Juventude e meio ambiente são temas de monografia nota 10

Juventude e meio ambiente são temas de monografia nota 10

Mylena Oggioni: “Atualmente, a possibilidade de obter informações pela internet, incluindo as redes sociais, ampliou os debates relacionados à sustentabilidade ambiental.”

Mylena Oggioni terminou a graduação na FCS com méritos. Avaliada com a nota máxima na Monografia, defendida em 2022 e orientada pelo professor Ricardo Ferreira Freitas, a relações públicas teve um reconhecimento adicional: o trabalho foi incorporado pelo projeto “eBooks FCS”, desenvolvido no âmbito do Programa de Incentivo às atividades técnico-administrativas (PROTEC). A obra, disponível aqui, foi lançada no final de março e apresenta a pesquisa “Juventude e protagonismo sustentável: o impacto da comunicação na atuação dos jovens em iniciativas de sustentabilidade ambiental”.

Em entrevista ao site da FCS, Mylena aborda a construção do trabalho, relatando alguns obstáculos encontrados no caminho. Ela também explica os motivos que a levaram a investigar a relação entre jovens e a pauta ambiental.

FCS: Por que decidiu pesquisar a relação entre juventude e a pauta ambiental?

Mylena Oggioni: Desde que comecei a me interessar pelo tema da sustentabilidade ambiental, ouvi com frequência que a preocupação com o meio ambiente era apenas uma fase. Somado a isso, ao conhecer alguns projetos engajados com a pauta, percebi uma atuação bem forte dos jovens como porta-vozes dessas iniciativas. A partir disso, quis entender um pouco mais sobre o protagonismo da juventude nesse cenário.

FCS: Você fala em dificuldades e desafios para um engajamento mais forte dos jovens nesse campo. Quais seriam?

MO: O início da fase adulta é conturbado, adquirimos uma série de responsabilidades e ainda há o peso de uma crença difundida de que esses anos são responsáveis por definir o resto das nossas vidas, o que pode ser facilmente refutado por pessoas mais experientes, mas que ainda assombra grande parte dos jovens, gerando uma cobrança desproporcional. A entrada no mercado de trabalho, que se apresenta cada vez mais instável, a busca por conhecimento em áreas de atuação específicas e a gestão de diversas responsabilidades adquiridas acabam esgotando o jovem em suas jornadas individuais, tirando o foco de questões mais coletivas. Considerando o aspecto econômico, esses desafios se apresentam de uma forma muito mais escancarada dentro de contextos menos favorecidos. Além disso, no âmbito do consumo, a precificação dos produtos com maior apelo sustentável acaba criando mais um obstáculo de consumo para os jovens que, geralmente, ocupam cargos hierarquicamente mais baixos, com remunerações proporcionais. Os jovens que conseguem se engajar ainda são atingidos pela falta de credibilidade atribuída a eles e possuem pouca abertura em discussões mais macro, que envolvem políticas públicas sobre o tema.

FCS: A comunicação é uma prática fundamental para a sua pesquisa. Quais os principais impactos e ferramentas das mídias na atuação dos jovens em iniciativas ambientais?

MO: Atualmente, a possibilidade de obter informações pela internet, incluindo as redes sociais, ampliou os debates relacionados à sustentabilidade ambiental. Além disso, a internet possibilita um direcionamento de conteúdos nichados de forma mais eficaz. Na pesquisa, a partir do conhecimento da comunicação realizada pelos projetos locais, o Whatsapp se destacou como uma ferramenta relevante, considerando a proximidade dos integrantes dos grupos e o desenvolvimento de reflexões e ações inseridas em um contexto compartilhado, fazendo com que o impacto das iniciativas se apresentasse de uma forma muito clara no cotidiano das pessoas envolvidas.

FCS: Como foi o percurso da pesquisa, que envolve escolha do tema, levantamento de dados, entrevistas, até a redação final? O que você considera mais desafiador nesse processo?

MO: Acredito que as etapas iniciais do projeto são as mais desafiadoras, sobretudo a escolha do tema. Chegar a um recorte que viabilize o desenvolvimento de uma pesquisa em seis meses é um processo, porque os temas sempre apresentam diversas ramificações e, muitas vezes, desejamos várias delas dentro da pesquisa, o que pode tornar o projeto muito extenso e, talvez, um pouco raso. Então, para mim, essa foi a fase mais desafiadora. O levantamento dos dados também é um desafio, mas o acervo online de projetos de diversos congressos e o Google Acadêmico facilitam muito o processo. As entrevistas são um ponto delicado, pois muitas vezes não existe retorno. Para este trabalho, eu consegui entrevistar duas integrantes de um mesmo projeto, o que enriqueceu o conteúdo, mas nunca obtive resposta de outros projetos com os quais entrei em contato. Acredito que o ideal é buscar o máximo de possibilidades. Após essas etapas, a redação se desenvolve de forma mais fluida. 

FCS: Quais seus planos no momento? Mercado de trabalho, pós-graduação? Ambos?

MO: Ambos, estou focada no mercado de trabalho, mas como acredito que o conhecimento teórico é essencial para uma prática mais assertiva, também estou cursando um Master em Pesquisa de Mercado e Consumer Insights.

Juventude e meio ambiente são temas de monografia nota 10

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