele jogava basquete de forma improvisada com alguns alunos do Mackenzie no pátio da universidade durante o tempo livre.

Foto: Comitê Olímpico do Brasil

Bola e cesta de basquetebol da época

Em um primeiro momento, foram as garotas que se apaixonaram pelo esporte, enquanto os homens não tiveram atração pelo novo esporte porque já tinham preferência pelo futebol. Entretanto, Shaw não desistiu de espalhar o gosto pelo basquete entre seus alunos e insistia em que o esporte era feito para ambos os gêneros.

Com a insistência, parte dos rapazes começaram a se interessar também, o que incentivou a criação da primeira equipe organizada brasileira de basquete: a Associação Atlética Mackenzie College.

Aos poucos, o esporte se tornou mais conhecido e, em 1912, ocorreu o primeiro torneio brasileiro, no Rio de Janeiro. Augusto Shaw viveu no país até 1914, sendo possível acompanhar a popularização iniciada por ele.

Já em 1922, a primeira seleção brasileira de basquetebol foi convocada, tornando-se campeã dos Jogos Latino-Americanos. Com o tempo, o esporte foi crescendo cada vez mais no país. A primeira medalha olímpica da equipe masculina foi uma de bronze conquistada nas Olimpíadas de Londres, em 1948. Após essa medalha, mais dois bronzes foram alcançados pelos homens, em 1960 e 1964, e duas medalhas pelas mulheres, uma prata em 1996  e um bronze em 2000.

Foto: Arquivo/Confederação Brasileira de Basquete

Equipe brasileira que conquistou o bronze nas Olimpíadas de Londres, em 48

Brasil no Campeonato Mundial de Atletismo

Brasil no Campeonato Mundial de Atletismo

Competição que ocorrerá em setembro já conta com brasileiros classificados

Por: Geovana Costa

Caio Bonfim e Viviane Lyra na marcha atlética, e Felipe Bardi nos 100m rasos, são alguns dos nomes brasileiros já classificados para o principal evento de atletismo do mundo. O Mundial, que vai ocorrer em Tóquio, entre 13 e 21 de setembro, também conta com Alisson Santos e Matheus Lima. As datas foram escolhidas estrategicamente para evitar o intenso verão japonês.

Reprodução/ Wagner Carmo – CBAt

A competição ocorrerá no Estádio Nacional do Japão, que foi reconstruído em preparação para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2020. São esperados aproximadamente 2.000 atletas de cerca de 200 países. Diferentemente de 2020, o público poderá acompanhar de perto as competições.

O Brasil já carimbou o passaporte de alguns atletas. Entre os classificados, temos Viviane Lyra, que se classificou, em 2024, para os 20km da marcha atlética em La Coruña; e Caio Bonfim, que garantiu vaga para a marcha atlética de 20km e 35km, com ótimas performances no Japão e na Irlanda, respectivamente.

Felipe Bardi garantiu sua vaga nos 100m rasos este ano, conquistando a medalha de ouro no Campeonato Sul-Americano, em Mar del Plata (Argentina). Com o resultado, ele alcançou o índice definido pela World Athletics, correndo em 9s99, e se tornou o primeiro brasileiro a correr abaixo dos 10s fora do país.

Reprodução/ Wagner Carmo – CBAt

Nos 400m rasos e 400m com barreiras, os brasileiros Alison dos Santos e Matheus Lima estão confirmados. Matheus também vai integrar a equipe do 4x400m ao lado de Tiago Lemes, Lucas Carvalho e Elias Oliveira. O grupo conseguiu a classificação vencendo a repescagem do Mundial de Revezamentos.

Na modalidade lançamento de dardo, temos Luiz da Silva, que se classificou com um ótimo desempenho nas Olimpíadas de Paris 2024. Os atletas que já constam no Mundial de Atletismo conseguiram as vagas alcançando o índice definido pela organização do campeonato.

O caso de Juliana Campos é diferente. A atleta está provisoriamente classificada para o salto com vara feminino após vencer o Campeonato Sul-Americano, em Mar del Plata (Argentina), com a marca de 4,30m — abaixo do índice exigido pela World Athletics, que é de 4,73m. A vitória, no entanto, rendeu pontos importantes no ranking mundial e, por isso, ela aparece momentaneamente entre as atletas elegíveis para o Mundial. Sua vaga, porém, ainda não está confirmada: se, até o fim do período de qualificação, em 24 de agosto, Juliana continuar bem posicionada e dentro do número de vagas disponíveis, será oficialmente classificada.

Reprodução/ Gustavo Alves – CBAt

O período de classificação varia por modalidade. Na maratona, a janela foi de 5 de novembro de 2023 a 4 de maio de 2025. Para provas como 10.000m, marcha atlética e revezamento, o prazo vai até 24 de agosto. A classificação pode ocorrer por índice — quando o atleta atinge a marca mínima exigida — ou pelo ranking mundial, que considera as melhores performances em torneios reconhecidos.

Cada país tem a possibilidade de inscrever até três atletas por modalidade. Caso possua um wild card (convite especial para atletas que foram campeões da edição anterior ou recordistas), o número pode aumentar.

A janela de classificação continua aberta, e diversos atletas de todo o mundo seguem em disputa para garantir vaga no evento. É possível acompanhar as informações atualizadas pela Confederação Brasileira de Atletismo e pela World Athletics, que também disponibiliza o ranking mundial com os atletas já classificados e os que ainda buscam a classificação.

Ranking dos atletas:

“Road To | World Athletics” https://worldathletics.org/stats-zone/road-to/7190593?eventId=10229509

Quem é o maior estrangeiro da história do Flamengo?

Quem é o maior estrangeiro da história do Flamengo?

Por Livia Bronzato

Arrascaeta tornou-se, com 78 gols, o segundo maior artilheiro estrangeiro do Flamengo. No início do mês passado, o atual camisa 10 marcou os dois e únicos gols na partida contra o Grêmio, pelo Brasileirão. Anteriormente, ele possuía 76 gols e estava empatado com Jorge Benítez. Mas e o número 1, quem é?

Esta é a lista dos 5 maiores goleadores estrangeiros:

1º – Doval: 94 gols   (argentino, jogou de 1969 a 75)

2º – Arrascaeta: 78 gols   (uruguaio, jogou de 2019 até hoje)

3º – Jorge Benítez: 76 gols   (paraguaio, jogou de 1952 a 56)

4° – Petkovic: 57 gols   (sérvio, jogou de 2000 a 02 e 2009 a 11)

5° – Sidney Pullen: 49 gols   (inglês, jogou de 1915 a 25)

 

Narciso Doval

Crédito: Reprodução

O jogador chega, em 69, ao Flamengo, que faz uma péssima campanha no Robertão daquele ano, ficando em último lugar. Na Taça Rio, foi vice-campeão pelo Fluminense, por 1 a 0. Apesar da fase instável do Flamengo, Doval não deixava de elogiar o time e sua torcida rubro-negra desde sua chegada.

Jogar no Flamengo é simplesmente fascinante. Essa história de que a camisa do Flamengo corre sozinha, dribla e faz gols é mais que uma história, é uma verdade. É gente que ganha o jogo nas arquibancadas. Seu grito é grito de guerra, que empurra o jogador para frente. A torcida rubro-negra é um milagre”, exclamou Doval, em 1970. Naquele ano, o time conquistou a Taça Guanabara, que, então, era um campeonato à parte, em cima do tricolor. No entanto, desentendimentos com o técnico Yustrich levaram o clube a emprestar o jogador.

Após uma temporada no Huracán, voltou ao rubro-negro em 1972. Não demorou para mostrar todo seu talento. Em um feriado de 7 de setembro, em que se comemoravam os 150 anos da Independência do Brasil, cerca de 130 mil pessoas foram ao Maracanã. Na final do Carioca, Flamengo e Fluminense se enfrentavam, e Doval, para a alegria da nação rubro-negra, fazia um dos gols do título, na partida que terminou em 2 a 1. Além disso, o argentino foi campeão carioca em 74, a vitória ficou com o Flamengo em uma final triangular: Flamengo ganhou do América e empatou com o Vasco, enquanto os outros dois times empataram entre si.

Durante sua passagem pelo time, o argentino entrou com processo de naturalização brasileira e gostava de se declarar carioca, ficando conhecido como “o argentino mais carioca do Brasil”. Doval era louro, de olhos azuis e clássico galanteador, sempre visto na praia de Ipanema com fãs e considerado um bon vivant fora de campo.

Saiu do Mengão no ano de 1975, fazendo sua última partida contra o Santa Cruz no Maracanã. No meio do jogo, a torcida pedia para que ele saísse do banco e entrasse na partida. Chegou a conseguir empatar momentaneamente, mas seu gol foi invalidado e, por fim, o time rubro-negro perdeu de 3 a 1.

Em entrevista para o LED, o professor da FCS Ronaldo Helal contou sobre sua relação com o argentino, que frequentava sua casa e foi considerado parte da família desde sua chegada ao Brasil. George Helal, pai de Ronaldo, era diretor de Futebol do Flamengo, quando Doval foi contratado. Inclusive, o contrato foi assinado na própria casa da família.

Foto: Arquivo pessoal/Ronaldo Helal

Doval e George Helal jogando sinuca no apartamento de George.

Ronaldo, que tinha 13 anos, relatou que Doval, durante as primeiras semanas no Brasil, ficou hospedado em sua casa e, logo, uma relação de afeto foi estabelecida entre ele e a família de Helal. Para nosso entrevistado, o jogador virou um grande ídolo e, durante sua adolescência, gostava de assumir a mesma posição de Doval, nas “peladas”.

Foto: Arquivo pessoal/Ronaldo Helal

Doval (primeiro à esq.), acompanhado de Zico e Ronaldo (terceiro e segundo à dir.).

Ronaldo Helal conta, também, sobre uma lembrança curiosa. Helal ficou um tempo sem encontrar Doval, após ele ingressar no Fluminense. Em um dia qualquer, ao chegar a casa, ouviu a voz do argentino em algum cômodo. Depressa, Helal correu para seu quarto e trancou a porta, em meio a lágrimas, acusava o jogador de “traição” por ter saído do rubro-negro e ido vestir a camisa tricolor. Depois de muita insistência, por parte do goleador, pedindo que Ronaldo abrisse a porta, se viram novamente e trocaram um abraço de saudade, mesmo que Ronaldo ainda estivesse chateado com o amigo.

Projeto Rim oferece educação sobre saúde renal

Projeto Rim oferece educação sobre saúde renal

Conheça o projeto de conscientização e esteja atento sobre o bom funcionamento dos rins

Por: Alice Moraes

Projeto Rim no evento Uerj Sem Muros. Da esquerda para direita: Pedro Henrique Soares, Tatiane Campos e Vivian Mendes. (Foto: Alice Moraes)

Controlar a pressão arterial, dosar a creatinina, não fumar, controlar a diabetes, evitar o alto consumo de sal, fazer uma alimentação balanceada e ingerir água. Esses são alguns fatores que previnem a doença renal crônica, de acordo com a estudante Vivian Mendes, de 23 anos, que está no sexto período do curso de enfermagem na Uerj. 

A jovem faz parte do Projeto Rim, que esteve presente na programação do Uerj Sem Muros, no dia 27 de março. No evento, o projeto foi apresentado com intuito de educar a respeito da saúde renal. “O que motiva o projeto é transmitir a prevenção, pois prevenir é um ato de cuidar. E é isso que a enfermagem faz”, explicou ela. 

Os números de doença renal crônica têm crescido ultimamente. Por isso, Vivian enfatizou que é uma doença silenciosa e pouca gente sabe sobre ela.

O que é a doença renal crônica (DRC)? 

É quando ocorre a falência dos rins. Consequentemente, o paciente precisará de uma terapia de substituição do rim defeituoso. “Existem três opções nesse caso: a hemodiálise, adiálise peritoneal e o transplante renal”, explica Tatiane Campos, professora da faculdade de enfermagem da Uerj e coordenadora do Projeto Rim. 

A hemodiálise é um tratamento no qual uma máquina faz a filtração do sangue. O paciente precisa ir até a clínica para realizar o procedimento semanalmente. Já na diálise peritoneal, que o paciente precisa fazer todos os dias, em casa, ele recebe a orientação necessária para o uso de um cateter. O cateter vai inserir um líquido na cavidade abdominal e esse líquido será responsável por filtrar o sangue. 

 No transplante renal, o paciente recebe um novo rim de um doador, que pode ser um familiar ou amigo. No segundo caso, é preciso que o doador tenha uma autorização judicial. Caso o doador seja um falecido por morte encefálica, a família deste autoriza a doação do órgão, que é encaminhado para alguém que está na fila aguardando pelo transplante.

 

 

Por que aprender sobre o cuidado renal?

O Projeto Rim foca na conscientização, de acordo com a professora Tatiane. O programa já realizou, na Uerj, ações de orientação sobre a importância de dosar a creatinina, explicando qual o objetivo do exame e de cuidar da saúde renal. O projeto tem papel, então, de educar sobre saúde e acolher os pacientes. 

De acordo com o Ministério da Saúde, em Boletim Epidemiológico divulgado no mês de setembro do ano passado, em 2023 houve 140.648 internações por doenças renais crônicas no Brasil. Isso indica 56.311 internações a mais comparado ao ano de 2010, no qual ocorreram 84.337 internações hospitalares devido à DRC.

A pesquisa realizada também mostra que em 2022 ocorreram 8.429 mortes por doença renal crônica no país. Nesse cenário de números crescentes de DRC, o Projeto Rim vem com o objetivo de auxiliar a população a entender sobre a saúde dos rins e incentivar esse cuidado.

Medir a creatinina

A creatinina é medida pelo exame de sangue ou de urina. Esse exame é feito para identificar o bom ou o mau funcionamento dos rins. “A creatinina é um resíduo da creatina, por isso ele precisa ser eliminado. Quando se encontra muita creatinina no sangue, significa que os rins não estão filtrando bem”, esclareceu Vivian. O alto nível de creatinina no sangue pode indicar, então, uma doença nesses órgãos. 

Ao realizar a medição de creatinina, a pessoa pode averiguar o bom funcionamento dos seus rins. Por isso, o Projeto Rim conscientiza sobre o exame.

Futuro do projeto

Em 2016, a ação de conscientização sobre saúde por meio do Projeto Rim teve início. Agora, a equipe do projeto tem ideias para o futuro. Eles pretendem aumentar o alcance da educação sobre saúde, o que consequentemente diminuirá os números de DRC. A equipe quer, também, a troca de ideias e de conversas e o aumento da visibilidade do projeto.

Para acompanhar o programa, obter mais informações e tirar dúvidas, acesse o Instagram @projeto.rim. 

América do Sul recebe pela primeira vez Mundial de Ginástica Rítmica

América do Sul recebe pela primeira vez Mundial de Ginástica Rítmica

Campeonato será realizado no Rio de Janeiro.

Por: Amanda Souza

Reprodução: Instagram/Foto: Ricardo Bufolin/CBG

 

Pela primeira vez na história, o Campeonato Mundial de Ginástica Rítmica da FIG (Federação Internacional de Ginástica) será realizado na América do Sul. O Brasil foi escolhido como país-sede da 41ª edição do evento, que acontecerá entre os dias 20 e 24 de agosto, no Rio de Janeiro. A competição será disputada nas Arenas Cariocas I e II, localizadas no Parque Olímpico, na Barra Tijuca, Zona Oeste da capital fluminense.

O Mundial reunirá as melhores atletas da ginástica rítmica internacional e marcará o início do novo ciclo olímpico, em preparação para os Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028. 

A escolha do Brasil como país-sede reforça, não apenas o crescimento da ginástica rítmica em território nacional, mas também o protagonismo do país em competições internacionais. Um exemplo notável desse avanço foi a brilhante atuação da seleção brasileira nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, em 2023, quando as atletas conquistaram todas as oito medalhas de ouro possíveis na modalidade além de quatro pratas e um bronze, totalizando 13 medalhas.

O evento será uma oportunidade para o público brasileiro acompanhar de perto o espetáculo da ginástica rítmica de alto nível e deve impulsionar ainda mais a prática do esporte entre jovens e crianças, especialmente em escolas e projetos sociais.

Confira a programação:

20/8 – Classificatória individual geral e por aparelhos

21/8 – Classificatória individual geral e por aparelhos

22/8 – Final Individual Geral (Arco + Bola + Maças + Fita)

23/0 – Final Geral Conjuntos (5 fitas + 3 bolas e 2 arcos)

24/8 – Finais Conjuntos (Simples – 5 fitas / Misto – 3 bolas e 2 arcos) Finais Individuais (Arco, Bola, Maças e Fita)

 

Ainda não há informações disponíveis sobre a venda de ingressos para o evento.

Das páginas para o mundo: Brasil na Copa do Mundo de Quadball 

Das páginas para o mundo: Brasil na Copa do Mundo de Quadball

Já imaginou praticar o esporte do seu livro favorito? E assistir ao seu país na competição mundial?

Por: Geovana Costa 

O Brasil disputará a Copa do Mundo de Quadball, que será realizada entre os dias 11 e 13 de julho, em Bruxelas e Tubize, na Bélgica. O torneio baseado na saga de Harry Potter, promete movimentar a comunidade esportiva e os fãs da literatura fantástica.

 

Reprodução/Instagram

 

No universo mágico do primeiro livro da coleção, escrito em 1997 por J. K. Rowling, o esporte é uma mistura de futebol e basquete jogados com vassouras voadoras. A adaptação do jogo surgiu em 2005, criada por estudantes da Universidade de Middlebury, nos EUA.

 

Fora dos livros, o esporte passou por diversas adaptações, chegando a uma mistura de três modalidades: handebol, queimada e rugby. O jogo é disputado por equipes mistas de sete jogadores, que competem com um cabo entre as pernas, representando as vassouras voadoras. O time vencedor é aquele que marcar mais pontos ao longo dos 17 minutos de partida.

 

O esporte chegou ao Brasil em 2010 por meio de Vinícius Mascarenhas, fundador do Rio Ravens, a primeira equipe do país. Com a sua rápida popularização, foi preciso a criação da ABRQ (Associação Brasileira de Quadball), que surgiu para representar os times, direcionar as pessoas interessadas e organizar melhor as diretrizes vindas da IQA (International Quadball Association).

 

Atualmente, o Brasil conta com 20 equipes associadas à ABRQ, participando de campeonatos nacionais e regionais, como o Brasileiro, o Carioca e o Paulista. Com a associação à IQA e à CSQ, órgãos que representam o quadball no âmbito internacional e sul-americano, respectivamente, o Brasil pode concorrer em competições internacionais.

 

Reprodução/ Facebook ABRQ

 

Campeão do último Pan-americano, o Brasil busca agora o título da Copa do Mundo na Bélgica. Pode-se acompanhar as informações pelas páginas oficiais da Associação Brasileira de Quadball e da seleção brasileira de quadball nas redes sociais.

As heroínas do futsal: quem são as jogadoras da seleção brasileira?

As heroínas do futsal: quem são as jogadoras da seleção brasileira?

Conheça as atletas que brilham nas quadras e representam o Brasil no futsal feminino.

Por: Amanda Souza

Reprodução: CBF Futsal/Foto: Danilo Camargo

Composta por algumas das melhores jogadoras do mundo, a seleção brasileira feminina de futsal foi coroada campeã da Copa América ao vencer a Argentina por 3 a 0. A campanha das brasileiras foi impecável, com 100% de aproveitamento: a equipe marcou 38 gols e sofreu apenas um, reafirmando-se como a grande potência do futsal feminino sul-americano.

Com apenas três jogadoras atuando no Brasil e 12 espalhadas por campeonatos de três países, conheça as atletas que, com talento, dedicação e espírito de equipe, estão construindo uma trajetória de sucesso na seleção brasileira de futsal feminino.

GOLEIRAS

Bianca – Stein Cascavel (BRA): Uma atleta de destaque no futsal. Em 2022, foi agraciada com o Prêmio Futsal Planet Awards como Melhor Goleira Feminina do Mundo, tornando-se a primeira brasileira a conquistar esse reconhecimento desde o início da premiação, em 2015. O feito se repetiu em 2023, quando foi eleita, pela segunda vez consecutiva, a melhor goleira do mundo.

Jozi – Bitonto (ITA): Jozi é uma das figuras mais marcantes do futsal feminino, com uma carreira de destaque e mais de 50 títulos conquistados, incluindo cinco mundiais. A atleta, que iniciou sua trajetória no handebol, também é formada em psicologia.

Flavi – Taboão Magnus (BRA): Flavi se destaca como uma referência no futsal feminino. Em 2019, sua atuação a levou a ser indicada ao Prêmio Futsal Planet Awards como Melhor Goleira do Mundo.

FIXAS

Taty – Pescara (ITA): Reconhecida como a 5ª melhor jogadora do mundo no prêmio FIFA The Best, ela construiu uma carreira repleta de conquistas, incluindo múltiplos títulos nacionais e internacionais.

Camila – FSF Castro (ESP): Eleita a melhor jogadora do mundo em 2023, após brilhar pelo Stein Cascavel — seu antigo clube — e pela seleção brasileira, a atleta foi destaque da Copa do Mundo e do futsal em 2022. Liderou o Stein às conquistas da Libertadores e da Liga Feminina.

Diana – Bitonto (ITA): Com quatro títulos mundiais pelo Brasil, ela figurou três vezes na lista das 10 melhores jogadoras de futsal feminino do mundo nas temporadas de 2016, 2017 e 2018, destacando-se na Libertadores de 2016, no Estadual Adulto Catarinense de 2017 e na Copa das Campeãs de 2019.

ALAS

Amandinha – Torreblanca (ESP): Amandinha recebeu o prêmio de melhor jogadora de futsal do mundo por oito vezes consecutivas, estabelecendo um recorde na modalidade. Sua carreira acumula todas as conquistas possíveis no cenário nacional e com a seleção. Entre os títulos, destacam-se duas Copas do Mundo.

Emilly – Burela (ESP): Emilly recebeu o prêmio de jogadora do ano e foi selecionada como a melhor ponta direita na Primera División de Fútbol Sala 2024. No Futsal Planet Awards 2023, ela figurou entre as 10 melhores jogadoras do planeta; em 2022, já havia sido eleita a 6ª melhor jogadora do mundo.  

Tampa – Bitonto (ITA): Com uma carreira repleta de títulos, ela se destacou como artilheira do Brasil e da Copa América de Futsal Feminino, marcando seis gols decisivos. Em 2020, foi reconhecida entre as 10 melhores atletas de futsal do mundo, evidenciando seu impacto na modalidade.

Vanin – CMB Futsal (ITA): Indicada como a melhor do mundo por seis anos consecutivos, a brasileira destacou-se no futsal, sendo artilheira do Campeonato Italiano em três edições consecutivas. Sua carreira inclui experiências no futebol de campo, tendo atuado pela Chapecoense e disputado o Brasileirão de 2015 pelo Avaí. 

Bia – Torreblanca (ESP): Vem se destacando no cenário internacional do futsal feminino com atuações de grande impacto. Na Copa da Rainha, ela alcançou a posição de maior goleadora.

Nati Detoni – Benfica (POR): Destaque do Benfica, ela foi campeã do torneio de Xanxerê, conquistou a Taça da Liga Feminina e a Supertaça Feminina de Futsal, além de ter sido a melhor na Liga Feminina Placard, com nove gols marcados.

PIVÔS

Lucileia – Bitonto (ITA): Reconhecida como a melhor jogadora do mundo em 2013 e indicada em 2023, ela foi campeã da Liga Italiana Feminina de Futsal, da Taça de Itália, do Torneio Internacional de Xanxerê de Futsal Feminino e do Mundialito de Futsal Feminino, além de ser pentacampeã da Copa América.

Ana Luiza – Torreblanca (ESP): Em 2019, ela conquistou tanto a Copa América quanto o Grand Prix e, em 2018, venceu o Sul-Americano Sub-20. Foi, também, um dos destaques do Brasil no vice-campeonato do Mundial Universitário.

Natalinha – Taboão Magnus (BRA): Entre as 10 melhores jogadoras do mundo em 2022, ela foi campeã da Supercopa, da Copa Libertadores, do Torneio Internacional de Xanxerê e da Copa do Brasil. Na final da Copa América, marcou dois dos três gols do Brasil.

Com a conquista, a seleção brasileira de futsal feminino chegou ao seu oitavo título da Copa América, ampliando sua hegemonia na competição. As conquistas anteriores foram em 2005, 2007, 2009, 2011, 2017, 2019 e 2023. A única edição não vencida pelo Brasil foi em 2015, quando a Colômbia levou seu primeiro título. Na ocasião, a seleção brasileira não participou do torneio.

Agora, a equipe direciona seu foco para o Mundial da FIFA, onde almeja somar mais um título à sua trajetória vitoriosa no futsal feminino.

Exibição de documentário retoma a história do futebol feminino no Brasil

Exibição de documentário retoma a história do futebol feminino no Brasil

‘As Primeiras’ acompanha as mulheres que ousaram jogar futebol quando ainda era proibido.

Por: Mariana Martins

   Reprodução: Olé Produções

Cartaz oficial do filme

 

O filme dirigido por Adriana Yañez refaz o caminho da modalidade no país, quando o Esporte Clube Radar -time do Rio de Janeiro- desafiou a legislação ao criar o primeiro elenco só com mulheres, que ficaram marcadas por darem condições para o crescimento da modalidade no país. Porque, entre os anos de 1941 e 1979, o futebol feminino era proibido pelo Decreto-lei 3199\Art.54, promulgado pelo presidente Getúlio Vargas, e considerava a prática de determinados desportos “incompatíveis com as condições de sua natureza”. 

Reprodução: Olé Produções

Primeira seleção feminina de futebol.

 

A primeira convocação para seleção feminina pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF)  foi em 1988, quando a  Fifa promoveu o Torneio Experimental da China, campeonato que tinha como objetivo testar a viabilidade de realizar uma Copa do Mundo Feminina. A equipe brasileira foi formada por todas as atletas do time Radar, que passaram a representar a camisa da nação que já havia conquistado três títulos mundiais no futebol masculino.

No documentário, as ex-jogadoras Elane dos Santos Rego, Leda Maria Cozer Abreu, Maria Lucia da Silva Lima (Fia), Mariliza Martins da Silva (Pelé), Marisa Pires Nogueira, Roseli de Belo e Rosilane Camargo Motta (Fanta) se reúnem para relembrar o passado e as experiências proporcionadas pelo pioneirismo no futebol feminino, relatando o preconceito e o descaso da CBF com a prática esportiva, uma vez que elas não tinham nem mesmo uniformes próprios: as roupas que elas usavam durante as partidas oficiais eram emprestadas da equipe masculina. 

 

Reprodução: Brasil de Fato

As pioneiras se reúnem para o documentário.

 

Além disso, o filme também mostra como estão as vidas das mulheres que representaram o Brasil internacionalmente. Hoje, muitas delas possuem trabalhos informais, como ambulante, motorista de Uber, churrasqueira, pedreira e treinadora de futebol em projetos sociais.

As Primeiras terá exibições no Rio de Janeiro nos bairros de Copacabana, Flamengo, Cocotá, Madureira e Tijuca a partir de 4 de abril com entrada gratuita em diferentes unidades do Sesc.