Crise climática é pauta prioritária do 8º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental

Crise climática é pauta prioritária do 8º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental

Evento acontece em Fortaleza e reúne 18 palestrantes de todo o país e cerca de 900 inscritos 

 

Por: Maria Eduarda Galdino

 

Em meio ao recorde de queimadas no país, acontece esta semana em Fortaleza o 8º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental. O evento reunirá profissionais  de todas as regiões do Brasil para um debate amplo, discutindo a situação climática atual e o papel dos jornalistas nas causas ambientais. Esta edição será realizada na Universidade de Fortaleza (Unifor), o evento conta com 900 inscritos e acontecerá entre os dias 19 e 21 de setembro. 

O Congresso é realizado pela Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental (RBJA),  que há 19 anos vem promovendo encontros com profissionais que acompanham o tema.

“Os jornalistas são essenciais, principalmente num momento em que o negacionismo se espalha. Esse negacionismo ganha força fazendo oposição à informação qualificada e embasada na ciência, mas também por causa da inação da maioria da população, de governantes e empresários que estão assistindo passivamente à deterioração das condições de vida no mundo inteiro”, diz Maristela Crispim, professora de jornalismo na Unifor e criadora da Agência Nordeste, um dos veículos organizadores do congresso.

Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente, Maristela afirma que o congresso vai ser uma grande possibilidade de aprendizado e compartilhamento de experiências entre profissionais e estudantes. 

Todas as palestras e mesas de debates serão transmitidas pelo canal do Youtube da TV Unifor e permanecerão gravadas. Você pode acompanhar aqui:  8º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental (CBJA)

 

Brasil em chamas: os impactos para o meio ambiente e a saúde

Brasil em chamas: os impactos para o meio ambiente e a saúde

Dicas para compreender a crise das queimadas e proteger sua saúde

Por Julia Lima

Céu com fumaça, clima seco e o sol laranja. Todos esses fenômenos dos últimos dias têm uma só causa: as queimadas e incêndios que estão acontecendo em todo o país. A região amazônica é a mais afetada, e Mato Grosso é o estado que apresenta o maior número de focos de fogo do país: 11335 apenas no último mês.

Sol laranja por conta da fumaça. Reprodução: Agência Brasil

As causas do fogo, de acordo com as autoridades policiais dos estados e estudiosos, são as queimadas utilizadas para a limpeza do terreno na agricultura e, em maior parte, os incêndios criminosos. Só em Mato Grosso – estado mais afetado -, até o dia 12, 14 pessoas já foram presas por atear fogo à vegetação.

Desde o final de agosto, a situação de queimadas e incêndios passou a alarmar as autoridades. As ocorrências mais críticas se anteciparam em cerca de dois meses, já que o período mais seco é esperado a partir de outubro. Segundo a ministra do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas, Marina Silva, os ventos fortes, aliados à baixa umidade do ar, são responsáveis por perpetuar o fogo.

O professor Leandro Beser de Deus, do Departamento de Geografia Física da Uerj, e o Negeo – Núcleo de Estudos Geográficos/UERJ  afirmam que os rios voadores da Amazônia, responsáveis por carregar a umidade da floresta para o resto do país, ajudaram a espalhar a fumaça das queimadas e incêndios para outras partes do país, cobrindo 25 estados. 

Consequências

Beser de Deus conversou com a Agenc sobre uma viagem que fez nos últimos dias para a Amazônia: “Voltando agora de lá. Caos, muito difícil de respirar. Crise de asma, tosse seca. Um horror.”  Os principais sintomas decorrentes das queimadas nos humanos são as crises de doenças respiratórias e o aumento da chance de episódios cardíacos, como infarto e AVC.

Os atendimentos por sintomas semelhantes explodiram em todo o país, chegando ao aumento de 190% no Tocantins, segundo o Ministério da Saúde. A ministra Nísia Trindade mostrou preocupação com a sobrecarga do sistema de saúde, relatando que há capacidade de atendimento, mas que ela é cada vez mais testada com os eventos climáticos extremos.

Para a natureza, as consequências são a perda de fauna e flora, redução da cobertura vegetal, desequilíbrio ecológico, piora da qualidade do ar e perda de nutrientes do solo. Indiretamente, a seca causada pelos fenômenos influencia nos níveis dos rios, que baixam substancialmente e isolam comunidades ribeirinhas. 

Combate ao fogo

O combate ao fogo no país tem sido feito por terra e pelo ar, com helicópteros e aviões de lançamento de água. Além dos corpos de bombeiros dos estados, estão na ação o Exército, as polícias militares, brigadistas contratados em situação de emergência e voluntários.

De acordo com Beser de Deus, as técnicas de combate ao fogo têm sido adequadas, ao menos na região de São Paulo. Na Amazônia, há maior dificuldade por se tratar de uma região de difícil acesso e com combates locais. 

 Combate a um foco de incêndio na Amazônia. Reprodução: Mayangdi Inzaugarat/Ibama

Além disso, ele destaca que outro desafio significativo é a disponibilidade de tecnologia aérea nos estados do Norte para auxiliar no combate ao fogo. “A utilização de aviões e helicópteros para lançar água e retardantes é uma técnica importante no combate aos incêndios. No entanto, a quantidade de aeronaves disponíveis e o acesso aos recursos hídricos necessários é frequentemente insuficiente para lidar com grandes incêndios”, afirma.

Segundo a ministra Marina Silva, duas pessoas já perderam a vida no combate ao fogo. Um era voluntário e outro de uma brigada de incêndio. Não foram dados detalhes sobre a identidade deles.

Como se proteger

Para amenizar o efeito das queimadas na saúde, a Agenc reuniu alguma dicas:

  • Manter janelas e portas fechadas em áreas de maior circulação de ar poluído
  • Estender toalhas molhadas ou manter baldes com água no ambiente
  • Use umidificadores de ar
  • Evite atividades físicas ao ar livre entre 10h e 17h 
  • Se puder, mantenha-se em ambientes com ar condicionado
  • Use máscara ao transitar por áreas mais poluídas
  • Mantenha-se hidratado com água e líquidos em geral
  • Hidrate também as narinas e os olhos com soro fisiológico

Recorde de medalhas do Brasil não garante cobertura de ouro para Paralimpíadas

Recorde de medalhas do Brasil não garante cobertura de ouro para Paralimpíadas

Por: Livia Bronzato

Brasil foi o 5° país no quadro de medalhas, batendo seu recorde com 89 no total. Também alcançou o maior número de ouros, foram 25; além de 26 pratas e 38 bronzes. Apesar do incrível rendimento brasileiro, a população do país não acompanhou o evento tanto quanto as Olimpíadas. Isso se deu pela falta de uma cobertura mais acessível das modalidades paralímpicas em comparação com a edição olímpica.

Foto: Sílvio Ávila/CPB

Comitê Paralímpico Brasileiro na Cerimônia de Abertura das Paralimpíadas de Paris 2024

 

Nas Olimpíadas, os direitos de transmissão se dividiram entre a TV Globo, canais do SporTV, Globoplay, CazéTV e o site Olympics.com, enquanto nas Paralimpíadas, o Grupo Globo adquiriu exclusividade. Foram transmitidas, no canal fechado SporTV2, apenas 9 das 22 modalidades: atletismo, basquete em cadeira de rodas, ciclismo, futebol de cegos, goalball, judô, maratona, natação e vôlei sentado. O acesso às transmissões só foi possível por aqueles que assinam o SporTV2 ou o pacote Globoplay + Canais Ao Vivo, que custa R$ 54,90/mês.

 

O resultado dessa diferença pode ser observado nos números de audiência: a TV Globo alcançou 36,4 milhões de pessoas e a CazéTV esteve na faixa dos 500 mil espectadores simultâneos. Entretanto, as Paralimpíadas, transmitidas pelo canal SporTV2 , alcançaram somente 6 milhões de telespectadores.

 

Além disso, a quantidade de jornalistas credenciados em Paris também foi contrastante, segundo o site oficial das Olimpíadas foram 20.000 na edição olímpica e apenas 3.000 na paralímpica.

 

O Comitê Paralímpico Brasileiro contou com o apoio de seis patrocinadores: Ajinomoto, Asics, Braskem, Havaianas, Loterias Caixa e Toyota. Já o Comitê Olímpico Brasileiro teve a colaboração de 20 empresas: Águia Branca, Ajinomoto, Aliança Francesa, Azul, Estácio, Grupo Águia, Havaianas, Hemmer, Max Recovery, Medley, Mormaii, NSports, Peak, Prevent Senior New On, Riachuelo, Smartfit, Subway, Vivo, Voke e XP Investimentos.

 

Quadro final de medalhas

 

“A Substância” traz Demi Moore em um dos melhores filmes de terror do ano

"A Substância" traz Demi Moore em um dos melhores filmes de terror do ano

O filme da diretora Coralie Fargeat critica a indústria do entretenimento com muito sangue e violência

Por: Vinícius Rodrigues

“A Substância” é o segundo filme dirigido pela diretora Coralie Fargeat, que antes estreou em “Vingança”, de 2018, e ambos filmes têm a mesma pauta: o feminismo. A diretora utiliza a temática muito bem, pois, em seu primeiro filme “Vingança”, a protagonista precisa sobreviver no deserto lutando contra homens que matam mulheres por prazer, e ela entrega um filme de vingança padrão. Porém, em “A Substância”, ela chega em seu ápice: um filme de terror que discute temas sociais, como etarismo feminino na indústria da beleza, do entretenimento, e todo machismo que permeia nos bastidores desses temas, e tudo isso recheado de muito sangue e violência ao extremo.

“A Substância” conta a história de Elizabeth Sparkle, uma apresentadora de meia-idade de um programa de dança fitness na TV que, apesar de ter uma carreira de sucesso, não está muito satisfeita com sua imagem. Tudo vai por água abaixo quando ela descobre que será demitida e substituída por uma atriz com metade de sua idade. Diante disso, ela recebe uma proposta de um medicamento que pretende trazer “a melhor versão dela mesma”, e ao invés de ajudar, o remédio só piora a vida da atriz.

Demi Moore, atriz imortalizada no filme “Ghost”, de 1990, interpreta a protagonista com maestria, pois ela mostra toda fragilidade que a personagem necessita: uma mulher na casa dos seus 50 anos, sendo rejeitada pela mídia, que se odeia quando olha no espelho. A diretora, responsável por roteirizar e produzir o longa, ilustra bem quem são os vilões que agem atrás das cortinas e perpetuam todo o imaginário negativo de milhares de mulheres ao redor do mundo: homens idosos, ricos e brancos. Porque, enquanto a protagonista é tirada do seu cargo por estar “velha” de mais para o papel, são esses os homens que comandam essa indústria de imagem e entretenimento.

A “substância” do título do filme, chega e piora tudo de vez, pois, ao tomar o medicamento injetável, Elizabeth precisa dar espaço a sua segunda versão, “uma versão melhor dela mesma”.  Ela, por sua vez, é uma mulher com metade de sua idade, jovem, magra e “perfeita”, interpretada pela atriz Margaret Qualley, do recente “Tipos de Gentileza”, que encanta com toda a beleza e jovialidade que a personagem precisa. A sequência que mostra a versão mais nova da personagem saindo de dentro dela mesma é uma das mais nojentas e bem feitas no cinema nos últimos anos.

O trabalho de maquiagem e efeitos especiais do filme é impecável! No filme há cenas de membros expostos, corpos em deterioração, regados com muito sangue, chegando no terror trash e body horror: que se caracteriza pelo grotesco e mudanças corporais ao extremo, e um grande exemplo desse tema é o filme “A Mosca”, de 1986, onde o protagonista se transforma numa mosca. Outro feito da diretora é não economizar nos ótimos planos detalhes, desde os mais simples, num remédio efervescendo num copo com água, ao mais repulsante take de uma agulhada num ferimento horroroso. Cabe ressaltar também aos expectadores mais atentos, o filme parece referenciar e homenagear alguns clássicos do gênero, como “O Exorcista” de 1973, “O Iluminado”, de 1980 e “O Enigma de Outro Mundo”, de 1982.

No fim de mais de 2 horas de duração, “A Substância” entrega um dos melhores filmes de terror do ano, mesmo pecando na repetição em algumas cenas de dança, que exploram os “corpos perfeitos” dos atores jovens, mas deixa críticas sociais pontuais, com cenas recheadas de gore, violência e sangue, que irão fazer os desavisados tamparem os olhos. 

UERJVIU: 4/5 estrelas

10 Coisas que Eu Odeio em Você

10 Coisas que Eu Odeio em Você

O #Replay de hoje nos traz a nostálgica comédia romântica “10 Coisas que Eu Odeio em Você”!

Por: Livia Bronzato

Elenco do filme, da esquerda para a direita: Cameron (Joseph Gordon-Levitt), Kat Stratford (Julia Stiles), Joey (Andrew Keegan), Patrick Verona (Heath Ledger), Bianca Stratford (Larisa Oleynik), Chastity (Gabrielle Union) e Michael (David Krumholtz).
 

O filme foi lançado há 25 anos e tem como inspiração a obra “A Megera Domada” de Shakespeare. Ele conta uma história de diversas conquistas românticas entrelaçadas: Bianca Stratford deseja se relacionar, mas seu pai não permite que as filhas tenham namorados. Após muito insistir, ele propõe um novo acordo, em que Bianca só poderá ter seu desejo atendido quando sua irmã, Katarina, também estiver com um par. Nesse momento, Cameron, apaixonado por Bianca, inicia seu plano, contratando o temido e durão Patrick Verona para conquistar sua futura cunhada.

 

Para além da parte amorosa, a obra cinematográfica nos apresenta uma personagem feminina segura e forte, que traz muitos ensinamentos às mulheres. Kat Stratford, conhecida no colégio como a megera, antissocial, feminista e orgulhosa, representa uma garota que, na verdade, é cheia de si e prefere viver sua vida sem se preocupar com a opinião alheia. Kat também é estudiosa e busca ir para uma faculdade de outra cidade. Ela é um exemplo para nós acerca da autoconfiança, orgulhando da sua própria autenticidade.

Para aqueles que nunca assistiram ao filme, é uma ótima recomendação por se tratar de um filme leve e divertido, que possivelmente entrará para sua lista de “filmes conforto”!

 
 

Amarelo o ano todo: conscientização da saúde mental não deve ser apenas em setembro

Amarelo o ano todo: conscientização da saúde mental não deve ser apenas em setembro

Professora do Instituto de Psicologia aborda as estratégias de prevenção ao suicídio 

Por: Manoela Oliveira

Legenda: Campanha do Setembro Amarelo / Imagem: IStock

Setembro Amarelo é uma iniciativa de prevenção ao suicídio, estimulando discussões sobre a promoção da saúde mental no Brasil e a diminuição de estigmas relacionados às doenças mentais. Hoje (10), com o lema “Se precisar, peça ajuda!”, marca o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Porém, apesar de ser importante ter um mês de conscientização, é crucial que essas campanhas ocorram ao longo do ano, afirma Vanessa Barbosa, professora do Instituto de Psicologia (IP/Uerj) e coordenadora do NuDERI (Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Desenvolvimento Humano e Relações Interpessoais).

A professora explica que a campanha do Setembro Amarelo iniciou com a proposta de educar e informar sobre questões de saúde mental, mas, com o passar dos anos, surgiu uma tendência em focar as ações apenas neste mês. “Setembro é um mês para sensibilizar algo que deveria ser feito ao longo do ano todo”, acrescenta Vanessa. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024, foram registrados 16.025 suicídios em 2023. 

Legenda: 10 estados brasileiros com os maiores números de suicídio em 2023 / Gráfico interativo: Manoela Oliveira, com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024

No Brasil, o suicídio é a terceira causa de morte entre jovens, indica um estudo da Fiocruz publicado na revista científica The Lancet. Para Vanessa, alguns fatores podem contribuir para o desenvolvimento de comportamentos suicidas e autolesivos como: ter baixa situação econômica, problemas familiares, estar em situação de vulnerabilidade social, pertencer à comunidade LGBTQIA + ou grupos étnicos raciais minoritários. A pesquisa da Fiocruz aponta que as maiores taxas de suicídio e notificações de automutilação foram encontradas na população indígena, sugerindo haver barreiras que impendem o acesso à saúde mental. 

Uma dessas barreiras é a estigmatização das doenças mentais existentes no Brasil, sendo essencial o incentivo às campanhas de conscientização nas escolas ao longo do ano todo, não somente em setembro, reforça Vanessa. A professora também citou a falta de profissionais de psicologia qualificados nas instituições educacionais para instruir os alunos no encaminhamento de ajuda psicológica e médica, evitando os casos de suicídio e automutilação. 

Prevenção contra o suicídio 

Jovens e adolescentes podem apresentar sinais que indicam um comportamento suicida, como o aumento da irritabilidade, o isolamento, o distanciamento, condutas autolesivas e dizer, por exemplo, que a vida não tem mais sentido. É necessário investir em profissionais especializados em saúde mental, melhorar os serviços de saúde pública e fazer atividades nas escolas, afirma Vanessa.

Legenda: Campanha do Setembro Amarelo / Imagem: Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro

O Centro de Valorização da Vida (CVV), em colaboração com o Sistema Único de Saúde (SUS), oferece apoio emocional por meio de um atendimento disponível 24 horas por dia, durante todos os dias da semana. As ligações são gratuitas e podem ser feitas pelo número 188. Além disso, o serviço também está acessível via chat ou e-mail. O CVV conta com um site onde é possível consultar os postos de atendimento em todo o Brasil, caso alguém precise de ajuda.

E-sports: jogos eletrônicos estão ganhando cada vez mais protagonismo.

E-sports: jogos eletrônicos estão ganhando cada vez mais protagonismo.

Por: Letícia Ribeiro

À medida que a tecnologia ganha espaço, com a inteligência artificial, realidade virtual, entre outras, os e-sports também começam a ganhar mais protagonismo, saindo de sua bolha. Os jogos virtuais, apesar de terem ganhado maior popularidade nos últimos anos, têm raízes há cerca de cinco décadas, especificamente, em outubro de 1972 – quando data a primeira disputa oficial de games: as Olimpíadas Intergalácticas de Spacewar, que aconteceram na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Entretanto, mesmo com esse start, a modalidade só ganhou reconhecimento global nos anos 2000, com games como Counter-Strike e Warcraft. Agora, os e-sports se espalharam pelo mundo.

O que são e-sports?

Abreviação do termo eletronic sports (esportes eletrônicos), os e-sports são jogos eletrônicos que possuem um ambiente competitivo organizado, ou seja, os jogadores competem uns com os outros. Entretanto, nem todo jogo com essas características torna-se um e-sport. Segundo a Confederação Brasileira de E-sports, são e-sports os games que possuem competição entre profissionais, comumente assistidas pelo público através de alguma plataforma de streaming – a Twitch, por exemplo, é a plataforma mais famosa de transmissão de jogos. 

Um jogo não nasce sendo um e-sport, critérios como jogabilidade e visibilidade, são fatores decisivos para torná-lo uma modalidade esportiva. No que tange à jogabilidade, é preciso que seja divertido e que, principalmente, seja atraente para os jogadores, como em League Of Legends, fenômeno no mundo dos games, que sempre têm coisas novas e as classificações, conhecidos como elos – que vão do ferro a grão-mestre. 

Imagem: Pexels/Alena Darmel

Jogos Olímpicos de E-sports

Às vésperas das Olimpíadas de Paris, o Comitê Olímpico Internacional (COI), por unanimidade de votos, aprovou a criação dos Jogos Olímpicos de E-sports. O evento voltado para os games, diferentemente da tradição esportiva, terá realização de dois em dois anos a partir de 2025, com a primeira edição já com local definido: Arábia Saudita. Segundo o COI, as Olimpíadas voltadas para os games terão três modalidades: esportes físicos disputados em plataforma virtual; simuladores de esportes e games de e-sports – o último alinhado aos valores olímpicos, nesse sentido, jogos de tiro, como o famoso Counter-Strike, até então, não serão incluídos. 

E-sports no Brasil

A indústria dos jogos eletrônicos cresce significativamente a cada ano, e países como Estados Unidos e Coreia do Sul investem arduamente nessa modalidade – cerca de 600 universidades norte-americanas incluíram equipes de esportes universitários e bolsas de estudo para os e-sports. No Brasil, o Campeonato Brasileiro de League Of Legends (CBLOL) conta com mais de 300 mil espectadores. 

Apesar da grandiosidade dos campeonatos, eles não costumam sair da bolha dos games. Em entrevista à AJ, Davi Castiel, jogador profissional de CS (Counter-Strike), campeão do Maricá Games, comenta sobre a expectativa dos e-sports serem mais conhecidos no Brasil: “Ainda existe um certo preconceito aqui, isso acaba fazendo com que os investimentos sejam escassos.”

“A comunidade sempre quis ver os e-sports como modalidade, sempre tivemos vontade de mostrar ao mundo que videogame também é um trabalho. O Brasil é recheado de excelentes jogadores, respeitados entre vários jogos, como CS, Valorant, R6, Fifa”, disse o jogador.

“Os Fantasmas Ainda se Divertem” convence como sequência e diverte tanto quanto o clássico anterior

"Os Fantasmas Ainda se Divertem" convence como sequência e diverte tanto quanto o clássico anterior

Filme é continuação do clássico dos anos 80, “Os Fantasmas se Divertem”, dirigido por Tim Burton

Por: Vinícius Rodrigues

Besouro Suco, Besouro Suco… Besouro Suco! “Os Fantasmas Ainda se Divertem”,  o novo filme do diretor Tim Burton, estreia  hoje (5) nos cinemas brasileiros, tem classificação de 14 anos e 1h38 de duração. E já avisamos que vocês vão se divertir tanto quanto no filme anterior!

Após 36 anos desde o lançamento do filme “Os Fantasmas se Divertem”, que foi reprisado diversas vezes na “Sessão da Tarde”, da TV Globo, chega aos cinemas o novo capítulo da história do personagem irreverente “Beetlejuice”, ou “Besouro Suco”: “Os Fantasmas Ainda se Divertem”. No novo filme, o Besouro Suco, ganha um novo cargo no mundo dos mortos, e comanda um setor burocrático e tem vários subordinados ao seu dispor. Quem também retorna é o amor antigo do Besouro, Lydia Deetz, que, no primeiro filme, era uma adolescente gótica, que parecia estar morta no mundo dos vivos. No “Os Fantasmas Ainda se Divertem”, ela é uma mulher madura, apresentadora de um programa de terror na TV e tem até uma filha adolescente, Astrid Deetz. A mãe de Lydia também volta à nova aventura e agora é uma renomada artesã.

Na nova trama, tem-se uma exploração do mundo dos mortos não vista no filme original, com o elenco novo de coadjuvantes, que aparecem poucas vezes, mas essas poucas vezes são carregadas pelo carisma dos mesmos: Willem Dafoe faz um cênico chefe de polícia do submundo e Monica Beluche interpreta a vilã do longa, uma estilosa ex-amada do Besouro Suco que acorda dos confins dos mortos com sede de vingança. Quem também rouba cena é a atriz Catherine O’Hara, interprete de Delia, mãe de Lydia, que está mais cínica do que nunca e arranca boas risadas, já sua filha, Lydia, interpretada por Winona Ryder, com a chegada da idade, aparenta estar de bem com o mundo dos humanos, e sua filha, Astrid, é feita por Jenna Ortega, conhecida pela série da Netflix, “Wandinha”, entrega uma personagem bem apagada, que poderia ser interpretada por qualquer outra atriz que não faria a menor diferença, por último, mas não menos importante: o Besouro Suco parece estar um “pouquinho” mais contido, mas Michael Keaton parece não ter envelhecido sob a maquiagem do personagem no rosto, e nos diverte. E muito.

Tim Burton traz de volta o seu submundo peculiar, que só poderia ter saído da mente do próprio, conhecido por filmes góticos, obscuros e esquisitos, requisitos que o tornaram um grande e amado diretor pelos cinéfilos. O filme é composto por diversos cenários práticos do mundo inferior, com iluminação colorida, com cores vivas, ora escuras e densas, mas agora conta com efeitos computadorizados, os quais são quase imperceptíveis, em comparação com os filmes atuais, que fazem do cinema um jogo de videogame. A maquiagem é mais um acerto, e assim como no filme anterior, seu uso se justifica para mostrar a inventividade de seus autores: personagens que tiveram grandes danos quando mortos, sejam mordidos ao meio por um tubarão, ou esquartejados.

Quando “Os Fantasmas Ainda se Divertem” termina, a sensação que fica é que Tim Burton entrega um filme bem-humorado, divertido, cantante, cartunesco, com um elenco que não tem medo de brincar em cena. Mesmo que o filme demore a engrenar no começo, ele acaba servindo como uma boa sequência do clássico de 1988, e traz até mesmo um vislumbre dos tempos de vivo do Besouro Suco.

UERJVIU: 3,5/5 estrelas

“A biblioteca da meia-noite” e a saúde mental: como a literatura de Matt Haig nos faz pensar sobre a valorização da vida

“A biblioteca da meia-noite” e a saúde mental: como a literatura de Matt Haig nos faz pensar sobre a valorização da vida

Por: Maria Eduarda Galdino

Capa do livro “A biblioteca da meia-noite” de Matt Haig

 

“Enquanto estamos vivos, carregamos em nós um futuro de possibilidades”, essa é uma das frases impactantes no livro “A biblioteca da meia-noite” de Matt Haig. A obra gira em torno da vida de Nora Seed, uma mulher de 35 anos que vive inúmeras frustrações em relação a sua carreira, familiares, relacionamentos amorosos e que lida com a depressão. 

Após perder seu emprego, seu gato e ter sido ignorada por parentes e amigos em consequência de suas decisões passadas, Nora se frustrou a ponto de querer adiantar seu encontro com a morte. Enquanto dava fim a sua vida, Nora se deparou em uma biblioteca mágica que fica entre a vida e a morte, onde cada estante possui um livro que a transporta para uma vida cujo ela toma uma decisão diferente da sua atual.

Depois de viver diversas vidas na biblioteca, Nora percebeu que em cada uma delas acontece algo melhor do que na sua vida atual, mas que também não se encontra ilesa de momentos tristes, inesperados e negativos, como na vida na qual ela consegue se tornar famosa e rica, mas perde uma pessoa que ama. Esses episódios a fazem perceber que a tristeza faz parte da vida, não importa qual das versões ela escolha, Nora aprende que o que realmente importa é como ela escolhe lidar com essas situações que frustram e abalam a saúde mental.

“A vida é uma jornada, não um destino. Não importa onde você esteja agora, o importante é continuar caminhando”. No fim, Nora conclui que ela não viveu uma boa vida porque não decidiu ser feliz apesar dos obstáculos e das más escolhas, que sua vida não é perfeita e nunca irá ser, então ela escolhe voltar para sua vida atual e ter um novo recomeço, um encontro com a felicidade.

A obra ficcional de Matt Haig serve de grande aprendizado quando pensamos sobre dar valor a nossas vidas. O escritor já revelou em diversas entrevistas que já esteve em estados críticos em relação a sua saúde mental, lidando com a depressão e crises de pânico e que ele gostaria de ter tido um livro que lida com a depressão de forma esperançosa, como “A biblioteca da meia-noite”.

No Brasil, o Centro de Valorização à Vida (CVV) é um serviço de apoio psicológico e prevenção ao suicídio. O atendimento é 24 horas pelo telefone 188 

“Hellboy e o Homem Torto” faz filme anterior parecer uma obra de arte

"Hellboy e o Homem Torto" faz filme anterior parecer uma obra de arte

Nova adaptação do diabão vermelho das “hqs” para o cinema consegue ser pior que o filme anterior

Por: Vinícius Rodrigues

Neste novo capítulo da história do irreverente personagem que veio do mundo das histórias em quadrinhos, Hellboy precisa enfrentar seus medos internos e um mal ainda maior: o Homem Torto, uma espécie de ser trevas que coleciona almas no seu bolso.

O filme já começa com uma sequência de ação num trem em movimento, e constata-se ser um longa de baixo orçamento, porque os defeitos especiais, quer dizer, os efeitos especiais são abaixo do esperado para uma produção do diabão vermelho. A sequência ainda envolve um monstro que hora está bem feito, hora está mal feito, fora outros detalhes perceptíveis da cena, que implora por bons visuais, mas que nunca chega.

Antes os problemas eram só esses, mas não para por aí. O visual do novo Hellboy, interinterpretado pelo ator Jack Kesy, é legal e descolado, como pede o personagem. Ele faz tudo o que pode em cena, mas entrega um personagem mais insosso e sem graça até agora, pois as poucas piadas que o personagem solta pelo filme são piores que as do tio do pavê do Natal. O filme tem que ser menos engraçado, porque agora temos uma história de terror, com direito a bruxas e o Homem Torto do título, mas este último só aparecerá no final do filme, garantindo boas cenas para a nova atmosfera da história.

O elenco coadjuvante também fica aquém do esperado, com a atriz Adeline Rudolph, que também faz o possível para entregar carisma com o pouco que tem, e o ator Jefferson White, que faz uma espécie de bruxo do bem que está à procura da família. O único rosto mais conhecido do elenco é do ator Joseph Marcell, imortalizado como o mordomo Geoffrey, da série “Um maluco no pedaço”, que faz um padre.

No fim, “Hellboy e o Homem Torto” não funciona como comédia, não funciona como terror, e quem deseja assistir cenas de ação, só tem uma, na abertura do filme, e outras duas no meio e no fim, e nem são tão boas, resultando assim, num filme bem arrastado, que parece não ter fim, e com uma história confusa.

A dica que fica é: melhor rever os filmes anteriores, principalmente o tão criticado negativamente anterior “Hellboy”, de 2019, porque pelo menos entregava um elenco na medida, boas sequências de ação com ótimos efeitos visuais, num filme com um bom ritmo, mesmo sendo inferior às adaptações de Guillermo del Toro, com o perfeito Ron Perlman na pele do protagonista, do que ver este novo filme nos cinemas.

Porém, para aqueles que querem ver para tirar suas próprias conclusões, o filme estreia esta semana nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (5), tem classificação de 16 anos e tem 1h39 de duração.

UERJVIU: 2/5 estrelas